Críticas Destrutivas

15/02/2012 14:21

 

 
Críticos


Deixe-me apresentar-lhe alguns tipos de pessoas que expressam várias formas de críticas destrutivas. Em primeiro lugar, estão os que atribuem culpa. Evitam aceitar responsabilidade de seus atos, criticam as outras pessoas ou culpam as experiências passadas, que não podem ser desfeitas nem alteradas.


Outro crítico negativo é o brincalhão pernicioso. O humor é um método positivo de se relacionar com os outros... porém os humoristas maldosos fazem dos outros o alvo de seu humor. Especializando-se em rir das pessoas, ao invés de rir com elas.

Um terceiro tipo de crítico é o que procura erros dos outros. Esta pessoa parece ter uma necessidade insaciável de apontar defeitos alheios... E você sabe o que há de tão enlouquecedor sobre este crítico? Normalmente, faz tudo isto com um sorriso, ao dizer: "Só quero ajudar".

Outro tipo de crítico muito comum nos dias de hoje é o canibal. Não critica de uma maneira jocosa, nem se destaca por ser um mero detalhista. Vai direto ao julgamento, ataca por meio das mais severas formas de crítica pessoal e desprezo, com uma completa falta de consideração pelos sentimentos dos outros.

Os críticos destrutivos podem dizer que só estão interessados em transformar alguém em uma pessoa melhor, através de um pouco da crítica construtiva. Mas, na realidade, estes críticos têm a intenção de rebaixar, destruir, punir e manipular os outros. O seu tipo de crítica não nutre, mas envenena.

Quando se é alvo da crítica destrutiva de outra pessoa, a reação natural é assumir uma postura defensiva. Mas, na realidade, a maneira menos eficiente de responder à crítica é defender-se, dar desculpas ou contra-atacar.

Dicas para conviver com pessoas críticas:

Lembre-se de que você tem a responsabilidade de responder a Deus e a si mesmo, e não aos críticos. Seja responsável perante si mesmo e tome posse de seus sentimentos, de suas atitudes e de seu comportamento. Tenha o poder de fazer suas próprias escolhas e de crescer através da experiência da crítica.

Seja uma pessoa tranqüila, respeite-se e sinta-se bem quanto a si mesma. Acredite em seu valor e em sua capacidade. Possua sua própria identidade e seu senso de segurança. Não seja agressivo, ouça os outros mais objetivamente e avalie melhor o que dizem, mesmo quando se expressam de forma negativa. Aceite a pessoa crítica como ela é, mesmo que não concorde com a mesma. Aceite o modo como ela vê o mundo, quer essa visão coincida ou não com a sua. Relacione-se com ela sem fazer comentários depreciativos ou julgamentos negativos.  
 
 
1.Quais os tipos de críticos?
Psicóloga: Existem dois tipos de críticos. Aqueles que criticam por criticar e os críticos analíticos. Os primeiros são aqueles "chatos", que sentem certo prazer em fazer o papel do contrário, de ser aversivo. São aqueles que não veem no objeto criticado nenhum aspecto positivo. E existem aqueles que fazem uma análise mais profunda, mais qualitativa do objeto analisado. Sabem apontar tanto os aspectos negativos, quanto os positivos da questão. A boa crítica sempre agrega valor. Ambos trazem no perfil psicológico a busca do perfeccionismo nas condutas, primeiro consigo e depois com o mundo.
 
 
2.Porque as pessoas sentem necessidade de criticar os outros? Quem “ataca”, ataca para se defender?
Psicóloga: Existe o ditado que diz que o ataque é a melhor defesa. A crítica pode ser um ataque, quando ela é, na maioria das vezes, depreciativa. A necessidade de criticar os outros sinaliza, na verdade, e no caso acima, uma reação ao conjunto de valores que pode estar em cheque. Por outro lado, nós aprendemos desde cedo o que é “certo” e o que é “errado” e não raramente o usamos como critérios de julgamento, que pode ser expresso através de uma crítica. Por exemplo: Quem fuma está se prejudicando, eu não quero fumar porque fará mal a minha saúde.
 
3. O que esse comportamento esconde por parte de quem critica? (insegurança, arrogância...)
Psicóloga: Quem critica por criticar, por costume, pode estar escondendo através da arrogância e da prepotência a sua própria insegurança, suas falibilidades. Quando somos mais flexíveis com a imperfeição do outro, automaticamente somos menos críticos, porque temos um olhar mais "ameno" e "sábio", portanto, mais tolerante para o mundo e suas “falhas”.
 
 
4.Existe critica construtiva? Existe algum tipo de crítica que possa provocar mudanças no outro?
Psicóloga: Claro que existe. E muitas vezes nós pedimos por isso. Por exemplo, quando você está escrevendo um trabalho científico e está em dúvida quanto ao seu conteúdo, é natural que peça a alguém mais capacitado que leia e lhe faça uma devolutiva. O que é isso senão um pedido voluntário de crítica. Crítica para destruir? Não, crítica para apontar os pontos altos e baixos, no intuito de melhorar seu desempenho. E mais, pelo viés da filosofia analítica a pressuposição do diálogo comtempla, necessariamente, a crítica. É o saber ouvir, para saber falar.
 
5.O que a critica construtiva esconde, ou seja, qual a intenção de fundo de quem a faz? Porque quem critica quer mudar os outros?
Psicóloga: Se partirmos do pressuposto que nem toda crítica é negativa, com intenção de aniquilamento do objeto, a crítica construtiva é a busca da razão. Lembrando que, muitas vezes essa “razão” pode se traduzir em um ideal a ser perseguido, sempre, porém jamais alcançado.
 
 
6.O crítico é um polêmico? Crítica , intolerância e polência estão relacionadas?
Psicóloga: Depende de que espécie de crítico estamos falando. O analítico, como dissemos,está em busca da razão sobre o objeto criticado. Aquele que critica por criticar gosta de apontar somente os erros, a falibilidade alheia, nem sempre usa a razão como instrumento, gerando polêmicas por causa disso. São críticas superficiais, pouco embasadas e cheias de vieses.
 
7.E na  auto-crítica? O mecanismo é o mesmo?
Psicóloga: Aquele que muito critica é feroz juiz de si mesmo. Porém, se ele é um crítico “rabugento” e intransigente ou um analítico profundo de seus atos, depende da sua personalidade e do seu grau de desenvolvimento pessoal. Sem querer dar nenhum aspecto religioso, mas ser tolerante, saber perdoar e ter um olhar mais “suave” para a vida, denota um maior grau de maturidade e desenvolvimento para quem o possui.
 
8.Porque geralmente quem recebe a crítica sente-se tão abalado? Tem a ver com auto-estima?
Psicóloga: Sente-se abalado, quando não possui boa auto-estisma. A auto-estima é o juízo que cada pessoa tem do seu próprio valor e mostra o quanto a pessoa sabe valorizar os seus atributos e as suas qualidades. Pessoas com boa auto-estima controlam o seu comportamento, esperam sucesso, têm tolerância a crítica e às frustrações. Reconhecem seus pontos fortes e fracos, adoram aprender coisas novas e têm prazer em viver.
 
 
9.Algum conselho para lidar com as críticas? ou Como se defender das críticas (ou como não ser atingido por elas)?
Psicóloga: Se a crítica vier camuflada de ofensas pessoais, identifique o núcleo da questão, do objeto criticado, responda e despreze o resto. Geralmente uma resposta mais agressiva é o que a outra parte espera. Mantenha o diálogo. Uma dica importante para quem recebe uma crítica pessoal: quem o critica, na verdade está evidenciando aquilo que ele quer mais esconder, suas próprias imperfeições. É uma relação projetiva onde o outro faz de você, o próprio espelho. E mais, ninguém consegue controlar a neurose do outro. Identifique-o e o ignore solenemente. Agora, quando as críticas são positivas, digamos assim, só nos resta o agradecimento e o regozijo.