Criança Interior: redescobrindo a alegria de viver

02/10/2013 13:30

 

“Em todo adulto espreita uma criança – uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita, atenção e educação incessantes. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa” – Carl Gustav Jung

 

Não há melhor momento para se falar da criança interior senão na semana da criança!

Então, aproveitando esse momento eu proponho que você olhe para dentro de si mesmo, buscando algo perdido e escondido.

 

A criança interior é naturalmente equilibrada e feliz

Dentro de você há uma criança, a criança interior, que quando despertada em seus aspectos positivos traz coragem, entusiasmo, equilíbrio. É uma parte sua que é divinamente inspirada, irradia luz, amor e sorrisos! Em nada se intimida e estabelece para si a alegria e o prazer em todas as situações da vida!

Porém, temos escondido a criança interior bem no fundo dos nossos seres!

Redescobrir a criança interior é um processo de autoconhecimento, que exige dedicação.

Se você quer trazer de volta a criança interior, há algumas etapas que precisam ser seguidas e neste artigo eu descrevo a primeira dessas etapas.

Sugiro que siga os próximos posts desta sessão do blog a fim de caminhar comigo, enquanto resgata a sua criança interior.

 

primeira etapa: lembrar-se de sua infância

Busque por suas memórias infantis, voltando para quando você tinha cincoanos de idade ou menos. Vá até onde pode se lembrar!

Use fotos suas para facilitar as lembranças, converse com seus familiares, troque informações com amigos, pergunte-se a respeito de suas preferências nessa época, sonhos, brincadeiras, comidas, cheiros, etc.

 

A criança ferida

Nessa etapa podem surgir lembranças boas e alegres como também lembranças indesejadas do tipo: tristezas, decepções, mágoas, frustrações, raivas.

Ao redescobrirmos a criança interior, trazemos também para a consciência aspectos que nos fizeram sofrer quando crianças.

Sob a óptica da psicologia é a criança ferida, o aspecto da sua criança que não compreendeu certos fatos, que sentiu dificuldades ao lidar com certas situações da vida e que vivenciou alguns acontecimentos como frustração, dor e sofrimento.

Perceba que quando somos crianças um simples “não” recebido dos pais, dos irmãos, da vida, etc., podem significar muito mais do que a mente adulta possa supor.

 

A cura da criança ferida

Não há nada a temer, pois agora, com os recursos de compreensão da sua mente adulta, você tem melhores condições de olhar para as experiências e entendê-las sob outra perspectiva.

Desta forma, você cura e reorganiza a sua criança interior.

Esse processo pode se prolongar, caso você se apegue ao próprio sofrimento e as dificuldades pessoais, familiares, culturais, entre outras.

Curar a criança ferida é um processo natural e necessário para se chegar à verdadeira criança interior.

É necessário compreender, acolher e amar a sua criança ferida.

 

O Perdão e o auto perdão ajudam a curar a sua criança ferida

Utilizando uma linguagem mais específica, é necessário transformar a criança ferida, num processo que na psicologia se chama: morte para posterior renascimento.

Cada vez que ampliamos nossa percepção e mudamos as nossas crenças, olhamos para nós mesmos de outra forma, compreendemos a própria dor e da dor do mundo, possibilitando o renascimento com Sabedoria, Compaixão e Amor.

É necessário ter paciência, amor próprio e incondicional, trabalhar o auto perdão e o perdão aos que são considerados “agressores” da sua criança ferida.

Desta forma você a cura e cumpre essa primeira etapa, estando pronto para a próxima.

 

Uma sugestão: na semana da criança, presenteie a sua criança interior, colocando alegrias e prazeres em sua vida!

O que sua criança interior deseja?

 

 

 

“Quando crescer, quero me tornar criança” – Manoel de Barros

 

Eu quero aproveitar a semana da criança para chamar a sua atenção sobre um aspecto que tem ficado esquecido e escondido bem dentro do seu ser: a sua criança interior.

Lembre-se , conforme  visualiza a sua criança interna ,também se lembra da parte ferida dela que precisa ser curada para que desabroche com todo seu potencial divino.

 

segunda etapa: o renascimento

Após compreender as situações dolorosas que você viveu, perdoar os envolvidos nessas situações e perdoar a si mesmo, surge a consciência de sua verdade e desta forma você se encontrará pronto para fazer renascer a sua criança interna, sua criança divina – aquela que esta isenta de dores e sofrimentos.

Sem as marcas das experiências dolorosas surge uma criança alegre e entusiasmada com a vida, que sabe que veio a este mundo para desfrutar das possibilidades positivas que a Terra pode oferecer e que está num eterno processo de crescimento, assim como sabe que crescer é divertido! Essa criança sabe que merece tudo de bom!

 

Crianças nos ensinam a arte da espontaneidade

Se você observar uma criança bem pequena vai perceber que ela traz dentro de si um amor enorme por tudo, por todos e por si mesma.

Os tesouros da espiritualidade, tais como a alegria, a entrega, a bondade, a espontaneidade e a confiança estão presentes em nós quando somos crianças.

Essa etapa é o deixar fluir os aspectos naturais da criança em nós, é abrir o coração para amar verdadeiramente e sem medo, sentir a alegria e o entusiasmo de viver, permitir que a sua essência se manifeste, pois na sua criança interna estão todos os seus dons e os seus propósitos.

Na prática esse é o momento de amar e cuidar de alguém que acaba de nascer, observando seus desejos, adaptando-os para sua vida de adulto, de uma forma isenta de preconceitos e autocríticas.

 

Reaprendendo a alegria de viver

Nesta etapa é importante permitir o renascer da criança interna, com toda sua capacidade amorosa e criativa, com uma consciência mais profunda e com isso sentir o prazer da aprendizagem que existe em todas as situações de nossa existência diária.

Esta presença espiritual inerente à nossa humanidade nos permite transitar de nossas dores para a consciência de Luz, de nossos medos e temores para o Amor Incondicional, para a aceitação e confiança em um Ser maior, do qual somos parte.

É a manifestação do Eu Superior – a essência que traz um significado maior para sua existência: a alegria de viver!

 

Uma sugestão: Permita-se sentir-se feliz com simples detalhes do seu dia – a simplicidade de tomar um sorvete, ou de ouvir um passarinho cantando, por exemplo.

Encante-se, dê vazão à criatividade, invente uma maneira diferente de realizar sua rotina diária, ame-se e perceba-se amado.

Na semana da criança e todos os dias que se seguem, expresse seus sentimentos sem medo e busque relacionar-se com o mundo mais livremente,sem as amarras antigas.

Valorize os momentos que te fazem feliz e entusiasmado com a vida.

Pois como diz o pensador Augusto Cury:

“Todos têm uma criança feliz dentro de si. Mas, poucos a deixam viver.”