REFLEXÃO!!! COMPLEXO DE INFERIORIDADE!!!

Todos buscamos meios de resguardar, minimizar e escapar dos problemas. Para isso, desenvolvemos mecanismos de defesa, que nos ajudam a driblar os conflitos do cotidiano. Esses mecanismos protegem as falhas do “eu”, as quais podem ser reais ou fantasiosas. Se permanecermos presos às nossas dificuldades, podemos perder o controle de nossa auto-estima e levar nossa personalidade a um processo de desintegração. Os mecanismos de defesa nos ajudam a equilibrar e recriar nossa própria identidade.
O complexo de inferioridade é um conflito muito presente na maioria das pessoas. Ele se apresenta com os seguintes sintomas:
.Isolamento;
.Sentimentos agudos de incapacidade e de inferioridade;
.Super valorização da bajulação;
.Excessiva sensibilidade a críticas;
.Atitudes supercríticas aos outros.
Quando somos acometidos pelo complexo de inferioridade, tendemos a desenvolver determinados mecanismos de defesa, tais como:
Compensação: procuramos superar uma desvantagem física ou emocional (pode haver
um fundo imaginário). O sentimento de inferioridade em um determinado setor, leva à tentativa de superá-lo em outro. Exemplo: uma mulher pouco atraente, que passa a caminhar de modo provocante. O caminhar chama a atenção e compensa sua falta de atrativos.
Racionalização: criamos explicações e razões vantajosas para fracassos decorrentes da inferioridade. É uma defesa do “eu” em face às críticas sociais. Exemplo: Um jovem que gastou muito dinheiro comprando uma roupa de marca. Explica aos pais que custou caro, mas o tecido é melhor e vai durar por mais tempo.
Projeção: atribuímos a terceiros nossos erros e desejos pessoais. Exemplo: pessoas de má índole que colocam:... “Não odeio ninguém, esse sentimento não faz parte de mim. Mas, não sei por que, os outros me odeiam”...
Identificação: quando adotamos mentalmente uma aparência, uma propriedade ou qualidade de alguém. Exemplo: mulheres que cortam o cabelo igual ao de uma atriz famosa e bonita.
Regressão: regredimos a atitudes infantis de comportamento. Esse mecanismo ocorre após muitas situações de intensos fracassos. Exemplo: um adulto chorar por não passar em um concurso.
Fixação: quando temos um interesse ou uma ligação emocional e paramos nosso desenvolvimento, nos fixando em uma determinada fase. Esse mecanismo ocorre em pessoas que tenham passado por excessivos sofrimentos, com profundas frustrações ocasionando assim sérios traumas. Exemplo: tenho um paciente, um rapaz que hoje está com vinte anos. Aos dezesseis, sei pai foi embora de casa, ele se fixou em tal idade, desenvolvendo uma dependência afetiva e comportamental para com sua mãe.
Idealização - utilizamos energia emocional reprimida, para criarmos e elaborarmos um mundo mais justo, mais gratificante (mais ou menos imaginário). Assim aumentamos e sustentamos nosso comportamento individual a favor de sua criação real. Exemplo: o positivismo é um bom modelo de idealização. O livro “O Segredo” (não generalizando, claro) exemplifica bem a idealização.
Simbolização - usamos nossa energia emocional em um processo de elevação e quase adoração de personalidades que se destacam no meio social. Exemplo: criação de ídolos do cinema, da televisão, etc...
Repressão – quando reprimimos um conflito. Quando uma frustração incomoda, atormenta nossa consciência, esta cuida de inibi-la e de afogar sua memória. Porém, o problema reprimido pode continuar atuando, mesmo que de maneira inconsciente, em nosso comportamento. Exemplo: atos falhos. O ato falho, é quando aparecem em nossa fala (ou escrita), termos que se referem a repressões relacionadas a algo ou alguém. Para um melhor entendimento: imaginemos que vamos receber a visita em casa, de uma senhora que tem um queixo muito grande. Pedimos a nosso companheiro que não comente nada sobre o queixo. Quando a senhora chega, ele faz um esforço para não rir ou fazer qualquer comentário. Porém, durante o lanche que se segue, ele pergunta:...- “A senhora aceita um pouco de geléia no queixo?”... A palavra “queixo”, saiu completamente sem querer. Ele queria apenas oferecer a geléia.
Sublimação – quando canalizamos nossas energias emocionais não aceitas dentro dos padrões normais da sociedade, para um outro ato que seja aceito e valorizado pela mesma. Exemplo: uma pessoa que aprecia cenas pornográficas, e que pinta telas de cenas sexuais. Virando arte, fica mais aceitável.
Fantasia ou Devaneio – como fuga de uma realidade frustradora, de suas lembranças, fantasiamos situações para encobri-las. Vivemos, na imaginação, aquelas situações e aquele tipo de universo em que desejaríamos de viver. Exemplo: quando um indivíduo não tem muitos amigos, mas imagina-se amigo íntimo de todas as pessoas que conhece. Começa a imaginar que foi convidado para festas e que é muito assediado.
Os mecanismos de defesa, quando empregados com medida, são perfeitamente normais a todas as pessoas. Eles são necessários para a manutenção e equilíbrio do emocional de todos nós. Eles fazem parte de nosso cotidiano e são sadios. Quando ultrapassam um limite de normalidade, devemos procurar ajuda de um profissional. Nesses casos, nem sempre a pessoa acometida tem percepção do agravamento e exacerbação de seus mecanismos de defesa, cabe então aos familiares uma atitude.
Baixa-auto-estima é um dos motivos mais freqüentes de sofrimento
por Rosemeire Zago
É, sofremos por diversos motivos, mas o que todos querem mesmo é se livrar de tudo aquilo que causa sofrimento. Não há como fazer isso sem um mínimo de trabalho. É preciso identificar pelo que está sofrendo. Você sabe pelo quê ou quem está sofrendo? Escreva sobre isso. Depois de anotar tudo que tem lhe causado sofrimento, pense sobre os prováveis motivos e escreva cada um deles.
Abaixo segue mais alguns motivos que causam sofrimento:
Não ter consciência do próprio valor. O que chamamos de baixa auto-estima. Esse é um dos motivos mais freqüentes de conflitos. Quem não tem consciência de seu valor como pessoa pode sentir dificuldades em qualquer outra área. Podendo levar a acreditar que não consegue nada na vida. Comece a pensar o que gerou sentir-se assim. O que pode ter feito ou colaborado para não perceber seu valor? Conhece alguém que perdeu o emprego e ficou em depressão ou tentou se suicidar? Pois bem, isso pode ocorrer quando a pessoa só reconhece seu valor perante o cargo que ocupa, o poder que exerce, se perde isso, sente como se todo seu valor fosse perdido. É preciso ter consciência do próprio valor independente do que se tem ou do que se faz, mas valor como ser humano, independente de cargo, conta bancária, poder, status.
Apesar de que todos sabem que nossa sociedade valoriza mesmo uma pessoa por aquilo que possui em bens materiais e não pelos seus valores enquanto pessoa. Precisamos aprender a olhar bem dentro de nós mesmos e reconhecer nossos reais valores. Aquilo que temos de bom dentro de nós, como solidariedade, amizade, cumplicidade, amor, com certeza não há dinheiro que compre.
Sintomas de baixa-auto-estima
Os sintomas de baixa auto-estima são muitos, veja se os reconhece em você:
- necessidade: aprovação (reconhecimento e agradar)
- dependência (financeira e emocional)
- não acredita em si mesmo: insegurança/timidez
- não se permite errar, perfeccionista
- sentimento de não ser capaz de realizar nada
- não acredita em nada, em ninguém, porque na verdade, não acredita em si mesmo
- dúvidas constantes, duvida de seu próprio valor
- depressão
- ansiedade
- inveja
- medo
- raiva
- agressividade
- comodismo
- vergonha
- dificuldade em crescer profissionalmente
- sentimento de inferioridade
Como podemos perceber muitos fatores considerados como causas de nossos sofrimentos nada mais são do que sintomas da falta de consciência do valor que se tem. Como se livrar desses sintomas? Não, não há receita pronta, há sim muito trabalho, começando a se conhecer cada vez mais.
O autoconhecimento é o melhor caminho para elevar auto-estima, pois à medida que você se conhece, e começa a agir de modo coerente entre o sentir, pensar e agir, começa também a se respeitar muito mais, não permitindo que não te respeitem na mesma proporção. Com isso, começa a se admirar e se amar. E aquilo que não gosta em si mesmo, aos poucos pode mudar.
Nada é mais libertador do que ter consciência da pessoa maravilhosa que você é! Perceba que seu valor enquanto pessoa não pode e nem deve ser baseado na maneira como foi, ou ainda é tratado, ainda que isso tenha durado toda sua vida. Não permita mais ser desrespeitado ou maltratado. Todos temos potencial e capacidade de nos desenvolver e mudar aquilo que nos faz sofrer. O que não gostamos e também não gostam em nós, em geral, não fazem parte de nossa essência, o self, o verdadeiro eu, mas sim das máscaras que um dia criamos para nos defender. Essa sim é a verdadeira causa de nossos conflitos. Não, não é nada fácil identificar quais são nossas máscaras, mas isso pode ser obtido através do processo da psicoterapia que proporciona o autoconhecimento.
As máscaras que criamos quando crianças, mesmo sendo um processo inconsciente, automático, que se desenvolve como uma defesa contra um mundo hostil, é o que verdadeiramente, quando adultos, torna tudo muito difícil, criando conflitos nas relações e causando muito sofrimento. Por isso que o autoconhecimento é imprescindível na busca pela essência, seu verdadeiro eu, livre das máscaras. Por exemplo, o orgulho, agressividade, arrogância, não fazem parte da essência do ser humano, são máscaras criadas como defesas e que depois podem se tornar fonte de muitos conflitos. Quanto mais nos tornamos conscientes das máscaras que utilizamos, mais controle obtemos sobre elas.
Complexo de inferioridade
Denominação criada por Alfred Adler (1870-1937), médico psiquiatra, para designar sentimentos de insuficiência. Adler afirmava que todas as crianças são profundamente afetadas por um sentimento de inferioridade, que é uma conseqüência do tamanho da criança e de sua falta de poder perante os adultos. O que desperta em sua alma um desejo de crescer, de ficar tão forte quanto os outros, ou mais forte ainda. Ele sugere que existem três situações na infância que tendem a resultar no complexo de inferioridade:
- Inferioridade orgânica
Crianças que sofrem de doenças ou enfermidades com deficiências físicas tendem a se isolar, por um sentimento de inferioridade ou incapacidade de competir com sucesso com outras crianças.
- Crianças superprotegidas e mimadas: Essas crianças podem desenvolver um sentimento de insegurança, por não sentirem confiança em suas próprias habilidades, uma vez que os outros sempre fizeram tudo por elas. O que também compromete a auto-estima.
- Rejeição
Uma criança não desejada e rejeitada não conhece o amor e a cooperação na família. Não sentem confiança em suas habilidades e não se sentem dignas de receber amor e afeto dos outros. Quando adultos, tendem a se tornar frios, duros, ou extremamente carentes e dependentes da aprovação e reconhecimento de outras pessoas.
Não, ainda não terminou... será que conseguimos encontrar tantos motivos que nos faz feliz como encontramos sobre o que nos faz sofrer?...


