Sexto sentido feminino
As Neurociências mostram que temos capacidades que podem interferir na maneira como escolhemos nossos pares, identifi cando-os como parceiros para sexo ocasional ou parceiros para matrimônio
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Roberta de Medeiros é jornalista científica e escreve para esta publicação. |
O que dizer sobre a sensibilidade feminina para identificar entre homens desconhecidos aqueles que melhor se encaixam no papel de "parceiro para sexo eventual" ou de "parceiro para relacionamento duradouro"? Até fica esquisito falar nessa possível distinção, porque sugere que os bons namorados e maridos não são os melhores em desempenho sexual (ou vice-versa!). Entretanto alguns cientistas americanos descobriram que nós realmente fazemos escolhas nesses termos e que via de regra acertamos em nossas previsões.
Segundo um artigo da revista científica Proceedings of the Royal Society B: Biological Studies, as mulheres podem identificar facilmente os quesitos "virilidade" ou "paternidade" só de olhar no rosto. Não se trata de método divinatório, mas de um talento natural que permite ao sexo feminino reconhecer traços comportamentais a partir da leitura das expressões do rosto. Saberíamos quando um homem tem inclinação para a vida em família ou quando ele é um típico "aventureiro viril", sendo mais cotado para um caso de curta duração.
A conclusão é de um grupo de pesquisadores das universidades de Chicago e Santa Bárbara, nos Estados Unidos. Eles aplicaram testes psicológicos em 39 homens para descobrir se eles tinham ou não propensão à paternidade. Também foram feitos testes de laboratório a partir da saliva para detectar o nível de testosterona deles. O hormônio masculino está presente em todas as pessoas, porém, quando encontrado em quantidades elevadas, pode ser um indicador de temperamento agressivo e enérgico, qualidades presentes em homens em que predomina a vitalidade.
As mulheres que participavam do estudo tiveram de avaliar os rostos desses homens e dar notas para vários quesitos: "gosto por crianças", "atração física", "gentileza" e "masculinidade". A maioria acertou! Os homens que gostavam de crianças foram avaliados corretamente por 20 das 29 mulheres consultadas. Os homens que não mostraram interesse por crianças foram julgados de forma precisa por 19 mulheres. Os que tinham traços mais masculinos foram julgados como os mais apropriados para casos de curto prazo, e os que gostavam de crianças, ideais para namorar ou casar.
Um talento nato?
Como desenvolvemos esse talento? Em artigo publicado na revista científica Nature, uma equipe liderada pelo pesquisador William Brown defende a teoria de que as mulheres são particularmente sensíveis (e até mais exigentes) na seleção dos seus companheiros porque chamam para si a responsabilidade de criar os bebês. Trata-se portanto de uma inclinação natural, um dom que permite tomar traços físicos como pistas que irão predizer se um determinado homem será ou não um parceiro satisfatório.
Pesquisa defende que as mulheres são particularmente sensíveis e exigentes na seleção dos seus companheiros porque chamam para si a responsabilidade de criar os bebês
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Estudo revela que as mulheres identificam os homens que têm inclinação para a vida em família ou quando é um típico "aventureiro viril" para um caso de curta duração |
A relação entre fisionomia e temperamento é algo que nos intriga há bastante tempo. Na Grécia Antiga, Aristóteles já arriscava algumas hipóteses. O filósofo grego acreditava que uma pessoa com feições semelhantes às de uma raposa teria também a sagacidade desse animal, enquanto um pescoço de touro poderia ser o sinal de que a pessoa é obstinada. De alguma maneira, ele foi um precursor de um conhecimento que seria sistematizado no século 20, quando surgiram teorias que falam de uma possível correspondência entre as características físicas e o caráter.
Um dos primeiros exploradores desse campo foi o escritor e teólogo suíço Johann Kaspar Lavater (1741-1801). Ele dedicou vários anos da sua vida ao analisar o formato do rosto das pessoas e comparar os comportamentos típicos delas. Segundo o pastor protestante, a nossa expressão pode ser assim representada: da altura da testa até os supercílios, temos a imagem da inteligência; o nariz e a maçã do rosto correspondem à vida moral e sensitiva; a boca e o queixo re etem a vida animal, enquanto o olho é o conjunto, a síntese das demais qualidades.
Sabemos que mesmo no universo zoo já se aceita que as fêmeas definem mais em termos de reprodução que os machos em seus embates
Segundo essa teoria, uma testa larga e grande pode sinalizar inteligência superior, enquanto um queixo pequeno e estreito é o indicador de uma vitalidade reduzida. O rosto redondo nos faz pensar em uma postura serena, mas apreciadora do conforto; já o rosto triangular sinaliza uma notável capacidade mental, com rápidos re exos. Se as feições são quadradas, a pessoa tende a ser ativa, enérgica, com habilidade para resolver problemas que exijam respostas imediatas.
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As emoções identificadas na face
O tema já havia despertado o interesse de João Oliveira, autor de Saiba quem está à sua frente - análise comportamental pelas expressões faciais e corporais (Editora WAK). O livro mostra como observar o surgimento de emoções na face e de que forma é possível fazer uma rápida avaliação de alguém somente pelas rugas de expressão. Os resultados podem ser colhidos no dia a dia, em conversas ou atividades de qualquer pessoa que tenha a interação humana como meio de vida. |
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Charles Darwin foi obrigado a ponderar que certos atributos masculinos se espalharam não porque os machos mantêm uma relação de dominância frente aos demais, mas porque chama a atenção da fêmea |
Simetria e harmonia
A aparência também pode comunicar outras qualidades. Um ingrediente altamente valorizado no rosto é a simetria. E o que é isso? Simetria vem de "symmetría" e quer dizer justa proporção ou união de medidas (do grego arcaico). Em outras palavras, esse conceito tem a ver com nossa busca constante de um equilíbrio entre as formas - harmonia. O princípio serviu de base para a admirável arquitetura greco-romana e foi retomado com entusiasmo pelos artistas do Renascimento. Também é verdade que as simetrias presentes na natureza sempre foram uma constante fonte de inspiração.
Com diversos estudos sobre a atração sexual, o psicólogo britânico George Fieldman, do University College, de Londres, defende que frequentemente buscamos simetria em nossos parceiros. "Se você é simétrico, isso signi ca que tem os genes que controlam isso e que nada ocorreu para mudar isso da concepção à idade adulta", diz ele. "Alguém que é simétrico poderia fazer coisas como correr mais rápido, então escolher alguém simétrico signi caria ser capaz de se defender melhor e conseguir as melhores presas", explica.
De alguma maneira, esses estudos nos fazem re etir sobre as teorias do naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882). Segundo ele, no mundo animal, os machos mais fortes passam adiante suas características genéticas porque conseguem usar a sua potência para impedir que seus rivais tenham acesso ao seu harém. É verdade que ele foi obrigado a ponderar que certos atributos masculinos se espalharam não porque os machos mantêm uma relação de dominância frente aos demais, mas porque chamavam a atenção da fêmea.
Ainda que não seja possível traçar um paralelo seguro entre bichos e seres humanos, nós sabemos que mesmo no universo zôo já se aceita que as fêmeas de nem mais em termos de reprodução que os machos em seus embates. E do mesmo modo que a plumagem diferenciada pode ser um chamariz para a fêmea de determinada espécie, não é descartável a ideia de que um traço físico, como um queixo saliente, por exemplo, possa ser tomado como um sinal de vitalidade pelas mulheres.
Homossexualidade relevante Isso nos faz questionar: como o feromônio é percebido no caso dos homossexuais? Um estudo mostrou a irrigação [o fluxo sanguíneo] do cérebro de heterossexuais e homossexuais em resposta ao feromônio. A substância foi colocada debaixo do nariz deles, enquanto os exames de neuroimagem registravam quais áreas do cérebro estavam mais ativas. Os heterossexuais que tiveram contato com o feromônio do sexo oposto apresentaram maior atividade nas áreas do cérebro ligadas ao prazer e ao bem-estar (a amígdala e o hipotálamo). Quando eles foram expostos ao feromônio do mesmo sexo, o sinal químico foi interpretado como um cheiro. Porém a reação dos homossexuais foi oposta; eles tiveram uma resposta mais ligada ao prazer ao cheirar o feromônio do mesmo sexo. |
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Os feromônios no reino animal
A Ciência detectou vários tipos de feromônios: sexuais, responsáveis pela atração entre machos e fêmeas; de alarme, secretados com o objetivo de defesa de predadores; de trilha, para marcar o caminho até os ovos; de ataque, para mobilizar o grupo para uma ação; e os de agregação, pelos quais os insetos são atraídos pelos outros, para fonte de alimento. Os insetos são muito sensíveis, podendo captar seu cheiro a 20 quilômetros de distância. Os humanos também têm seu comportamento influenciado pelos feromônios. O interesse de um homem por uma determinada mulher e vice-versa ou a alteração do ciclo menstrual de mulheres, quando convivem por muito tempo, são alguns exemplos. |
Seleção relâmpago
Popularizou-se a expressão "a primeira impressão é a que fica". O que explicaria a empatia entre pessoas que mal se conhecem. E, ao que tudo indica, a ciência parece validar o que já era de conhecimento popular. Um grupo de cientistas nos Estados Unidos identificou os circuitos neurais envolvidos na formação da primeira impressão em uma pessoa ao conhecer outra. Somos, sim, capazes de fazer avaliações relativamente acuradas e persistentes com base em observações rápidas, muitas vezes de menos de meio minuto. A descoberta mostra como as informações sociais são codificadas e avaliadas ao fazer tais julgamentos. Interações sociais são processos complexos do ponto de vista neurológico. Quando uma pessoa é apresentada à outra, frequentemente avalia rapidamente se gostou ou não do indivíduo que acaba de conhecer, mesmo que o processo seja inconsciente.
Um novo estudo, feito por pesquisadores das universidades de Nova York, Tuft s e Harvard, investigou os mecanismos cerebrais que dão suporte às impressões formadas imediatamente após conhecer alguém. Os autores montaram um experimento no qual examinaram a atividade do cérebro nesses momentos. A 19 voluntários foram apresentados perfis escritos de 20 indivíduos fictícios, ou seja, 20 diferentes características pessoais. Os perfis foram entregues junto a fotos de cada um dos indivíduos e incluíam cenários indicando traços positivos (como "inteligente") e negativos (como "preguiçoso").
Após ler os perfis, aos participantes foi perguntado quanto eles gostaram ou não de cada um. As impressões variaram dependendo de quanto cada participante valorizava os diferentes traços positivos e negativos envolvidos. Por exemplo, se um participante dava mais importância à inteligência do que à preguiça, caso os dois traços fizessem parte do mesmo perfil, a impressão formada era positiva. Durante o período de formação das impressões, a atividade do cérebro dos participantes foi observada por meio de ressonância magnética funcional. Com base nas notas dadas pelos participantes aos perfis, os pesquisadores puderam determinar as diferenças nas atividades cerebrais ao encontrar informações que eram mais importantes na formação das primeiras impressões.
Um grupo de cientistas nos Estados Unidos identificou os circuitos neurais envolvidos na formação da primeira impressão em uma pessoa ao conhecer outra
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Interações sociais são processos complexos do ponto de vista neurológico, mas a Ciência parece validar o ditado sobre a formação da primeira impressão, mesmo que o processo seja inconsciente |
As imagens resultantes mostraram atividade significativa em duas regiões do cérebro. A primeira foi a amígdala, a pequena estrutura arredondada na superfície anterior do cerebelo que estudos anteriores ligaram ao aprendizado de objetos inanimados e a avaliações sociais baseadas em grupos familiares ou de confiança. A segunda região identifi- cada foi o córtex cingular posterior, que atua em decisões relacionadas a dinheiro ou recompensa. "Mesmo quando encontramos muito brevemente alguém que não conhecemos, essas regiões apresentam grande atividade, resultando em uma primeira impressão instantânea", disse Elizabeth Phelps, professora da Universidade de Nova York e uma das autoras do estudo.
Neurociência e hormônios
Existe uma explicação biológica para o reconhecimento de rostos. A oxitocina, substância produzida pelo hipotálamo e segregada pela hipófise, que induz as contrações do músculo uterino durante o parto e estimula a secreção de leite, teria algum papel no reconhecimento de rostos. O trabalho, publicado no The Journal of Neuroscience, aponta que a oxitocina é capaz de aumentar a capacidade de um indivíduo de distinguir semblantes.
Segundo os autores, participantes do estudo que receberem uma dose de oxitocina, aplicada por meio de spray nasal, mostraram uma melhoria no reconhecimento facial, mas não de objetos inanimados. "Reconhecer um rosto familiar é um componente fundamental para o sucesso da interação social entre humanos. Nosso estudo indicou que a oxitocina em humanos imediatamente fortaleceu a capacidade de reconhecer e discriminar rostos corretamente", disse Peter Klaver, da Universidade de Zurique, um dos autores do estudo.
Reconhecer um rosto familiar é fundamental para o sucesso da interação social. Estudo indicou que a oxitocina fortaleceu a capacidade de reconhecer e discriminar rostos corretamente
Pesquisas anteriores feitas com camundongos verificaram que o hormônio tem papel importante na distinção de que outro animal é familiar. Mas, diferentemente dos humanos, que se apoiam na visão para o reconhecimento, os camundongos usam para isso o olfato. Os participantes foram divididos em dois grupos. O primeiro recebeu aplicações contendo oxitocina, e o segundo, placebo. Em seguida, os pesquisadores exibiram imagens de rostos e de objetos, como casas, esculturas ou paisagens. No dia seguinte, os voluntários foram submetidos a um teste surpresa. Foram mostradas imagens vistas no dia anterior e outras novas. Os participantes tiveram que classificar as cenas como novas, que estavam entre as apresentadas no dia anterior ou familiares - as quais conseguiam distinguir, mas sem recordar o contexto.
Os voluntários que usaram o spray de oxitocina conseguiram perceber os rostos exibidos anteriormente com mais eficiência do que os demais. Entretanto os dois grupos tiveram o mesmo aproveitamento com relação a imagens de objetos. "O estudo mostrou que uma única dose de oxitocina é suficiente para aumentar a memória de reconhecimento para estímulos sociais. Os resultados apontam para um efeito imediato e seletivo do hormônio: o fortalecimento dos sistemas neuronais envolvidos na memória social", disse Ernst Fehr, da Universidade de Zurique, na Suíça, em comentário sobre o estudo divulgado pela Society for Neuroscience, com sede nos Estados Unidos.
Olfato sexual
Selecionamos parceiros não somente a partir do reconhecimento visual. Mas (quem diria?) também pelo cheiro. Sempre tem um cheirinho que faz a gente se lembrar de uma pessoa querida. Já percebeu? É normal, considerando que as emoções estão intimamente ligadas ao olfato. Estudos recentes vão mais longe, até defendem que existe certo odor exalado pelo organismo que nos torna sexualmente atraídos pelo sexo oposto. E sequer pensamos direito na hora "h", porque a reação é automática.
O artifício não é privilégio dos humanos - está presente em vertebrados em geral e funciona como isca para fisgar possíveis parceiros sexuais. Assim, tudo indica que romance começa pelo faro! Se preferir, pense que temos um "sexto sentido". Isso, graças aos feromônios, sinais químicos produzidos pelo corpo e que podem ser detectados por um pequeníssimo órgão que fica no nariz e é responsável pela recepção desses sinais; trata-se do órgão vômero-nasal.
Memória olfativa O feromônio tem um papel-chave em relação ao humor, ao sistema endócrino e também é sensível aos estados inconscientes. No caso das lembranças que afloram com o cheiro, é outra estrutura do cérebro, o núcleo acumbens, que recebe as informações do sentido do olfato; esta parte do cérebro está ligada ao reforço, à memória e ao sistema de recompensa. "Então, se uma experiência agradável foi relacionada a um odor, ele vai estar extremamente ligado àquela memória. E se uma pessoa é novamente colocada em contato com o cheiro, as reações se repetem de forma muito parecida com a circunstância que a originou. Isso também acontece com animais e pode ser repetido em laboratório", conclui Cavalcanti. |
Ele é uma estrutura importante no processamento de informações olfativas que não se tornam conscientes e que desencadeiam impulsos que levam ao sexo (sistema acessório). Lembre-se de que um cão, por exemplo, tem o hábito de marcar seu próprio território! Paralelamente, há o epitélio olfatório. Ele que permite que sinais químicos sejam percebidos como um cheiro - e de modo consciente (sistema principal).
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Um trabalho mostrou que as mulheres expostas aos feromônios tendiam a achar mais atraentes os rostos dos homens com traços bem masculinizados |
Alguns estudos atestam que homens não têm o órgão vômero-nasal. Na melhor das hipóteses, as pesquisas mostram que nos homens ele simplesmente não funciona. Isto é, por causa da evolução biológica, o órgão se tornou inativo em certos primatas. Se isso é mesmo verdade, por que ainda somos sensíveis ao feromônio? Tudo leva a crer que a informação feromonal tomou outra rota para atuar no sistema nervoso.
"Tão importante quanto a produção do feromônio é a sensibilidade que se tem a ele. Há uma série de circunstâncias que interferem na interpretação dos sinais químicos. As mulheres, por exemplo, respondem de maneiras diferentes ao odor masculino, dependendo da fase do ciclo menstrual", explica o neuroanatomista Judney Cley Cavalcante, professor de anatomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Segundo ele, no período fértil, a maioria pode achar o odor agradável; em outro momento do ciclo, o mesmo cheiro pode ser considerado desagradável. "A sensibilidade varia de pessoa para pessoa, depende da intensidade do cheiro, etc."
A sensibilidade ao feromônio é muito importante. As mulheres, por exemplo, respondem de maneiras diferentes ao odor masculino, dependendo da fase do ciclo menstrual
Um trabalho mostrou que as mulheres expostas aos feromônios tendiam a achar mais atraentes os rostos dos homens com traços bem masculinizados, com maxilar mais evidente, queixo grande, etc. Ou seja, existe uma série de questões envolvidas, como os próprios elementos da atratividade visual. É complicado saber o peso de cada um deles. E nem dá para controlar tantas variáveis em experiências com seres humanos. Como selecionar voluntários mais ou menos atraentes, por exemplo? "É difícil chegar a uma resposta, porque isso é subjetivo e envolve uma questão cultural. Há uma série de dificuldades em se fazer experiências com humanos...", diz Cavalcante.
Com feromônios ou não, o fato é que a Ciência se empenha para desvendar os mistérios de nossos corpos e cérebros, a fim de compreender melhor comportamentos e as complexas formas de nos relacionarmos socialmente. Aguardamos ansiosamente por novas pesquisas.