Porque as emoções são tão importantes?

01/07/2020 00:03

 

-Desde pequenos nos ensinaram como são formados os ossos, os órgãos, as funções e as partes do corpo, mas nunca soubemos do que é feita a alma.” – Mario Benedetti

Talvez não sejamos conscientes de tudo o que acontece com as nossas emoções ao longo de nossa vida. Ninguém nos ensinou a lidar com as emoções, como mudá-las ou senti-las, é como se as tivéssemos esquecido, devido ao fato de que não são visíveis. Mas elas não são fundamentais em nosso dia-a-dia?

As emoções determinam como nos relacionamos com o mundo. Nossa saúde mental e bem estar pessoal influenciam um ao outro, as emoções são geradas de acordo com a forma que nos relacionamos com o mundo ao nosso redor. Não nascemos com o pensamento desenvolvido, nem com a linguagem, não podemos nem ao menos planejar o que fazemos quando somos pequenos. No entanto, nossas emoções permitem a comunicação e a identificação do que é bom e do que é prejudicial.

Nos relacionamos com o mundo e com as pessoas que vivem nele através do choro, do sorriso e de reações espontâneas. Dessa forma podemos afirmar que as emoções refletem nossa imagem física, mental, social e pessoal.

 

 Nos sentimos alegres e satisfeitos quando as coisas vão bem, tristes e sem esperança quando tudo vai mal e ameaçados ao sofrer perdas.

Nossos pensamentos variam de acordo com as emoções sentidas em cada momento, preparando nosso organismo, através do nosso sistema nervoso, para a melhor resposta. As emoções são como um sistema de alarme, se ativam quando percebem alguma mudança na situação que as cerca. São recursos que se adaptam, que nós seres humanos possuímos e  dão prioridade à informação mais relevante para cada um de nós. Dessa maneira, ativam diferentes processos que nos permitem responder adequadamente.

Experimentamos emoções positivas com frequência na infância e isso favorece o desenvolvimento de uma personalidade otimista, confiante e extrovertida. Já quando as emoções experimentadas são negativas, ocorre o contrário. Assim, uma educação emocional adequada nos permitirá adquirir destreza para que lidemos corretamente com nossos estados emocionais, reduzir as emoções negativas e aumentar, em boa medida, as emoções positivas.

Nesse sentido, podemos mencionar, por exemplo, a capacidade de saber resolver da melhor maneira os conflitos encontrados, além de encarar a frustração a curto prazo em troca de uma boa recompensa a longo prazo, e aprender a lidar com nossos estados de ânimo para que estejamos sempre motivados.

Benefícios da educação emocional


Uma boa educação emocional envolve um longo processo de aprendizagem, no qual se constrói uma visão do mundo, de nós mesmos e de como lidamos com nossos sentimentos. Além disso, cada experiência vivida tem um toque emocional, seja ele agradável ou não. Com um desenvolvimento adequado das emoções, poderemos:

– Nos recuperar de emoções negativas mais rápido;

– Adotar uma atitude positiva diante da vida;

– Ser mais otimista, mas não em excesso;

– Saber expressar sentimentos. Ser realista quanto a autoestima;

– Ter a capacidade de cooperar e reduzir conflitos da melhor maneira.

 

As emoções são importantíssimas para assegurar o equilíbrio psicológico, ao contrário do que se dizia, não deveriam ser evitadas ou expressas em forma de catarse, mas sim estimuladas equilibradamente..

Resultado de imagem para TERAPIA DO ESQUEMA

 

A arquitetura emocional, segundo as novas descobertas da neurociência, é constituída por três categorias: as emoções primárias, emoções secundárias e as emoções instrumentais. As emoções primárias, como o próprio nome diz, são as primeiras reações produzidas pela amígdala cerebral ao ser estimulada pelo meio ambiente. Podemos, desta forma, primariamente, sentir apenas três tipos de emoções: raiva, medo ou tristeza. Já as emoções secundárias são as emoções mais lentas e se manifestam dois milissegundos após as emoções primárias terem sido processadas, pois, originadas no córtex cerebral (sede de nosso conhecimento), levam mais tempo para serem acionadas. 

Por esta razão então é que podemos afirmar que temos emoções primárias "mais viscerais" (mais imediatas) e emoções "mais mentais" (mais lentas) denominadas popularmente de "sentimentos"..

Como este processo é rápido, pois é um mecanismo biológico de sobrevivência, muitas vezes não temos a percepção das emoções primárias, mas apenas e tão somente o reconhecimento das emoções secundárias, confundindo-nos quanto à origem de nossas angústias e inquietudes. Veja só: secundariamente podemos estar com raiva, quando primariamente estamos com medo. Seria insensato afirmar que uma das possíveis razões por trás de muitos comportamentos antissociais seria então o desamparo (ou seja, uma tristeza primária)? Uma vez que essa emoção não é experimentada ou percebida, tornar-se-ia então raiva, deixando assim essas pessoas agressivas

Sabe-se hoje, por exemplo, que em quase 85% dos casos de depressão, a emoção que mais atua na manutenção desses casos seria a emoção primária de raiva e não a emoção secundária de tristeza, como erroneamente enfatizada. Assim sendo, haverá sempre uma equação emocional subjetiva de emoção primária e secundária a ser identificada por nós, caso desejemos nos compreender melhor.

Procure sempre escrever suas emoções. Pegue um pedaço de papel, escreva, por exemplo, como está se sentindo hoje. No dia seguinte, pegue uma nova folha e escreva exatamente a mesma coisa, mas sem olhar a primeira narrativa. Faça isso por quatro dias consecutivos. Você irá perceber que, na medida em que monta e remonta seu texto, ela irá ampliando-se e a percepção da relação de suas emoções irá aumentar, deixando-o mais atento e consciente delas.

Imagem relacionada

"Cada possibilidade nova que tem a existência, até a menos provável, transforma a existência inteira". Assim, torne-se consciente de suas emoções.

 

"Quando eu digo controlar emoções, me refiro às emoções realmente estressantes e incapacitantes. Sentir as emoções é o que torna a nossa vida rica". (Daniel Goleman).

 

[…] o impulso é o veículo da emoção; a semente de todo impulso é um sentimento explodindo para expressar-se em ação. Os que estão à mercê dos impulsos – os que não têm autocontrole sofrem de uma deficiência moral. A capacidade de controlar os impulsos é a base da força de vontade e do caráter. (Daniel Goleman)

 

As emoções são contagiosas. Todos sabemos disso por experiência. Depois de um bom café com um amigo, você se sente bem. Quando encontra um balconista rude em uma loja, se sente mal. (Daniel Goleman).

 

Todo aprendizado tem uma base emocional”. Platão.

 

Não existe um único momento em nosso dia a dia em que estejamos livres de emoções, ainda que não saibamos identificá-las. Tudo o que aprendemos em nossa vida está, em parte, determinado pelo nosso estado emocional de base e sua origem.

 

Quem não compreende um olhar, tampouco entenderá uma longa explicação”. Provérbio Árabe.

 

Esta frase é uma das melhores definições de empatia que existem. Sabemos que a empatia é um dos principais pilares da inteligência emocional. Sentir-se como os outros se sentem e saber como usar isso é tão importante quanto o autoconhecimento.

 

O cérebro emocional responde a um evento mais rapidamente do que o cérebro pensante”. Daniel Goleman.

 

Como seres humanos, todos queremos ser felizes e livres da miséria, todos aprendemos que a chave para a felicidade é a paz interior. Os maiores obstáculos à paz interior são as emoções perturbadoras como raiva, o apego, o medo e a desconfiança, enquanto o amor e a compaixão são as fontes de paz e felicidade”. Dalai Lama.

 

Há emoções saudáveis ​​e não saudáveis, ​ que nos capacitam e que não nos capacitam. Devemos dar as boas-vindas à alegria, a tristeza, a surpresa e ao tédio, enquanto devemos evitar a ira, a vingança, o ódio e a depressão.

 

“A verdadeira compaixão não significa apenas sentir a dor de outra pessoa, mas ser motivado a eliminá-la”. Daniel Goleman.

 

"Não almeje o sucesso. Quanto mais você o almejar e fizer dele um alvo, mais você se afastará dele. O sucesso, assim como a felicidade, não pode ser perseguido; ele deve acontecer, e só acontece como efeito colateral da sua dedicação pessoal a uma causa maior do que você mesmo ou como subproduto da sua entrega a uma pessoa que não é você mesmo. A felicidade deve acontecer, e o mesmo vale para o sucesso: você deve deixá-la acontecer em vez de se preocupar com ela.

 

Livros sobre Educação Emocional.

 
Os livros de Educação Emocional são um recurso muito útil e enriquecedor para aumentar um pouco mais o autoconhecimento, para melhorar a gestão dos nossos complexos universos emocionais e desfrutar de relações interpessoais mais satisfatórias. Porque às vezes não basta ter um alto quociente de inteligência (Q.I.) para ser feliz: a inteligência é muito mais que o resultado de um teste.

Nós sabemos que o tema não é novo, que todo mundo já ouviu falar sobre esse conceito, alguns mais e outros menos, mas todos já leram alguma coisa ou já se interessaram um pouco mais sobre o tema. No entanto, apesar de já terem se passado duas décadas desde que Goleman popularizou o termo com seu best-seller “Inteligência Emocional”, poderíamos dizer que continuamos sentindo falta dos seus princípios em muitos dos ambientes do nosso dia a dia. Dizendo de outra maneira, falamos de algo mais conhecido que aplicado, mais venerado que exercitado.

“A chave para alcançar um alto quociente de inteligência coletivo é a harmonia social.”
-Daniel Goleman-

Gostaríamos de sentir a educação emocional  presente no nosso ambiente de trabalho, gostaríamos de ter companheiros de trabalho treinados em competências emocionais. Gostaríamos, sem dúvidas, de que no currículo de todas as escolas fossem implementados de forma adequada e real os princípios da  Educação Emocional. Seria incrível também se nossos líderes políticos dominassem grande parte dos pilares dessa disciplina, pois todos sairíamos ganhando.

Sentimos falta da presença real dessa habilidade em muitos âmbitos, não há dúvidas, e inclusive percebemos que nós mesmos no dia a dia temos carências, vazios e praticamos atitudes erradas que aumentam nossa ansiedade, dando lugar a bloqueios e frustrações. A boa notícia frente a tudo isso é que a Educação Emocional pode ser treinada, que nosso cérebro sempre é receptivo na hora de assumir novas perspectivas, estratégias e habilidades com as quais melhorar nossa qualidade de vida e nossas relações sociais.

Uma boa maneira de conseguir fazer isso passa por mergulhar com critério na ampla oferta editorial que possuímos atualmente. Assim, a seguir vamos listar 2 livros sobre Educação Emocional muito ricos e interessantes.

 

                  

                   

                     Resultado de imagem para educação emocional livros

 

 

 

                     

 

 

 

                         Imagem relacionada

 

 

                    

  Hábitos para ficar em dia com a saúde emocioal.

 

De acordo com um levantamento realizado pela Universidade Federal de São Paulo, em parceria com o Ministério da Saúde, a maior parte dos casos de licença para o tratamento da saúde do Brasil está relacionado a um diagnóstico psiquiátrico.”Entre as 10 principais causas de afastamento do trabalho, cinco estão relacionadas a transtornos mentais, sendo a depressão a causa número um”, explica o psiquiatra Elie Cheniaux, membro da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro.

No Brasil, a ansiedade, por exemplo, atinge mais de 260 milhões de pessoas. Vale lembrar que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo.

Um estudo realizado pela Vittude, plataforma online voltada para saúde mental, mostra que, das 492.790 pessoas entrevistadas, 86% sofrem com algum transtorno mental. Além disso, a pesquisa aponta que 37% das pessoas estão com estresse extremamente severo, enquanto 59% se encontram em estado de depressão e 63% são severamente ansiosos.

Com isso, é importante que alguns hábitos façam parte da rotina para manter uma mente saudável. Além da psicoterapia, que deve ser feita com um profissional, especialistas também indicam algumas atividades e práticas para estimular o bom funcionamento do cérebro. Confira abaixo:

Leia

Que ler faz bem para o cérebro, já sabíamos. Mas uma pesquisa da Universidade Emory, dos Estados Unidos, descobriu que manter o hábito da leitura reduz em 30% a disfunção do cérebro na velhice, além de proteger contra doenças como o Alzheimer.

A leitura também ajuda a melhorar setores cognitivos, ou seja, as funções mentais responsáveis pela aquisição, organização, interpretação e armazenamento de informações do mundo externo. “Dentre o grande número de funções cognitivas, destacam-se consciência, atenção, orientação, sensopercepção, memória, pensamento e inteligência”, reforça Cheniaux.

Medite

“Como prática contemplativa e de aquietamento da mente, a meditação oferece tempo para relaxamento e conscientização de nosso estado de maneira focada, oferecendo um maior recurso interno para lidar com um mundo estressante, onde os nossos sentidos são muitas vezes alterados e influenciados negativamente. Com a prática, a meditação tem o potencial não somente de proporcionar um alívio temporário do estresse, mas de transformar nossa maneira de interagir com o mundo”, explica Vivian Wolff, formada em Mindfulness pela Georgetown University Institute for Transformational Leadership, em Washington.

A prática de focar no presente e no que estamos fazendo é um grande recurso para o autogerenciamento, para ter consciência das emoções, reduzir o estresse, desenvolver a empatia e, é claro, aumentar o foco e a concentração.

Diga o que está sentindo

A falta de comunicação pode aumentar a ansiedade e a desestabilidade emocional. De acordo com Elaine Di Sarno, psicóloga com especialização em Avaliação Psicológica e Neuropsicológica pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, muitas pessoas ainda relacionam a conversa a uma experiência autoritária ou agressiva.

“Isso acaba inibindo futuras interações interpessoais e ainda aumenta a possibilidade da pessoa se tornar introvertida, mesmo que ela não queira”, explica. Expor as emoções, de formas diversas, aciona o campo do cérebro associado aos sentimentos e pode ser eficiente no combate à depressão.

É por isso que manter um acompanhamento com psicólogo e fazer sessões de psicoterapia semanalmente é de extrema importância. Outras vertentes da terapia, como a musicoterapia, também auxiliam na comunicação e são indicadas para quem sofre de distúrbios comunicativos, como a gagueira, por exemplo.

Pratique o autodomínio

O nosso cérebro possui um grupo de neurônios que funciona como uma espécie de detector de ameaças. Ele é responsável pelo nosso modo de defesa, de lutar ou fugir de determinadas situações e está intimamente relacionado com as nossas reações e emoções como raiva, medo ou impulso. Ao detectar uma ameaça, esses neurônios entram em alerta e dominam o resto do cérebro.

“Quando entramos nesse modo de interação cerebral dominada, todos os nossos recursos estão focados em avaliar o que é mais importante para superar essa ameaça. Para todo o resto, sobra apenas baixa velocidade cognitiva: perdemos a concentração, nos tornamos reativos, os fatos parecem distorcidos e ficamos mais limitados em nossas ações. Fugir de um tubarão em alto mar é uma questão de sobrevivência.”, explica Vivian Wolff, formada em Mindfulness pela Georgetown University Institute for Transformational Leadership, em Washington.

Para evitar que isso aconteça, é preciso identificar o que causa esse alerta na mente para atingir o autocontrole e dominar a situação.

Menos é mais

Vivemos, atualmente, em uma sociedade consumista. Porém, o consumo exagerado pode ser um sinal de alerta. Segundo Wolff, muito do nosso sofrimento está no apego e no desejo de possuir mais.

“Quantas vezes alguém sentiu um vazio interno, foi ao shopping, comprou um monte de coisa e voltou para casa com o sentimento de satisfação? Essa sensação é falsa e momentânea. Logo, o vazio volta, pois não são roupas novas que preencherão esta lacuna e tampouco resolverão suas angústias”, aponta a especialista.

Para reverter a compulsão pela compra, é preciso ter autoconhecimento, descobrir suas verdadeiras necessidades e o que realmente é importante para você. Pensando nisso, Wolff aconselha fazer um check list identificando o que há de errado em sua vida para tentar mudar ou resolver o problema, além de pensar nas suas metas e descobrir o que te dá prazer em viver e que não tem relação com consumo.

“Na medida que percebemos nossas prioridades, começamos a desapegar e construir uma nova forma de viver. Respiramos com alívio quando, em vez de passar a tarde no shopping, preferimos ir a um parque. Em vez de comprar mais um livro, resolvemos começar a ler algum dos 17 que estão empilhados no criado-mudo”, afirma.

Organize e defina suas metas

É importante usar o tempo livre do dia para se dedicar a si mesmo. Para isso, a organização e a definição de metas na vida pessoal e profissional são imprescindíveis, estabelecendo objetivos e selecionando atividades que possam ser implementadas de forma realista.

“Quando falamos de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, é comum o indivíduo fazer planos como sair do trabalho mais cedo para ficar com a família ou fazer ginástica. Mas dificilmente é possível implementar um plano tão perfeito de uma vez e fazê-lo funcionar”, aponta Di Sarno.

“Em um processo de mudança sustentável, é preciso constituir um plano de ação que será implementado aos poucos. Definir um número semanal de horas de exercícios físicos permite uma distribuição flexível e mais realista do que matricular-se na aula de spinning das 19h30 todos os dias, por exemplo. O importante é avaliar constantemente o que está sendo feito versus objetivos e prioridades estabelecidas.