QUEBRANDO PARADIGMAS, CONSTROEM-SE SOLUÇÕES!

11/12/2013 21:07
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A mudança ocorre quando algo termina e algo novo ou diferente se inicia. O período entre esses dois pontos é a transição. É justamente onde as pessoas têm que aprender a deixar o antigo e abraçar o novo. Entretanto, como já afirmava Maquiavel “Não existe nada mais difícil de assumir, mais arriscado de dirigir ou mais incerto quanto ao sucesso do que a introdução de uma nova ordem das coisas”. Enquanto que, Kelly Young deflagra a realidade afirmando que “O problema não é o problema. O problema é sua atitude com relação ao problema. ” E diante deste conceitos, vale a pena citar que “Uma pessoa pode fazer a si mesma feliz, ou miseravelmente infeliz, independentemente do que está acontecendo fora, apenas mudando os conteúdos da sua consciência”, afirmado por Mihaly Csikszentmihalyi.
Mudar, normalmente, é tido como algo difícil, pois nos tira da zona de conforto – que é ter total domínio por algo – e nos leva à zona do aprendizado, onde teremos que nos submeter a perguntar, tirar dúvidas e depender do outro.

Se pensarmos no contexto organizacional, toda mudança demanda quebra de paradigmas e é bem comum não existirem revoluções sutis, nem processos de mudanças indolores, mas as mudanças ocorrem e muitas já ocorreram no mundo, em espaço bem curto de tempo. O fato é que as coisas se dividiram em velho e novo e ficar no meio não vai garantir nada à ninguém. Não vai salvar mingúem.

Todos nós trabalhamos e vivemos em tempos de mudança, e por isso, alguém ou alguma coisa, está mexendo, todo o tempo, no nosso “Reino ou status quo”.

No mundo dos negócios, já podemos notar que aquelas grandes empresas familiares vêm acabando. Estas funcionavam priorizando o valor da lealdade; as de hoje precisam da “ajuda” do profissional, de pessoas flexíveis no que diz respeito a “como as coisas são feitas por aqui”.

Portanto, diante deste cenário, a adaptabilidade às mudanças é uma condição indispensável para a sobrevivência de pessoas e organizações, e mais ainda para o sucesso na economia global. Quem consegue se adaptar é recompensado.

Logicamente que as mudanças inesperadas – no trabalho ou na vida – podem, como sabemos, ser estressantes, amenos que tenhamos ou temos um modo de encará-las que nos ajude a compreendê-las. Modo este que, certamente, muitos de nós já estão fazendo ou sabem fazer.

Sabemos que as mudanças ocorrem independentes de nossa vontade. Portanto, o melhor é buscarmos pela antecipação. Ou, pelo menos, pela preparação para o caso de alguma coisa mudar de lugar. Também monitorar as mínimas alterações, por mais sutis que se mostrem é de fundamental importância. Então, antecipe-se e registre as informações para que possa reconhecer quando algo está ficando velho e adapte-se rapidamente às mudanças, pois quanto mais rápido nos despedimos do velho, mais rápido saboreamos o novo. Mude, exercite a flexibilidade, experiencie coisas novas, aprecie-as, experimente o gosto da aventura e mantenha-se preparado para mudar rapidamente e muitas vezes. Afinal, esta tem sido a nossa realidade e a demanda mundial, não é mesmo?

E já que mudar está parecendo ser condição, para que as mudanças ocorram de forma sensata, pode ser oportuno considerar a internalização das alterações. Numa organização, por exemplo, grandes mudanças devem ser divulgadas, pois ajuda a minimizar rumores e garante o fluxo de informação. A participação é importante pois é bem melhor ter descontentamentos externados do que inflamando o ambiente. Além disso, seja realista, pois em qualquer mudança, os projetos são mais longos e mais caros do que o planejado. Jamais as coisas voltam ao normal em menos de seis meses. Pense, também, na transformação – se a mudança é esperada, ela flui e rupturas são apenas uma idéia. Não acontecem. Afinal, a maioria das pessoas tem uma reação vigorosa a qualquer mudança, ao que chamamos de resistência. Esta reação pode ter, em sua base, sentimentos de perda, juntamente com o conflito em aceitar o rumo novo.

Na verdade, há muitas razões para que as pessoas resistam às mudanças e, as mais comuns são:

. Crença de que a mudança exercerá um impacto negativo sobre elas.

. Desconhecimento sobre a mudança e seus resultados.

. Síndrome do “não foi feito aqui”. Comumente pessoas rejeitam boas idéias por não aceitarem a “propriedade” alheia.

. Falta de comprometimento justificada pela espera da ocasião correta, que nunca chega, mas também na esperança de que a mudança não aconteça.

. Comparações com outras situações, ignorando as diferenças.

. Invalidação como meio de tentar impedir o processo.

. Apego à “zona de conforto”.

. Ansiedade.

. Culpa por sentir-se rompendo paradigmas.

. Perda de poder

. Lógica pelo interesse de não se comprometer. “Tenho algumas razões para rejeitar essa proposta; isso não funcionou em Tóquio, e também não funcionará aqui”.

A lista de jogos de resistência é infinita... Falta de determinação, rumores maliciosos, ridicularização, falta de comparecimento às reuniões, “tempestades em copos d´água”, questionamento de motivos, alegação de interesse próprio dos gerenciadores, transferências de responsabilidades, etc. Contudo, o interessante é notar que, normalmente, são muito sutis as resistências às mudanças. E, uma das boas maneiras de se lidar com elas é confrontá-las, através de diálogo e criação de ambiente fundamentado na confiança, para que as pessoas se expressem e possam explicitar seus medos.

Não dá mais para buscar por desculpas ou justificativas. A maioria dos dados que precisamos para refletir sobre o futuro e constatar que a mudança é fundamental, está disponível. Basta examiná-los com lentes adequadas.

Já é hora de aceitar as mudanças. Ë hora de parar de olhar para elas como algo difícil e passar a olhá-las como algo que pode oferecer possibilidades de ganhos e tirar proveito delas.

É hora de deixar de drama e ver as coisas como realmente são, e não como queremos que seja para termos razão!

Pessoas que querem crescer e se manter no mercado de trabalho precisam acompanhar a evolução, isto é, precisam querer se manter atualizadas, fazer esforços necessários para isso e estarem dispostas a abrir mão de velhas práticas e a incorporar o novo.

Inovar não é sempre fácil, pois exige o abandono de práticas às quais estávamos habituados, o que nos causa incerteza e desconforto.

O processo de inovação e de mudanças pode ser mais fácil, prazeroso e natural, desde que aceitemos e contribuamos para que isso aconteça.

Algumas atitudes podem ser tomadas para tornar a situação - além de fácil - prazerosa e também servir para destacar talentos e aproximar pessoas.

A comunicação facilita a troca de experiências e informações e estimula a geração de idéias. Pessoas do grupo devem ter coragem de sugerir, propor mudanças e até mesmo criticar produtivamente, pois, muitas vezes, daí é que saem soluções incríveis!

O desconhecido, comumente, nos traz medo e insegurança, mas podemos olhar o novo como uma oportunidade de medir nossa capacidade de vencer obstáculos, criar e inovar. Há pessoas que ficam paralisadas, estagnadas frente a uma situação nova. E são, justamente, estas situações em que AGIR é fundamental!

E de grande importância perguntar, questionar, pensar e se comprometer para atingir o sucesso em tudo que fazemos. Nessa época de mudanças, é preciso que nos envolvamos em nossas causas. Que participemos mais. Que ousemos mais. Que sejamos mais guerreiros, no melhor sentido da palavra.

Hoje não é o maior que vencerá o menor, mas sim o mais rápido vencerá o mais lento - e quanto mais rápida for a nossa capacidade de nos adaptarmos a mudanças, maiores serão nossas oportunidades de vencer!

Esquecer a maneira antiga de fazer e aprender uma nova não é totalmente fácil e constitui uma mudança tremenda. Poucas pessoas estarão aptas a realizá-las se não existir uma disposição interna.

Quanto mais flexíveis formos, quanto mais conseguirmos quebrar paradigmas, maior será a nossa capacidade de deter o controle e mais catalisadores seremos! E, toda mudança organizacional demanda quebra de paradigmas, o que, por sua vez, ainda soa forte como “remar contra a corrente”. Mas, como diria um amigo meu... “Em tempos de crise o importante é manter-se em pé”. Contudo, manter-se em pé não é o suficiente. Ë necessário retirar-se da zona de conforto e mexer as peças-chaves da organização, substituindo lideranças incapazes de se adequar à nova realidade e, ao mesmo tempo, liderar pelo exemplo.

Então, a mudança acaba sendo uma arte porque demanda modificações / transformações de ordem pessoal e profundidade nas ações a fim de converter o “salve-se quem puder” em “salve-se quem souber”.

E como mudar é preciso, vale a pena olhar para o que Bert Hellinger fala sobre o “imperfeito”

“O imperfeito é humano. Permanece no tempo e ainda tem tempo, pois dele ainda vai surgir alguma coisa. Ele pode evoluir. Somente o imperfeito tem futuro. O futuro lhe pertence. Já o perfeito não tem futuro. Ele se imobilizou.”
”O imperfeito tem força. Ele ainda deseja alguma coisa. Nele existe tensão e ele atrai outras coisas. Como ainda precisa de algo, depende ainda de receber, o que é uma condição para trocas e relacionamentos”.

”O perfeito já não comporta relações, portanto, somente somos completamente humanos e temos futuro enquanto somos imperfeitos”

Diante deste pensamento, só pode ficar claro que a mudança sempre acontece onde há vida, onde se nota que algo pode melhorar. Então, se estamos vivos, estamos mudando. Se existem organizações, existe mudança. Elas são vivas. Mudar é evoluir.

Vera L. Boeing
Psicóloga, Trainer Internacional em PNL, Coach de Vida e Executivo, Consultora.