
Um estudo que se iniciou nos anos 60, porém, é o maior indicativo de que ter autocontrole é essencial para ser bem-sucedido. E isso parece não ter mudado de lá pra cá. O psicólogo Walter Mischel, daUniversidade Columbia, em Nova York, EUA, colocou várias crianças de 4 anos em uma sala cujo único foco de atenção era um prato com um marshmallow. Elas poderiam comê-lo, ou aguardar, por um tempo determinado sem comer o doce, para, ao fim dessa contagem, ganhar dois marshmallows. Assista a seguir:
No resultado da pesquisa, algumas não aguentaram e comeram o primeiro doce. Mas aquelas que conseguiram aguardar pela gratificação dos dois marshmallows se deram muito melhor na vida. Não só foram muito melhor na escola como, na vida adulta, obtiveram ótimos resultados. Entre os que não aguardaram, diversos problemas, até com drogas, foram relatados, para além das notas ruins.
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Seja positivo! |
A estratégia para enfrentar a adversidade (e sobre a qual a Psicologia Positiva tem se debruçado desde o seu início) se dá o nome de coping. A Psicologia Positiva tem se interessado em estudar as estratégias de coping mais funcionais, tais como a capacidade de um dado indivíduo de, diante do estresse, conseguir, dentre outras possibilidades, sobrepor suas emoções positivas às ruins no enfrentamento do problema, mirando no positivo (os resultados, a gratificação) para conseguir passar por tal obstáculo. Imagine o quanto isso pode surtir efeito em sua carreira, no trabalho corporal, nos relacionamentos?
Reclamar e criticar vira hábito
Como exemplo, conto uma história de uma senhorinha que costumava assistir à TV comentando tudo que via. Tornou-se corriqueiro para ela degradar as apresentadoras, as jornalistas, e até as figuras masculinas da telinha. Apenas faltava o assunto e criticar, de modo engraçado e criativo, preenchia essa lacuna. Com certa plateia (sim, o ser humano cultiva esse tipo de comportamento, é uma questão evolutiva, infelizmente), "descer a lenha" na roupa, na postura, na aparência e na fala dos interlocutores televisivos acabou virando rotina. Assistir à TV com a ela significava ouvi-la, o tempo todo, fazendo maus comentários.

Desvinculando um pouco a Psicologia Positiva do discurso do exercício do otimismo - a PP não é só isso, nem é pensamento positivo - volto meu olhar pra essas pequenas ações que podem fazer muita diferença no cotidiano. Pensando bem, por que não podemos destacar, com (mais) frequência, o que de bonito vemos no amigo, no colega, no parente, as qualidades e pontos positivos dessas pessoas? Imagine alguém com um dia ruim por N razões e, além de tudo, uma velhinha ranzinza lhe critica a roupa, o corte de cabelo, o jeito de falar?
Como o cérebro reage aos pequenos hábitos negativos?

E você, internauta que me lê neste momento? Tem bons ou maus hábitos? Pratica o olhar positivo e as emoções positivas? Se ainda não pratica, está em tempo de começar. Pense nisso.