Quando aprendemos a dizer: “Esse problema não é meu”. Paramos de carregar pesos desnecessários.

Aprender a identificar se o problema é meu ou se é do outro deixou a minha vida mais leve e feliz! Se o problema diz respeito a mim, eu o identifico, o acolho e busco soluções para ele, mas se o problema é do outro, e eu resolvo me portar como “salvadora da pátria”, acabo o impedindo este de aprender, de se fortalecer com as lições da vida, e trago para mim pesos desnecessários.
Quantas vezes a vida parece um caos e tentamos de todas as formas resolver os problemas que se apresentam, mas muitos deles não são nossos, não fomos nós que os criamos, e muito menos são as lições que devemos aprender com a vida, mas eles caem no nosso colo, devido a uma aproximação “consciente” que fazemos quando “tentamos ajudar”.
Poxa, tem gente que tem a síndrome da “boazinha”, que para se sentir bem tem que se sentir necessária, indispensável, magnânima, e para isso, tenta ser onipresente, onisciente e onipotente.
A MANIA PENITENTE DE TENTAR AJUDAR MESMO QUANDO O OUTRO NÃO SOLICITOU AJUDA NENHUMA É UMA INTERFERÊNCIA NEFASTA DO EGO.
O ego diz para nós: “Você é mais equilibrado, você tem mais condições financeiras, você tem contatos, é influente, você pode resolver os problemas daquela pessoa x”.
Essa atitude é um mecanismo que o ego usa para tentar levantar a nossa autoestima e afagar a nossa vaidade, isto é, para nos sentirmos bem, precisamos desesperadamente ajudar alguém próximo que “acreditamos” estar em uma situação que, ao nosso ver, poderia ser melhor. Percebe-se mais uma necessidade de ser admirada e valorizada pelas pessoas dentro do seu meio social.
Quando nos colocamos prontamente para ajudar, estamos tentando resolver o problema na vida do outro para justificar a nossa “necessária” presença, nos colocando em uma posição mais elevada e o ego nos diz:
“Você é melhor do que ele, você é mais capaz, ele não conseguirá sem você. Sinta-se feliz por isso!”
Por que devemos parar de carregar pesos desnecessários?
Por muito tempo eu me coloquei como “salvadora da pátria” e tudo começou na minha infância. Eu realmente acreditava, com 8, 9, 10, 11 anos que eu poderia ajudar os meus pais. Hoje eu penso nisso e dou risada da minha prepotência, porque eu já me achava melhor do que eles, sendo uma pirralha.
Com o passar dos anos isso foi se intensificando à medida que eu ia deixando o ego me dominar. E com o passar dos anos, com essa “necessidade de ajudar” a vida passou a ser um fardo muito difícil de carregar.
A vida estava tão difícil, parecia que todas as pessoas do meu ciclo precisavam desesperadamente de mim, mas quando percebi que na verdade, eu é que precisava desesperadamente deles para me auto afirmar, tudo ficou muito claro.
Quando finalmente eu entendi isso?
Uma hora a ficha cai para todo mundo, uns demoram mais, outros são mais rápidos e percebem que essa dinâmica não é saudável, simplesmente se cansam de tanto sofrimento e param de querer buscar soluções para a vida alheia.
A minha ficha caiu quando, depois de um tempo envolvida em um assunto que não me dizia respeito, e que me fazia muito mal, resolvi abandonar o meio de campo. Fui para o vestiário, tomei um banho gelado e não quis voltar pro jogo, abandonei literalmente a vida de salvadora profissional, e amarrei as chuteiras. Fui para casa! Para minha casa interna!
E foi a melhor coisa que eu fiz, passei a buscar pelo autoconhecimento e isso não quer dizer que deixei de ajudar as pessoas, que não faço caridade, que virei uma egoísta convicta. Só parei de tentar ajudar quem pode se virar sozinho!
Fiz intensas vivencias curativas, me deparei com as minhas fragilidades e carências afetivas que me levavam a querer ser o “salvador da pátria” o tempo todo. E me senti livre da sensação de que eu poderia ajudar, mesmo aqueles que nem queriam ser ajudados.
Hoje sei identificar quando o problema é meu, chegou para mim e tem que ser resolvido por mim, e quando o problema é do outro e deve ser resolvido pelo outro, no tempo dele, e na hora que ele desejar resolver.
É até uma questão de não interferir no plano de aprendizado que a vida escreveu para ele, e principalmente, no seu livre-arbítrio.
Entendi que o que eu acredito ser bom para o outro, não necessariamente é o melhor para ele. E passei a me abster. E me permiti parar de carregar pesos desnecessários!
Nessa constante identificação das vontades do ego, passei a não mais dar ouvidos para ele, e a nutrir minha autoestima de outras formas, fazendo o que eu realmente gosto de fazer, e cuidando da minha saúde mental.
Atualmente, sempre que alguém muito próximo me conta algum problema, eu apenas escuto, não mais me martirizo,me sentido na obrigação de resolver o problema do outro.
Quando o ego vem querendo tomar conta de tudo, eu simplesmente digo a ele:
ESSE PROBLEMA NÃO É MEU!
PAREI DE CARREGAR PESOS DESNECESSÁRIOS!
Pessoas próximas estavam literalmente sugando as minhas energias, e me sinto em paz, pois finalmente consegui ver: Opa, eu também tenho problemas, deixa eu cuidar aqui dos meus.
Aprendi que se o problema não é meu, se eu me meter, poderá ficar pior, portanto, melhor dar tempo ao tempo, ele se encarregará de resolver o que tiver que ser resolvido!
Carregar pesos desnecessários? Não obrigada!


