Solidão a Dois

16/09/2013 12:51
estacaodasflores |
15/09/13 11:20Denunciar
 
 

Solidão a dois é queixa mais comum em terapia de casal

".. respeito, admiração e cumplicidade não podem faltar numa relação. Quando não se encontra mais esse tripé de valores, a união a dois passa a ser uma solidão a dois" A solidão a dois, onde reina a indiferença e a ausência de diálogo entre o casal, é umas das queixas mais comuns em terapia de casal.
E me pergunto: Por que os casais deixam para procurar ajuda quando já se encontram numa situação tão grave? 

Procuram ajuda quando a relação já está na “UTI”, ou seja, quando já está num ponto, muitas vezes, irreversível e um abismo entre eles já se instalou.

Os cinco fatores que podem destruir o amor na vida a dois: 

1º) Diferença de papéis sociais e crise conjugal 

As diferenças dos papéis que ambos assumem e desempenham no decorrer da união podem afetar de forma significativa a relação. Ambos se tornam companheiros (cuidadores) e se esquecem do papel de homem e mulher. 

A mulher assumiu o mercado de trabalho, reconstruiu muitos dos seus valores e crenças, e trouxe isso para dentro da relação. Se o casal não estiver preparado para lidar com essa questão, pode surgir uma crise conjugal.

Essa crise pode acabar afetando a vida sexual. Assim, um momento que deveria ser de extrema intimidade e cumplicidade a dois, passa a ser de obrigatoriedade e distancia afetivamente o casal. A sexualidade deve ser vivida a dois com afetividade e vontade. 

2º) Ciúme

O ciúme e a relação regada pela possessividade constituem fatores agravantes e degradantes numa vivência a dois. O amor requer liberdade para ser vivido de forma plena. Quando a relação é baseada na insegurança, o amor se autodestrói ou não se sustenta por muito tempo.

3º) Disputa

Disputar com o parceiro, como por exemplo, quem tem razão numa discussão, nunca é saudável para o relacionamento. Se isso estiver ocorrendo, tente desfazer esse jogo. 

4º) Diferenças de objetivos

Crenças, valores, sonhos e objetivos diferentes dificultam o sucesso e a harmonia do casal. Avaliar com precisão e discernimento se a relação se encontra assim, com interferências constantes de opiniões e ideias, é um dos caminhos para se procurar reestruturar a vida a dois.

5º) Falta de respeito, admiração e cumplicidade 

Definitivamente, respeito, admiração e cumplicidade não podem faltar numa relação. Quando não se encontra mais esse tripé de valores, a união a dois passa a ser uma solidão a dois. E assim o amor não resiste.

Por que estou com ele (a)?

Questionar-se sobre o que move a escolha de se continuar junto de alguém, é essencial para se chegar a um consenso. 

Amor? Sexo? Necessidade? Carência? Comodismo? Companheirismo? Parceria? O que mantém sua relação? 

Reflita muito sobre as motivações que os levam a tentar ser um casal e avalie acima de tudo se é uma escolha saudável. Não há necessidade de esticar o elástico até arrebentar. 

Por mais sofrida que seja desistir de uma relação, devemos sempre lembrar que a lealdade e o cuidado devem ser maiores conosco. Apenas assim teremos mais possibilidades de construirmos escolhas felizes, promissoras e saudáveis.


Solidão a dois 
Não há amor, nem diálogo. Apenas um relacionamento falido. O que fazer?
No apartamento, cada um no seu canto. Não há diálogo, não há entendimento, não há carinho. Apenas a ilusão de um relacionamento que, na realidade, já está falido, acabado. A solidão a dois é, muitas vezes, mais dolorosa que a solidão desacompanhada. Isso porque ela vem sempre carregada de mágoas e decepções que nutrem o monstro da desilusão, criando um desarmônico e doentio laço, que aprisiona o pseudo-casal.

Casada há 14 anos, a jornalista J. P., 38, garante que vive um inferno dentro de casa. Ela não sabe precisar ao certo quando o relacionamento faliu, mas consegue enumerar algumas razões. "É basicamente um acúmulo de coisas. Falta de paciência, intolerância, egoísmo e acho que até um excesso de idealização. Porque fomos varrendo os problemas para baixo do tapete, nos negando a enxergá-los e isso foi roendo o casamento. Reconheço meu erro e os dele também", conta ela. "Agora, por exemplo, estou aqui dando meu depoimento para você e ele está lá na sala vendo televisão. Quando cheguei do trabalho hoje, nem nos falamos. Ele ficou imóvel no sofá e eu vim direto para o quarto. A casa fica praticamente dividida em duas áreas e a gente mal se cruza", revela.

J. P. garante que a cada dia que passa, a vida conjugal fica pior. Ela compara o problema a um bolo, cujo fermento são exatamente as mágoas e decepções. "Conversar vai ficando cada vez mais impossível. Qualquer assunto que eu comece, pode ser o mais ameno como a comida do jantar, acaba em briga. Imagine quando eu introduzir algo sobre nós", lamenta. No entanto, as dificuldades precisam ser superadas e tomar uma atitude vai ficando cada vez mais urgente. "Na primeira oportunidade, eu pulo fora", ainda espera a jornalista.

Quem vive um drama desses na vida sempre reconhece, quando o problema já é fato, que já havia algo de errado desde muito tempo e esses indícios foram desprezados.
Relacionamentos que agonizam desse mal são extremamente comuns, segundo a terapeuta de casais Margareth Labate. Ela confirma que o problema nasce devagarzinho, bem debaixo dos olhos vendados do casal. "Existe um desprezo muito grande pela intuição. Quem vive um drama desses na vida reconhece, quando o problema é fato, que já havia algo de errado desde muito tempo e esses indícios foram desprezados. É muito importante identificá-los e solucioná-los quando ainda são incipientes. É justamente o acúmulo de feridas que mina a saúde de um relacionamento", comenta.

Eu queria ter uma bomba

A psicóloga reforça que sentimentos como ansiedade, rejeição, desprezo e desejo de fuga não devem ser, de maneira nenhuma, negados. "De fato, para muitas pessoas, é muito difícil reconhecer defeitos no seu projeto afetivo que, quase sempre, nasce envolvido por uma promessa de perfeição e eternidade. Mas certas barreiras anunciam um novo caminho de evolução para uma relação e é aí mesmo que está a solução para uma queixa comum nesse quadro que é a rotina, a falta de novidade. São dessas mudanças que um casamento se nutre", considera.