Transtorno Bipolar :Filme- As Faces de Helen

17/07/2017 21:38



 
 
 O Transtorno Depressivo Maior, é uma doença psiquiátrica muito comum e frequentemente crônica e incapacitante. 
 
 Muitos pacientes com episódios depressivos que tem um Transtorno Bipolar subjacente, porém não reconhecido, recebem tratamento farmacológico com esquemas ineficazes de antidepressivos sem associação de estabilizadores de humor.
 
 
  É importante ressaltar que a maioria das pessoas que sofrem de Transtorno Bipolar tem depressão. Esta é mais intensa, persistente e perturbadora. Podem haver diferentes combinações de sintomas de depressão, e estes podem vir acompanhados de sintomas de mania ou hipomania.
 
  Evidências de bipolaridade podem ser vistas em depressivos com histórico familiar ou episódios de hipomania desencadeados por antidepressivos ou uso de substâncias (álcool, cocaina, TCH).
 
  Identificar precocemente os sinais de alerta ou sintomas iniciais da depressão, assim como a possibilidade de episódios anteriores de hipomania podem significar uma recuperação mais rápida e eficaz.
 
  Alguns sintomas pródromos comuns na depressão são: perda do interesse e prazer, preocupação ou ansiedade persistentes, alterações do sono, sentimento de tristeza e choro fácil, negligência em relação as tarefas e redução das atividades, fadiga, dores físicas, esquecimentos e isolamento.
 
  Alguns sintomas pródromos comuns na mania e hipomania: redução das horas de sono, aumento da atividade e energia, aumento da sociabilidade, irritabilidade, pensamentos rápidos, aumento da autoconfiança e sentidos aguçados.
 
  A negação do transtorno bipolar pode ser uma reação natural, especialmente no início e ás vezes mais tarde. Quando isto impede o controle da doença, torna-se um grande problema.
 
  Esta claro que o uso da medicação ajuda muitas pessoas a assumirem o controle sobre o transtorno bipolar, permitindo, desta forma, que elas desfrutem outros aspectos da vida.
 
  Embora os medicamentos possam ser bastante eficazes, cerca de 50% das pessoas que sofrem de bipolaridade não os utilizam de modo correto para obter os benefícios esperados. Por isto, conhecer os medicamentos apropriados pode significar uma escolha mais consciente do tratamento e maior adesão.
 
  Pensando nestes fatos, lembrei do filme Faces de Helen (Helen) - 2009 - da diretora Sandra Nettelbeck. Este filme conta a história de Helen que é uma mulher bem sucedida tanto no trabalho como nos relacionamentos familiares. No início do filme Helen apresenta os sinais pródromos depressivos que evoluem para um episódio grave com tentativa suicida desencadeada pelo uso de antidepressivo sem associação do estabilizador de humor. Durante o internamento psiquiátrico seu esposo descobre que Helen já havia apresentado um episódio anterior no período pós parto de sua enteada. Porém, devido a dificuldade da personagem de lidar com a sua doença, esta omitiu de seus familiares sua história anterior. Assim o filme flui com o diagnóstico de Transtorno Bipolar e as dificuldades de adaptação ao tratamento e as consequências da doença, principalmente a estrutura familiar.
  Interessante no filme é a reconceitualização da “terapia do choque”. Durante o tratamento de Helen devido a sua resposta refratária é indicado por sua psiquiatra a eletroconvulsoterapia. Desmistificando o conceito passado sobre este tipo de tratamento o filme mostra Helen realizando este tipo de intervenção adequadamente monitorado em um centro cirúrgico. 
Vale a pena assistir este filme para um melhor conhecimento desta desordem que é tão prevalente nos dias atuais.