Neste momento tão significativo de sua vida, em que o casulo se rompe, após um longo período de isolamento,a borboleta,permite viver a magia de quem
conquista asas e se liberta, com a certeza de quem sabe o que deseja alcançar.
Movimentos insistentes e seguros. Superou limites. Descobriu sua capacidade de dar vida aos seus sonhos. Recuperou a poesia de estar viva.
Como borboleta,descobre o encanto de dar-se, no casulo aprendeu a pertencer-se.
Vença os seus medos e receios. Não se permita apenas rastejar.
Siga e confie que as portas se abrirão,lá,onde você almeja chegar.
A angústia que nos oprime é a mesma que nos sublima. As algemas que nos prendem são as mesmas que nos libertam.
A lagarta, cansada de rastejar-se, sujeita-se à solidão de um casulo, como caminho de sublimação. Silenciosamente, deixa o mundo exterior e volta-se para o mundo que, em si mesma, pede transformação.
Renúncia, portanto, à flor que desabrocha; ao perfume que aspira. Não contempla o sol que nasce, tampouco lhe busca os raios que aquecem. Não mais sente a grama orvalhada pela noite, nem experimenta o aconchego da relva macia. Não ouve o canto dos pássaros, o murmurar de um riacho ou a melodia da natureza em festa.
Tudo é silêncio.No entanto, sob aparente letargia, um universo agita-se, revoluciona. As mudanças pulsam, sente nas entranhas e angustia-se, já que não sabe bem o que virá depois.Sabe apenas que não pode e não deve fugir ao seu processo do vir-a-ser sem comprometer o porvir.Entrega-se inteira às angústias do momento.
Permite-se sentir, intensamente, as turbulências interiores, as incertezas do que há de vir. Adivinha apenas, que algo mágico lhe acontece. Sente que cresce; sente que vive.
A borboleta só voa livremente depois de passar por um processo difícil, claustrofóbico e até doloroso. Para sair do casulo com cores vivas e uma beleza irrefutável .
A “fase lagarta” é essencial para que as reservas energéticas se completem por inteiro. É desse jeito que a linda borboleta tem a chance de seguir seu rumo, delicada e tão forte ao mesmo tempo.
A nossa metamorfose é igualzinha. E a gente só se dá conta que esse processo esmagador é o que fortifica as nossas raízes, quando chega a nossa hora de virar borboleta.A metamorfose é nossa oportunidade de costurar os retalhos, de cuidar das feridas e refazer o caminho.
Se o percurso está nos desorientando e nos deixando tristes, se as pedras estão machucando os pés a cada passo e se a garra para pisar firme sede lugar à preguiça: chegou a hora da metamorfose.
Tire o tempo necessário para realizar esse processo. Diga sim às etapas, aceita a dor que isso envolve e assuma o risco do apredizado que ficarão após essa linda transformação.Quando tudo estiver nos seus lugares e os seus pés mais fortes do que nunca, não perca tempo e voe confiante, firme e no auge das suas cores mais bonitas.
A metamorfose é o cateterismo do coração. Oferece riscos, mas também nos permita a cura. A grande diferença entre nós e as borboletas que enfeitam nosso horizonte é que elas só têm uma chance.E nós temos todas as chances do mundo.