Origens do pensamento filosófico ocidental

15/02/2014 22:58
 
 
 
A Psicologia moderna pode ser considerada fruto de uma longa história, que tem seu 
início na distinção entre mente e corpo discutida por filósofos da Antigüidade. O que 
afastou, paulatinamente, a Psicologia científica de suas origens filosóficas se refere 
mais aos métodos utilizados na obtenção do conhecimento acerca do ser humano, do 
que aos temas estudados por cada disciplina. Por esse motivo, é primordial, para a 
compreensão da Psicologia contemporânea, o conhecimento de suas raízes no berço 
da civilização ocidental. 
 
A busca por conhecimento e compreensão da realidade acompanha o ser humano 
desde o nascimento das primeiras civilizações. O mito é a forma mais antiga 
empregada pela humanidade na busca de sentido para os fenômenos naturais. O 
pensamento mítico foi reconhecido por historiadores em diversas civilizações entre os 
séculos X e VII a.C., como nas culturas grega, romana e nórdica (Carpigiani, 2010). 
 
 
 
 
 
Representação dos deuses no Olimpo. Unidade 03 História da Psicologia 
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Homero e Hesíodo foram os primeiros gregos a documentar o pensamento mítico. 
Ilíada e Odisséia, poemas de Homero, marcaram o nascimento da literatura grega. A 
Ilíada narra a guerra entre gregos e troianos. Nessa obra, as estratégias de guerra, 
bem como paixões, emoções, sentimentos e valores humanos são governados por 
deuses do Olimpo. Na Odisséia, a saga de Ulisses é narrada em meio à descrição dos 
costumes sociais e do cotidiano das famílias gregas da época. Mais uma vez, fica 
clara a interferência de forças poderosas e divinas no comando das ações humanas. 
Hesíodo, que viveu no século VII a.C., apresentou o relato mítico ao descrever a 
criação do mundo. Um de seus trabalhos mais conhecidos, Teogonia, é considerado 
pelos historiadores a primeira obra religiosa da Grécia, e descreve a genealogia dos 
deuses. 
 
 
 Ilíada e Odisséia de Homero Teogonia de Hesíodo 
 
De acordo com Carpigiani (2010), no pensamento mítico, as vontades e desejos dos 
deuses gregos são empregados para explicar o destino dos mortais. Desse modo, os 
mitos representam uma tentativa de compreender e organizar a realidade. Nesse 
contexto, o comportamento humano também passou a ser compreendido e explicado 
a partir dos humores dos deuses e de suas intervenções divinas. 
 
 
Representação da mitologia grega. 
 
Entre os séculos VII e VI a.C., conhecido como período pré-socrático, a retórica e a 
observação da natureza substituíram o pensamento mítico na tentativa de 
compreender e explicar o mundo e a realidade. O desenvolvimento intelectual é um 
marco desse período na Grécia antiga, que é considerado, pelos historiadores, o ponto 
de partida das ciências humanas e naturais (Carpigiani, 2010). 
 
 Unidade 03 História da Psicologia 
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É no período pré-socrático que nasce a 
Filosofia. Tales, que viveu no século VI a.C., 
na cidade de Mileto, é considerado por 
historiadores o primeiro filósofo ocidental. 
Esse pensador caracterizou-se por construir 
suas afirmações com base na observação da 
natureza, e por explicar o mundo em função 
de eventos naturais (Carpigiani, 2010; 
Heidbreder, 1981; Marx & Hillix, 2007). 
 
Pitágoras (570-496 a.C.), Heráclito (535-
475 a.C.) e Demócrito (460-370 a.C.) foram 
pré-socráticos que também influenciaram, de 
forma direta, a construção do pensamento 
lógico e racional. 
 
 
Pitágoras defendeu que a realidade pode ser compreendida por meio dos números. 
Essa visão foi incorporada pela ciência moderna, que prioriza os métodos 
quantitativos. E a Psicologia não escapa a essa característica da ciência. Métodos 
quantitativos são amplamente usados por psicólogos das mais diversas áreas, a fim 
de compreender e explicar a natureza humana (Heidbreder, 1981). 
 
Heráclito, por sua vez, ao defender que nada é permanente, que tudo flui e está em 
constante transformação, dá origem à noção de processo, que está presente em 
ciências contemporâneas, como a Física e a Psicologia (Heidbreder, 1981). 
 
Demócrito, a sua maneira, deu origem ao pensamento atomista ou reducionista, 
que defende uma perspectiva analítica para se compreender o mundo. De acordo com 
esse pensador grego, o universo seria constituído por átomos e, para compreendê-lo, 
seria necessário conhecer cada uma dessas unidades indivisíveis. Essa abordagem 
reducionista é empregada até hoje em diversas ciências, o que inclui a Psicologia 
contemporânea que, em muitas de suas correntes, defende o estudo do ser humano a 
partir de unidades, ou elementos básicos (Heidbreder, 1981). 
 
Na Análise Experimental do Comportamento, por exemplo, os cientistas trabalham 
com unidades comportamentais básicas, compostas por relações entre 
comportamentos e estímulos ambientais. A partir do estudo sistemático dessas 
unidades, os psicólogos comportamentais foram capazes de descrever princípios 
gerais, que servem como base para a intervenção realizada por esses profissionais 
nos mais diversos contextos, como clínicas, consultórios, organizações, escolas e 
hospitais. 
 
 
 
 
 Os pré-socráticos: Tales de Mileto; Pitágoras de Samos; Heráclito de Éfeso; Demócrito de Abdera. 
 
O Pensador (Rodin, 1902). Unidade 03 História da Psicologia 
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Entre os pré-socráticos, um grupo de pensadores se destacou: os sofistas. Esses 
pensadores foram conhecidos por enfocar questões morais e políticas em suas 
discussões. O pensamento crítico foi desenvolvido pelos sofistas por meio da retórica 
em debates públicos. Protágoras foi um famoso sofista que afirmava que “o homem é 
a medida de todas as coisas”. Com essa afirmação, Protágoras defendia a 
impossibilidade da formulação de uma visão absoluta da realidade, pois qualquer 
impressão humana seria subjetiva. Desse modo, haveria uma realidade para cada 
indivíduo. Isto é, dois observadores, investigando um mesmo evento, em um mesmo 
instante, poderiam encontrar realidades diferentes. Embora discordantes, ambas 
poderiam representar a verdade. De acordo com Protágoras, um mesmo observador 
poderia realizar observações diferentes de um mesmo evento em momentos distintos, 
e ambos os relatos seriam representativos da realidade. Vale destacar que essa visão 
de que tudo é relativo, e de que seria impossível conhecer a verdade absoluta em 
relação ao universo é abraçada por muitos cientistas contemporâneos. 
 
Por esse motivo, ao invés de buscar compreender a natureza fundamental da 
realidade, os sofistas dedicaram-se ao ensino da filosofia, da retórica e da dialética 
como habilidades práticas, treinando os jovens de sua época nas artes da persuasão 
(Heidbreder, 1981). 
 
 
 
Protágoras e seus alunos. 
 
O exercício do pensamento lógico foi, ao lado da observação, característica do 
período pré-socrático. Os pensadores desse período afastaram-se do pensamento 
mítico e desenvolveram uma linguagem própria, calcada no pensamento racional. 
Nesse período, a cultura ocidental adquiriu e desenvolveu princípios de lógica e de 
ordem na interpretação da natureza (Carpigiani, 2010). 
 
O desenvolvimento da Filosofia clássica no século V a.C. foi marcado pela figura de 
Sócrates (436-338 a.C.). Aluno dos sofistas Anaxágoras e Protágoras, Sócrates foi 
um filósofo idealista, e defendeu a alma humana como a sede da consciência e do 
caráter. Ao considerar a alma como a origem da vida, Sócrates a compreendeu como 
constituída por uma natureza distinta e superior à natureza que constitui o corpo e a 
matéria. Defendeu, também, o autoconhecimento como antídoto para a ignorância, a 
maldade e a doença humana. Sócrates acreditava que, ao conhecer as causas e os 
resultados dos seus atos, o ser humano seria capaz de fazer escolhas éticas 
(Carpigiani, 2010; Marx & Hillix, 2007). 
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O método socrático foi considerado uma alavanca para a evolução do pensamento 
filosófico. Esse método, também conhecido como inquérito lógico, consistia em, 
primeiramente, elaborar uma série de questões bem articuladas, no decorrer de um 
diálogo sobre o tema proposto (e.g., discussão de conceitos como moral e justiça). 
Essa etapa de seu método, conhecido como “ironia”, caracterizava-se pela 
desconstrução do saber, isto é, Sócrates mostrava, por meio de sua hábil 
argumentação, que idéias bem estabelecidas culturalmente eram, na verdade, 
confusas e contraditórias. Em seguida, na etapa conhecida como “maiêutica”, 
Sócrates buscava construir novas idéias consistentes, usando a razão na busca da 
verdade. O método socrático propõe, portanto, a construção de um conhecimento real 
por meio do processo ironia-maiêutica. Por questionar valores e conceitos defendidos 
pelos líderes de sua época, Sócrates foi condenado à morte, acusado de corromper a 
juventude de seu tempo (Carpigiani, 2010; Heidbreder, 1981). 
 
 
 
O julgamento de Sócrates. 
 
Sócrates não produziu suas próprias obras. Como não deixou registros por escrito, 
tudo o que sabemos sobre esse pensador, sabemos por meio das obras de seus 
discípulos, como Platão e Xenofonte. Por esse motivo, não sabemos até que ponto as 
idéias atribuídas a Platão são suas de fato, e não uma interpretação ou releitura 
elaborada por seus alunos (Carpigiani, 2010; Marx & Hillix, 2007). 
 
Originários de uma família aristocrática de Atenas, Platão (427-348 a.C.) foi aluno de 
Sócrates por nove anos. Passou por vários núcleos de estudos filosóficos em 
diferentes cidades, mas voltou para Atenas e fundou sua própria escola, conhecida 
como Academia, considerada por historiadores a primeira universidade do mundo 
ocidental. Suas idéias fundamentaram-se no pensamento e no método socrático. Em 
sua obra, composta por 36 diálogos, Platão defende, em seus estudos sobre 
conhecimento, política e relações sociais, o status divino da alma humana, reforçando 
o dualismo alma versus corpo preconizado por Sócrates (Heidbreder, 1981). 
 
 
 
Academia de Platão. Unidade 03 História da Psicologia 
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Platão defendeu a existência de duas fontes de conhecimento: a primeira se daria por 
meio das sensações; e a segunda, por meio das idéias. Desse modo, o conhecimento 
poderia ter duas origens: o conhecimento proveniente do corpo; e o conhecimento 
originário da alma. A teoria dualista de Platão afirma que o conhecimento obtido por 
meio do corpo (i.e., sensações) seria inferior ao conhecimento adquirido por meio da 
alma (i.e., idéias). Assim, de acordo com esse pensador, o conhecimento proveniente 
das sensações seria fugaz, ilusório e passageiro, e dificultaria a aquisição do 
verdadeiro conhecimento (Carpigiani, 2010; Heidbreder, 1981). 
 
Segundo Platão, o mundo das idéias, das essências imutáveis, estaria acima do 
mundo sensível aos sentidos. Somente por meio da contemplação e do raciocínio 
lógico o homem seria capaz de conhecer a verdade. A alma, para Platão, possui a 
verdade em si mesma, não se decompõe, é eterna, universal, e independente do 
corpo. A alegoria da caverna ilustra muito bem esse constructo teórico elaborado por 
Platão, que pressupõe que o mundo concreto e sensível seria apenas uma 
representação imperfeita do mundo das idéias (Heidbreder, 1981). 
 
 
 
Ilustração da Alegoria da Caverna proposta por Platão. 
 
Quando Aristóteles (384-322 a.C.) chegou a Atenas, aos 18 anos de idade, ingressou 
na Academia de Platão, onde estudou por 20 anos. Com a morte de Platão, Aristóteles 
viajou pela Ásia e, ao retornar a Atenas, fundou sua própria escola, conhecida como 
Liceu. 
 
Seu pensamento divergiu de alguns dos principais postulados platônicos, como o 
dualismo alma-corpo. Para Aristóteles, a alma faria parte do corpo, isto é, seria uma 
função do organismo, e não uma entidade separada, constituída por natureza distinta. 
 
Nesse contexto, Aristóteles resgatou o valor do conhecimento proveniente dos 
sentidos. Isto é, ao contrário de Sócrates e Platão, que defenderam com furor a 
abordagem Racionalista, Aristóteles deu os primeiros passos em direção à doutrina 
Empirista. Enquanto os racionalistas defendem que o conhecimento é proveniente da 
razão, os empiristas acreditam que todo e qualquer conhecimento se origina dos 
sentidos. Aristóteles defendeu que ambos, razão e observação, seriam responsáveis 
pelo conhecimento do mundo e da alma humana. 
 
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Além disso, por ser sistemático, Aristóteles 
semeou o alicerce do pensamento científico, pois, 
como vimos, alinhou ao método racionalista o 
método observacional. 
 
Ele registrava seus experimentos, suas 
observações, e as aulas que ministrava. Sua obra 
é técnica e classificatória, e deu origem à 
trajetória da Filosofia na direção do naturalismo, 
do empirismo e da ciência. 
 
Aristóteles foi o último dos grandes filósofos da 
Antigüidade. Sua morte, no último quarto do 
século IV a.C., marcou o fim do período mais 
original e produtivo da Grécia antiga (Heidbreder, 
1981). 
 
Com a expansão do império romano, entre os séculos III a.C. e III d.C., novas ordens 
sociais abalaram a cultura e as tradições gregas. Nesse período, novos núcleos 
filosóficos emergiram e desenvolveram-se, diversificando ainda mais as concepções 
existentes acerca do ser humano e sua natureza. Desse modo, despertam o 
Epicurismo, o Estoicismo, o Ceticismo e o Neoplatonismo. As concepções de ser 
humano tornaram-se múltiplas e, em muitos aspectos, divergentes. Assim como os 
métodos propostos para estudá-lo. 
 
Referências 
Carpigiani, B. (2010). Psicologia: Das raízes aos movimentos contemporâneos. São 
Paulo: Cengage Learning. 
Ferreira, A. B. H. (2004). Dicionário Aurélio da língua portuguesa. Curitiba: Positivo. 
Heidbreder, E. (1981). Psicologias do século XX. São Paulo: Mestre Jou. 
Houaiss, A., Villar, M. S., & Franco, F. M. M. (2009). Dicionário Houaiss da língua 
portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva. 
Marx, M. H., & Hillix, W. A. (2007). Sistemas e teorias em psicologia. São Paulo: 
Cultrix. 
 
 
Texto Base da Unidade 03: 
 
Carpigiani, B. (2010). Psicologia: Das raízes aos movimentos contemporâneos. São 
Paulo: Cengage Learning. 
 
Ler o capítulo 2: O pensamento psicológico em Sócrates, Platão e Aristóteles, pp. 21-
35. 
 
 
Glossário da Unidade 03 
 
Atomismo. Doutrina filosófica elaborada pelos pensadores gregos Leucipo e 
Demócrito segundo a qual toda a matéria é formada por átomos, partículas eternas e 
indivisíveis, que se comportam de acordo com princípios mecânicos. Conjunto de 
teorias que utilizam-se do conceito originalmente filosófico de átomo na explicação dos 
fenômenos da natureza (Houaiss & Franco, 2009). 
 
Dialética. Processo de diálogo ou debate entre interlocutores comprometidos com a 
busca da verdade (Houaiss & Franco, 2009). A arte do diálogo ou da discussão 
Aristóteles
. Unidade 03 História da Psicologia 
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(Ferreira, 2004). 
 
Dualismo. Padrão recorrente de pensamento que busca compreender a realidade e a 
condição humana dividindo-as em dois princípios básicos, antagônicos e 
dessemelhantes (e.g., alma e matéria, mente e corpo, aparência e realidade) (Houaiss 
& Franco, 2009). Doutrina que admite a coexistência de dois princípios, geralmente 
opostos, como bem e mal, alma e corpo, espírito e matéria (Ferreira, 2004). 
 
Empirismo. Doutrina segundo a qual todo conhecimento provém unicamente da 
experiência, limitando-se ao que pode ser captado do mundo externo pelos sentidos 
(Houaiss & Franco, 2009). 
 
Mito. Relato fantástico sobre seres e acontecimentos imaginários; lenda; narrativa 
acerca de tempos heróicos; relato simbólico, passado de geração em geração dentro 
de um grupo, que narra e explica a origem de determinado fenômeno ou costume 
(Ferreira, 2004; Houaiss & Franco, 2009). 
 
Mitologia. Conjunto dos mitos de determinado povo; estudo dos mitos, suas origens, 
evolução e significado (Houaiss & Franco, 2009). 
 
Naturalismo. Estado do que é produzido pela natureza (Ferreira, 2004). Doutrina que 
nega a existência de esferas transcendentes ou metafísicas (Houaiss & Franco, 2009). 
 
Racionalismo. Doutrina que privilegia a razão (i.e., pensamento lógico) como meio de 
conhecimento e explicação da realidade; conjunto de teorias filosóficas 
fundamentadas na suposição de que a investigação da verdade, conduzida pelo 
pensamento puro, ultrapassa, em grande medida os dados imediatos oferecidos pelos 
sentidos e pela experiência (Ferreira, 2004; Houaiss & Franco, 2009). 
 
Retórica. A arte da eloqüência, a arte de bem argumentar, a arte da palavra; oratória; 
capacidade de falar e expressar-se com desenvoltura (Houaiss & Franco, 2009). 
 
Sofista. Mestre da retórica na Grécia antiga, que tomava para si a tarefa de ensinar 
conhecimentos gerais, gramática, e a arte da eloqüência para os cidadãos gregos 
postulantes à participação ativa na vida política (Houaiss & Franco, 2009). 
 
 
Questões para orientar a leitura: 
 
1. Faça uma pesquisa na internet para compreender melhor e definir os 
conceitos/doutrinas listados abaixo: 
 
- Atomismo 
- Dualismo 
- Empirismo 
- Racionalismo 
 
Você deve buscar nos sites encontrados pelo menos uma definição para cada 
conceito/doutrina. Anote as definições escolhidas, especificando o autor e o 
ano da publicação citada. Anote também o endereço da página eletrônica da 
qual você retirou a citação. 
 
Atomismo: 
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Dualismo: 
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