Da Lagarta à Borboleta – O Propósito de uma Vida
Ao abrir mão de um objetivo o ser humano o faz por medo. Medo de que não dê certo, de falhar, das críticas, de não ser aceito ou querido. E como diz Eckhart Tolle em seu livro O Poder do Silêncio, “todos os medos são medos de perder alguma coisa e, portanto, de se tornar menor, de ser menos”.
Como lidar com o medo, a mais primária das emoções?
Existem muitas respostas, mas as mais importantes são o autoconhecimento e a expansão da consciência.
Conhecer a si mesmo tem sido uma prerrogativa de poucos, porque a grande maioria não percebe que se não fortalecer suas próprias convicções estarão vivendo o sonho dos outros, uma forma de abrir mão da própria vida sem perceber.
Aprender, decidir, fazer e rever é o ritmo do aprendizado. Entender o por que você faz, como você se sente e quem você gostaria de ser já é o ritmo do autoconhecimento. Sua jornada termina somente quando você encontra a sua essência.
Não adianta você saber o seu nome, nacionalidade, cargo ou religião, estas informações só dizem respeito a sua identidade neste momento. Não significa, nem de longe, o propósito de uma vida. É preciso ir mais fundo.
Combater o medo é um começo promissor. Precisamos romper os padrões e crenças que aprendemos em nossa infância através da educação familiar, escolar e religiosa, que ainda forja os valores da sociedade e define os limites do que podemos ser.
Isto significa dizer que só com uma atitude consciente é possível transpor o muro erguido ao nosso redor e olhar com novos olhos para as possibilidades que existem do outro lado. A isto se dá o nome de expandir a consciência.
Coragem, confiança,abertura mental, curiosidade, comunicação, leitura, aceitação, liberdade e permissão são alguns dos ingredientes do autoconhecimento que nos leva, ao longo de nossa existência, a conhecer o nosso propósito e viver a nossa essência.
História da Lagartinha
Havia uma lagartinha que tinha muito medo de sair por aí e morrer pisoteada pelos homens. Por isso, foi-se fechando. As plantas também a rejeitavam, achando que ela só queria comer suas folhas. Mal sabiam que essa lagartinha que rasteja, pedindo ajuda, poderia ser aquela borboleta que viria ajudar a polinizar as flores dessas mesmas plantas.Mas, a lagartinha só chorava, apertada, em sua tristeza, até que uma coruja, disse a ela, pare de chorar, faça alguma coisa! aí dentro de você mora uma linda borboleta, deixe-a sair. Ela pode voar. Como se tornar borboleta? A coruja, sábia amiga, disse-lhe que era necessária uma metamorfose, que precisava se fechar num casulo para empreender esforços, que viriam dores, mas necessárias para fazer as mudanças. Que poderia ser livre, bem aceita, e voar leve, por onde desejasse. Que pensasse em ser borboleta e tudo poderia ir mudando, até que, mais rápido do que ela imaginasse, ela sairia do casulo, como uma borboleta.
Pode parecer ruim, mas acredite em mim: a metamorfose é a melhor coisa das nossas vidas. A borboleta só voa livremente depois de passar por um processo difícil, claustrofóbico e até doloroso. Para sair do casulo com cores vivas e uma beleza irrefutável, amigo querido, a borboleta abre mão de ser lagarta.
Nada contra a lagarta, ao contrário, ela tem o seu papel na natureza e segue a ordem das leis biológicas que regem o ciclo de vida. A “fase lagarta” é essencial para que as reservas energéticas se completem por inteiro. É desse jeito que a linda borboleta tem a chance de seguir seu rumo, delicada e tão forte ao mesmo tempo.A nossa metamorfose é igualzinha. Parece que tá ruim, mas tá bom. E a gente só se dá conta que esse processo esmagador é o que fortifica as nossas raízes, quando chega a nossa hora de virar borboleta.A metamorfose é nossa oportunidade de costurar os retalhos, de cuidar das feridas e refazer o caminho. Se o percurso está nos desorientando e nos deixando tristes, se as pedras estão machucando os pés a cada passo e se a garra para pisar firme sede lugar à preguiça: chegou a hora da metamorfose.
Tire o tempo necessário para realizar esse processo. Diga sim às etapas, aceita a dor que isso envolve e assuma o risco do apredizado que ficarão após essa linda transformação.
Quando tudo estiver nos seus lugares e os seus pés mais fortes do que nunca, não perca tempo e voe confiante, firme e no auge das suas cores mais bonitas. A metamorfose é o cateterismo do coração. Oferece riscos, mas também nos permita a cura. A grande diferença entre nós e as borboletas que enfeitam nosso horizonte é que elas só têm uma chance.E nós temos todas as chances do mundo.
A metamorfose é um processo que ocorre no corpo dos animais que possuem desenvolvimento indireto. Durante esse processo, um ser vivo sofre modificações que levam à sua forma adulta definitiva. Entre os grupos que se destacam pela presença de metamorfose, podemos citar os anfíbios e alguns insetos, como as borboletas.
As borboletas realizam uma metamorfose completa e, portanto, recebem a denominação de holometábolos. Analisando o ciclo de vida desses insetos, é possível notar algumas fases bastantes distintas: ovo, larva, pupa e adulto.
As borboletas são animais ovíparos, portanto, o ovo marca o início da vida desse ser. Ao colocar os ovos, os adultos preocupam-se em encontrar um ambiente propício para a sobrevivência de seus descendentes. Normalmente as borboletas põem seus ovos em folhas rígidas, que garantem a sustentação e, posteriormente, servem de alimento para a fase larval.
Dos ovos das borboletas saem formas larvais denominadas de lagartas. Esses seres possuem corpo alongado e diferenciado em cabeça e alguns segmentos de onde partem patas. Algumas espécies apresentam corpo coberto com cerdas urticantes, que podem causar várias lesões na pele de quem as toca.
Na fase larval, as borboletas são bastante diferentes da forma adulta, o que pode gerar certa confusão. Muitas pessoas, por desconhecerem a metamorfose desses insetos, acreditam que lagartas e borboletas são espécies distintas.
Durante a fase de lagarta, o animal come ativamente as folhas da planta em que foi colocado. Vale destacar que, ao nascerem, essas larvas comem até mesmo a casca do próprio ovo. Essa alimentação feroz é importante para que haja o acúmulo de energia para garantir a sobrevivência na próxima fase de desenvolvimento.
Após se alimentar de maneira adequada, inicia-se a fase de hibernação, com a criação da crisálida. Nesse período, conhecido como pupa, o animal não mais se alimenta até que seu corpo seja completamente reorganizado e adquira a forma adulta.
Passados alguns dias, emerge de dentro da crisálida o indivíduo adulto, chamado popularmente de borboleta. Nessa fase, o animal não mais se alimenta de folhas, como na fase de lagarta, possuindo um aparelho bucal adaptado à ingestão de néctar. Na fase adulta da borboleta, observa-se um animal alado, que se difere de uma espécie para outra principalmente em razão das cores de suas asas. Vale destacar que, durante a fase de lagarta, o animal pode apresentar uma coloração diferente da que terá na fase adulta.
Atenção: O tempo de vida de uma borboleta varia de espécie para espécie, entretanto, a média é de duas a três semanas.