Sete faces do amor

29/03/2013 20:22

 



Estas reflexões estão fundamentadas em G. Chapman, no livro “O Amor como Estilo de Vida”. Ser amado, deixar-se amar, crer no Amor de Deus constituem a alegria de viver. Só os amados mudam. O amor é uma força transformadora e propulsora. Nosso sucesso está em amar os outros. O amor não é só uma emoção, mas, decisão, atitude, ação. Portanto, decidimos amar, escolhemos amar, optamos por amar. É preciso esforço para sermos pessoas capazes de amar.

Eis as sete faces do amor:

1. A gentileza. É a alegria de ajudar os outros, ou ainda, é reconhecer e acolher com afeto as necessidades dos outros. A gentileza transforma encontros em relacionamentos. A pessoa gentil quer servir o próximo porque o valoriza e o respeito como pessoa.Gentileza é gesto de amor altruísta e por isso transforma as pessoas. As palavras gentis têm grande poder de cativar e até de curar porque expressa reconhecimento, respeito, atenção pelo outro, são palavras construtivas, cativantes, salvadoras. A gentileza faz bem para nós e para os outros, causa-nos alegria e dá importância aos outros.

Gentileza é cortesia, generosidade, respeito, amabilidade. Os gestos mais comuns da gentileza são: agradecer, ajudar, saudar, informar, sorrir, atender, elogiar, pedir desculpas.

2. A paciência. Consiste em compreender e aceitar as imperfeições dos outros. É permitir a alguém ser imperfeito. É entender o que se passa dentro do outro, acolher seus sentimentos e os motivos de suas atitudes. Paciência não é concordar, é compreender; não julgar e não condenar. Nossa paciência permite ao outro crescer, mudar, ter nova chance para melhorar.

Quem tem consciência das próprias imperfeições e cultiva um espírito positivo, tem condições de ser paciente. A humildade nos torna pessoas dotadas de paciência, porque saímos de nós mesmos, sofremos com a situação dos outros e os acolhemos.

3. O perdão. Perdoar não é fácil mas é atitude sábia e saudável. Quem perdoa oferece ao ofensor a chance de ele melhorar. O perdão nos livra de doenças, insônias, vinganças, ódios que são sentimentos destrutivos, e possibilita a convivência, a saúde e a felicidade. Perdoar é reencontrar a alegria, a paz interior e social. Perdoar é ter amor de mãe, amor sem medidas, amor de misericórdia que reata amizades e relacionamentos. Quem perdoa faz bem a si mesmo, compreende as limitações alheias e constrói a reconciliação e a paz social.

4. A cortesia. Significa tratar os outros como amigos porque toda pessoa é digna, original, única, valiosa. A cortesia no trânsito, no ônibus, nas filas, no relacionamento com os vizinhos, no dedicar tempo aos outros, no receber bem os que chegam, no saber agradecer, prestrar atenção, pedir desculpas, são inestimáveis gestos de amor. No cotidiano podemos praticar a cortesia através de uma conversa; pedir licença, ajudar idosos ou alguém em dificuldades, aceitar as incompreensões dos outros.

5. A humildade. É saber reconhecer os próprios valores e imperfeições e acolher os valores e fraquezas dos outros. Humildade é autenticidade, verdade, e realismo. A palavra humildade vem de húmus (barro, terra) que é a raiz da palavra “homem”. Somos todos de barro. A humildade está nesta igualdade de dignidade, na irmandade que formamos a partir do barro, do pó e até da lama. Aceitar a ajuda dos outros, reconhecer os erros, afirmar os valores dos outros, alegrar-se com o sucesso dos outros e de seu bem-estar, é humildade.

6. A generosidade. Define-se pela doação aos outros, é o amor que se doa, que sabe servir, dedicar tempo aos outros, ter a coragem do desapego de si e das coisas para partilhar. A generosidade é gêmea da solidariedade, da dádiva, do dom. Há mais alegria em doar-se que em receber. A pessoa generosa é capaz de renuncias e de sacrifícios pelo bem alheio.

7. A honestidade. É dizer a verdade com amor, não inventar desculpas para justificar os próprios erros, falar os próprios sentimentos e emoções, aceitar as limitações pessoais, como também os dons, as qualidades, os sucessos. A integridade da pessoa honesta está na veracidade das palavras, na transparência das atitudes, no compromisso com a verdade.


AS 5 FASES DO AMOR

Cada relação amorosa é única e especial, mas todos os amores evoluem, obedecendo a um ciclo de vida, pelo menos no que diz respeito às relações marcadas pelo compromisso. É verdade que quando escolhemos casar ou comprometermo-nos com alguém não estamos propriamente a pensar nas diferentes fases do amor romântico e muito menos naquilo que caracteriza a fase em que estamos. Mas para que vivamos relações maduras e enfrentemos o lado lunar do amor importa que tenhamos consciência destes diferentes estádios. Note-se que cada casal evolui ao seu ritmo, à sua velocidade e, não raras vezes, há avanços e recuos entre estes estádios.

ENAMORAMENTO. Todas as relações amorosas começam pelo estado apaixonado. Esta é a fase em que a única coisa de que precisamos é de pertencer a este amor. Num período que pode variar entre 2 meses e 2 anos, mas que dura em média 6 meses, boa parte dos pensamentos são ocupados pela exploração das qualidades do cônjuge, pelas fantasias e sonhos a respeito do futuro ao lado daquela pessoa. Esta é a altura em que os membros do casal têm oportunidade de experimentar, de saborear, de imaginar o potencial da vida a dois. O corpo produz uma quantidade industrial de endorfinas, que contribuem para um estado de felicidade exacerbada.
LUTAS DE PODER. À medida que os membros do casal exploram as características do outro descobrem as diferenças que os separam e dá-se início a lutas de poder. Esta é a fase mais difícil do ciclo de vida de uma relação, aquela em que mais frequentemente se dá a ruptura conjugal. E porquê? Porque à medida que os membros do casal se tornam mais íntimos do ponto de vista físico e emocional, vêem à tona as suas fragilidades e vulnerabilidades e os conflitos começam a surgir. Claro que esta é também a oportunidade de ver a relação crescer, à medida que os membros do casal se reconhecem como pessoas com qualidades e vulnerabilidades. Durante esta fase, que nalguns casos dura vários anos, o casal tem 3 alternativas: terminar a relação, continuar juntos mas vivendo vidas paralelas ou aprender a discutir e negociar de forma emocionalmente inteligente, isto é, permitindo que ambos ganhem e respeitando a individualidade de cada um.
ESTABILIDADE. A sobrevivência ao estádio anterior determina que os membros do casal tenham adquirido competências que lhes permitem agora conviver com as diferenças e estabelecer fronteiras claras. Reconhecida a individualidade e liberdade de cada um, o perigo desta fase é o de os membros do casal chegarem à conclusão de que seguiram ou querem seguir caminhos diferentes. Quando os sonhos não se concretizam, há a sensação de perda e de tristeza. Os membros do casal sentem-se entediados com a relação, começando a perceber que têm pouco em comum. Não são capazes de projetar a relação no futuro, deixam de sonhar a dois e fixam-se no presente. É a segunda fase mais propícia ao divórcio e também aquela em que frequentemente as pessoas decidem recorrer à terapia de casal. No início é confortável chegar a acordo em relação à impossibilidade de mudar o outro à nossa imagem, mas a vida (e o amor) é feita de crescimento e mudança constantes. Nesta fase o casal pode tirar partido do seu percurso, da sua história, para preservar a relação – aí, ou o respeito mútuo permite que a relação evolua, ou o casal volta às lutas de poder.
COMPROMISSO. Esta é a fase em que os membros do casal fazem escolhas que reflectem o conhecimento que têm de si mesmos e do parceiro, reconhecendo as diferenças, mas também os sonhos comuns. Este é o período em que aquelas duas pessoas percebem que não “precisam” de estar juntas mas “escolhem” estar juntas. Os membros do casal sentem-se confortáveis, seguros e felizes com o facto de terem construído uma relação sólida. Claro que este bem-estar também implica perdas, na medida em que para que as pessoas continuem juntas têm de aceitar o outro tal como ele é e abandonar a idealização. Para que a rotina e o tédio não se instalem, é crucial que os membros do casal mantenham a vontade de alimentar a conexão emocional, a sedução e a certeza de que o outro é “a” prioridade.
VIDA A DOIS. Nesta fase os membros do casal já assumiram que são uma equipe e estão prontos para enfrentar o resto. E o resto pode passar por terem filhos ou participarem juntos em qualquer outro projeto de vida. A partir daqui o grande desafio é lidar com cada projeto de vida ou até com as crises enquanto equipa – de forma proativa, responsável e construtiva. A relação precisa de continuar a ser alimentada, tem de continuar a haver tempo para o “nós”, mas também para a individualidade. Se é difícil? É. Mas é preciso fazer escolhas.