Tenho o coração baldio. Cercado, mas não vazio.

09/06/2015 22:02
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Foto de Kau Proser Mascarenhas.

(texto e ilustração de Kau Mascarenhas)
www.kaumascarenhas.com.br/coaching

Algumas difíceis experiências na vida fizeram com que uma pessoa se tornasse cautelosa e cheia de defesas.
Ilusões desfeitas - expectativas frustradas - decepções dolorosas, enfim, encontros entristecedores com o mundo deixaram suas marcas. 
Também fomentaram o aparecimento de crostas e pelotões protetores no coração.
Assim, da mesma forma como faz nosso sistema imunológico, alguém pode ter aprendido a se defender de qualquer realidade que se pareça com algo que a agrediu anteriormente. 
Cercando-se de tal modo, pode efetivamente deixar bem longe algo ou alguém que se configure como ameaça e que produziria novos dissabores. Ao mesmo tempo entretanto, por distorção perceptiva, pode deixar de lado grandes oportunidades de viver momentos felizes afastando de si possibilidades valiosas pelo medo de se ferir outra vez.
A barreira que cerca esse coração nem sempre é inteligente o bastante para discernir se o que impede de entrar é bom ou ruim. 
Mas é interessante saber que seu dono ainda é alguém que ama. 
Além do arame farpado que o defende, lá dentro, há muita emoção querendo ser vivida.

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