Assertividade e Auto Estima
15/02/2012 14:45

Hoje em dia, se fala muito da autoestima. O que tem a ver assertividade com autoestima?
Assertividade é, ao mesmo tempo, causa e efeito da autoestima. Porque causa? Sendo assertivo você se gosta mais, porque consegue mais coisas da vida. E porque efeito? Tendo uma boa autoestima você vai ser mais seguro e vai conseguir ser assertivo sem agressividade.
A assertividade é muito confundida com agressividade, já ouvi uma pessoa dizendo que “assertividade” é ser mal-educado oficialmente. Por que tem gente que desce o cascudo no outro, e acha que isso é assertividade? Gente, assertividade não é isso.
Tudo bem, sabemos que o assertivo pode muitas vezes ser mal recebido. Talvez porque o assertivo não é manipulado pelos outros. Ele não vai cair no joguinho do outro, na chantagem emocional do outro. Aí o outro reclama, claro, não conseguiu te levar no bico.
Tem muito a ver com nossa cultura. A gente aprende desde pequeno que tem que se sacrificar pelo outro. E é por essa e por outras que tem muita gente que fala: “É falta de educação ser assertivo. É grosseiro. É egoísmo pensar em si! E egoísmo e ambição são pecados graves.”
Mas vejam bem, assertividade é muito diferente da agressividade. Um agressivo diz: "Sua proposta é horrível!", enquanto um assertivo diz: "Não me sinto bem com sua proposta!".
Mas tem vezes que a sociedade até prefere o agressivo, porque o agressivo perde a razão e no fim pode ser "convencido". Enquanto que o assertivo não, mesmo depois de muita pressão, o assertivo continua dizendo: "Ainda assim, não me sinto bem com sua proposta e quero negociar de forma que nós dois possamos sair ganhando".
Com certeza o assertivo é menos manipulável. O assertivo é consciente, e sabe o que faz, para quem faz e por que faz. E até quando faz o que não quer, ele faz por opção, faz porque quer e não por ser vítima.
Muitas vezes as pessoas vivem de migalhas, migalhas de afeição, de reconhecimento, porque a autoestima é tão baixa que ele pensa que a única coisa que pode conseguir são essas migalhas.
O assertivo percebe quando a coisa está desfavorável pro lado dele e pode até aceitar essas regras do jogo se não tiver como mudá-las. Mas não porque está aceitando migalhas. Ele faz porque sabe que pode esperar uma chance para virar o jogo.
O assertivo não se revolta, nem murmura, mas ele se prepara para a próxima oportunidade e aguarda o momento certo. Sabe demonstrar benevolência sem ser paternalista. O paternalista também não é assertivo, lembra da definição que dei lá no inicio? Que assertividade se traduz tanto na conquista da sua felicidade como na felicidade do outro. A postura paternalista rebaixa o outro, não é uma ajuda, é uma humilhação. O assertivo não entra numa relação que explora a carência afetiva do outro.
Mas, já que assertividade é tão boa assim, porque as pessoas não são assertivas? Eu te respondo: o que as impede é o medo da perda. O medo de perder o emprego, de perder o amor do outro, enfim, medo da exclusão. E quanto menor sua autoestima, maior é o medo da perda.
A assertividade está intimamente ligada ao autoconhecimento. Se você não sabe o que quer, você vira uma pessoa passiva. Para conseguir ser assertivo você precisa, em primeiro lugar, ter autoestima e isso começa a ser construído na infância. Poucas pessoas tiveram experiências positivas suficientes na infância. Estima-se que entre 85% e 90% das pessoas teriam benefícios se passassem por algum aconselhamento ou psicoterapia pra corrigir comportamentos destrutivos.
Quer um exemplo? Quando você era criança, ouvia a seguinte mensagem? "Seja gentil com as pessoas no seu aniversário. Quando ganhar um presente, diga obrigado e gostei muito, mesmo que não tenha gostado". Ou: "Diga a senhora Fulana que ela está bonita, mesmo que ela esteja horrível". Pronto! Essa orientação para agradar o outro, mentindo ou negando a si mesmo, é um dos inimigos do comportamento assertivo, porque gera passividade.
O comportamento agressivo também é ensinado pela cultura. A gente aprende a resolver conflitos com agressividade quando ouve que "o mundo é dos espertos", "a melhor defesa é o ataque", "bata antes de apanhar", "nunca leve desaforos para casa".
A forma como se processam as crenças é muito importante, tanto que a TCC (Terapia Cognitiva Comportamental) trabalha basicamente a mudança de percepção.
Quer exemplos de como a gente acrescenta dados internos em situações reais? Concluir que fulano não gosta de você porque outro dia ele não o cumprimentou no corredor da empresa. Concluir que fulano acha você incompetente porque, quando você apresentava sua idéia na reunião, ele olhou para o relógio e sugeriu que você falasse em outro dia. Acreditar que seu namorado não está gostando de você só porque ele recusou um convite para jantar, são só alguns exemplos.
O ideal é sempre checar se nossas crenças estão em sintonia com a realidade. Como? Achou que o seu chefe teve um comportamento ambíguo? Coloque tudo em pratos limpos. Sentiu que foi mal interpretado e causou mal-estar na equipe? Sente para uma conversa franca e esclareça. Achou que o seu cliente sentiu-se incomodado com uma nova diretriz da empresa? Sente-se com ele e escute-o. Sentiu que não passou uma mensagem como deveria? Peça licença e volte ao assunto.
Será difícil no começo, mas a assertividade virá normalmente com o treino. É preciso muita reflexão. Observe seu próprio comportamento e identifique as situações nas quais tem sido passivo, agressivo e assertivo. Seja persistente. As sensações de autoestima e autorrespeito são tão gratificantes que a mudança vai acontecendo e a ansiedade e o sentimento de culpa vão desaparecendo.
E, por último, mas não menos pior: você terá de se preparar para aqueles que não leram esse texto. Ao adotar o comportamento assertivo, você pode, inicialmente, provocar diversas reações nas pessoas com quem você convive. É possível que apareça hostilidade, mágoa, chantagem emocional, lamento, pedidos de desculpas e grau de humildade excessiva. O adequado é manter-se na postura assertiva, sem se deixar ser fisgado.
“Opção” é a palavra chave da assertividade. Ser assertivo é sempre, em qualquer situação, optar pelo que é melhor a fazer, o momento adequado e o local certo, respeitando a si e ao outro.
O comportamento assertivo é o que torna a pessoa capaz de agir em seu próprio interesse, sem ansiedade, sendo sincero sem agressividade e sem constrangimento. A assertividade é não ter aquela necessidade de ser aprovado por outras pessoas. A pessoa se torna autoconfiante e com autoestima. Quem está sempre permitindo que os outros abusem tem um nome: é a pessoa “não assertiva”.
O que ser assertivo? Já ouvi muita gente usando essa palavra de forma errada. Já ouvi pessoas dizendo assim: “Fulano foi assertivo, ele foi lá e despejou tudo na cara dele”. Isso não é assertividade, isso é agressividade.
Ser assertivo é o melhor comportamento que você pode querer. É a forma de você se expressar livremente, e a forma mais fácil de você atingir seus objetivos. Mesmo que seu objetivo seja uma coisa simples como uma troca na loja onde você comprou um produto ou reclamar de alguém que furou a fila ou falar com seu filho quando ele não está cumprindo as regras ou falar com marido, namorado, colegas, chefe... qualquer desses objetivos você, com certeza, atinge de forma muito mais fácil quando é assertivo.
Tem muita gente que não gosta nada da sua forma de lidar com as pessoas, se percebe tendo muita dificuldade em se colocar objetivamente, mas acha que não pode mudar e diz “eu sou assim mesmo, o que eu posso fazer?” Já ouvi muita gente dizendo: "Eu sei que eu não ajo como gostaria, mas não dá pra mudar". Dá, sim. Dá para você melhorar a si próprio - e muito - fazendo da forma certa.
Ser assertivo é a única forma de você finalmente controlar o seu ambiente, controlar como as pessoas falam com você, conseguir das pessoas o que você quer. Em psicologia nós dizemos: “Ser Efetivo Interpessoalmente". Por exemplo: você não quer fazer mais um daqueles “favorzinhos” que vivem te pedindo, mas fica sem graça em recusar. Ou então, tem dificuldade em se fazer respeitar quando os amigos vem com aquelas brincadeirinhas sem graça, mas você sente que, se mostrar que não gostou, você perde o amigo.
Você perceberá que pode fazer tudo isso sem se tornar uma pessoa cruel, má, mal vista pelos outros, pois essa é a idéia do senso comum em ser assertivo.
Ser assertivo de verdade é conseguir se expressar, conseguir se colocar de uma forma afirmativa diante das pessoas e, ainda assim, ter essas pessoas ao seu lado, ainda assim, ter a simpatia das pessoas.
Você acha impossível?
Porque você precisa ser assertivo? Para não mais sentir toda a raiva que você passa no seu dia-a-dia, toda a amargura, toda sensação de inutilidade. Por exemplo: você quer mostrar para seu chefe ou seu cliente que você tem um projeto muito bom, mas a pessoa fica com aquela cara de incrédulo na sua frente e você desanima.
Todo esse sofrimento te leva a ter um monte de problemas psicológicos. Porque você acha que tem tanta gente precisando de acompanhamento com psicólogo, sofrendo com síndrome do pânico, com depressão, com crises de ansiedade. E tem gente que sofre de ansiedade e não sabe, tem gente que fala assim, “EU não sou ansioso.. Ansioso é aquele que fica andando de um lado para o outro”.
Essa é só uma face da ansiedade. Ansiedade é também ser preocupado demais, aquela preocupação que, mesmo que não te deixe agitado por fora, você fica agitado mentalmente, agitado por dentro, preocupado, pensando que pode estar com alguma doença muito ruim, mesmo que não tenha sintomas nem indícios dessa doença, preocupado achando que vai morrer, que vai ficar sozinho, abandonado etc.
Há também gente que diz “eu não fico preocupado com isso, eu só penso que posso morrer pobre de vez em quando, algumas vezes no dia, fico triste quando penso nisso, me dá um peso no peito, mas eu sei que a minha realidade me mostra que isso não vai acontecer comigo, mas mesmo assim eu penso”. Isso É ansiedade! Quer você acredite ou não, isso é ansiedade!
Voltando, estávamos falando do sofrimento que você gera para você mesmo quando não consegue ser assertivo. Quando você se torna uma pessoa assertiva você fica muito mais satisfeito com você mesmo.
Muita gente foi aprendendo a ser passiva, por vários motivos. Ou porque é mulher e mulher é criada para se “comportar”, o que significa ser cordeirinho, não se defender, a mulher aprende que o legal é ter alguém que a banque. Só que e se ela não tem? Ela acredita que ela está fora do esquema social, não é uma mulher convencional ou não é aquela à espera do príncipe, que nasceu, cresceu, casou, procriou e foi feliz para sempre. Aliás, essa mulher convencional não existe mais.
Nossa criação nos ensina a ser passivo. Quantas vezes na infância você não ouviu: “não responda para as pessoas, seja um menino bonitinho, fique quietinho”.
O importante é saber que você pode ser assertivo, mesmo que até hoje não tenha conseguido. Você pode aprender.
O que é ser assertivo?
É expressar diretamente os seus pensamentos, suas opiniões, sem ameaçar ou castigar as outras pessoas. É fazer as outras pessoas saberem quem você é. Mas sem dominar ou humilhar a outra pessoa.
Ser assertivo implica em ser respeitado. É deixar de ser servil. É não mais fazer de conta que o outro está certo só porque o outro é mais poderoso, mais velho, tem mais conhecimento, é homem etc. É possível que o que você aprendeu como sendo “respeito” na realidade signifique servilismo. Eu não sou machista, nem feminista, o que eu sei é que todas as pessoas merecem o mesmo respeito.
Ser assertivo implica em dois tipos de respeito: o respeito por você mesmo e o respeito pelo outro. Não é porque você é assertivo e expressa seus pensamentos que você pode desrespeitar o outro.
Esse é o ponto delicado em ser assertivo. É aí que todo mundo confunde ser assertivo com ser agressivo.
O comportamento não assertivo pode ser entendido quando pensamos em todas as situações em que você foi engolindo, engolindo, engolindo, até que um dia não teve jeito, explodiu! Quando a gente explode é outro desastre. Em geral a pessoa se sente culpada por ter explodido: “Poxa vida.. Não precisava.. Porque eu fui fazer isso.. Que papelão. Agora todo mundo vai pensar que eu sou um descontrolado”.
Quando você é não-assertivo, quando você não consegue expressar seus pensamentos de forma honesta, você permite que os outros violem os seus sentimentos. Percebe que foi você que permitiu que o outro abusasse?
Quando você começa a agir de forma autoderrotista - se desculpando por tudo, se desculpando por existir, por ocupar um lugar no mundo, agindo com falta de confiança -, ninguém mais te dá atenção porque a mensagem que você passa é: “eu não conto, podem se aproveitar de mim, meus sentimentos não importam, só os seus, suas idéias são as únicas que valem a pena ser ouvidas”.
E isso tudo não aparece só nas coisas que você diz. Aparece também na mensagem que você passa sem querer - em psicologia isso se chama “comunicação não verbal”. Você também é não-assertivo quando evita o olhar, foge com o olhar diante das pessoas, sua fala é vacilante, fala em tom baixinho, difícil de escutar, a postura do seu corpo é tensa, seus movimentos são estranhos. E tudo passando a mesma mensagem: “eu não sou tão importante, não sou tão interessante”.
Ser não-assertivo é não ter respeito as suas próprias necessidades.
Tem outra forma não-assertiva que é mais sutil ainda de perceber: quando você não respeita a capacidade do outro em lidar com os problemas dele, quando você assume responsabilidades que não são suas, quando você pega para você o problema do outro porque acha que o outro não tem capacidade de lidar com aquilo. Mas muitas vezes você não está ajudando em nada, você está atrapalhando o crescimento do outro, pois você tirou a oportunidade dele de aprender, de se desenvolver. E ainda por cima carregou um problema que não é seu. Pense em todas as “ajudas” que você deu mas, no fundo, teve um comportamento não-assertivo.
Não-assertivo é também tentar apaziguar as dificuldades do outro.
Ser não-assertivo é quando você tenta evitar conflitos a todo custo. Pense nas situações em que você disse uma frase destas: “Eu fiz todo o trabalho sozinho porque sei que não adianta contar com ninguém mesmo”. “Eu paguei a conta sozinho porque assim fico livre daquela pessoa”.
Você reclama que ninguém te entende, se sente sozinho na multidão, não consegue se sentir satisfeito com você mesmo? Claro! Está faltando aprender a se colocar de forma assertiva. Aprender a se comunicar, parar de se comunicar indiretamente e de forma incompleta.
Exemplo de Comunicação Incompleta: “Meu marido não é nada romântico, ele TEM que saber que eu gosto de ganhar flores!” Comunicação incompleta é quando você acha que não precisa dizer uma coisa porque essa coisa é OBVIA! Mas é obvia pra você, nada garante que é obvia para o outro.
Quem não é assertivo acaba sendo incompreendido. Está sempre sendo manipulado pelos outros. Está sempre sentindo que os outros não o levam em conta. Quando perguntam que pizza pedir, todo mundo dá uma opinião, muitas vezes nem pedem a sua opinião, encomendam uma pizza totalmente diferente da que você queria comer. E olha que é capaz de você pagar pela pizza no final. É por isso que quem não é assertivo está sempre se irritando e acaba sendo hostil, até mesmo sem querer.
E o saldo final disso tudo? Culpa, ansiedade, depressão e baixa autoestima e também queixas psicossomáticas como dores de cabeça, úlceras. Tudo por causa dos sentimentos reprimidos. O ser humano pode suportar um tanto de frustração, mas há limites. Uma hora a coisa tem que sair de alguma forma e ela sempre sai em forma de sintomas somáticos - seu corpo fica doente - ou sintomas psicológicos. Quando extravasa, sai sempre de uma forma que não é proporcional ao que está acontecendo, porque aquela foi só a gota que transbordou o copo.
Mesmo quando aparecem sintomas somáticos como dor de barriga, falta de ar, dor de cabeça, tonturas, não adianta você ir só para o médico porque ele vai tratar esses sintomas. Quem vai tratar a causa - em atendimento individual ou terapia em grupo para oferecer ajuda emocional - é o psicólogo, pois estes sintomas foram induzidos por causa psicológica.
Quem não é assertivo tem outro problema muito grave: não diz o que pensa. Os outros tem que ler os seus pensamentos. E é claro que não é fácil que os outros adivinhem o que você quer, mas é comum você falar assim: "Eu nem deveria ter que falar, ele tem que saber que eu quero que ele me ajude". Ou "É claro que ele devia saber que eu fiquei bravo, tava na cara". Mas muitas vezes o que você achou que estava na cara ninguém mais viu.
Já vimos que outro grande problema em não ser assertivo é querer que os outros leiam nossa mente, quando sabemos que isso não é possível só ficamos muito mais frustrados e com muita raiva.
Deixar que outros decidam por nós quase sempre acaba em desilusão. Exemplo: você quer sair com amigos, fazer um determinado tipo de programa, mas não se manifesta, fica torcendo pra que decidam fazer o que você estava pensando. Quem passa por isso sabe o resultado que dá. Você acaba desanimando e não sai mais com estes amigos.
Quem tem algum desses comportamentos não assertivos não consegue gostar de si mesmo, se sente inferior com relação aos outros. É a pessoa que sempre acha que aquela roupa bacana não fica bem nela, só na vizinha. Que aquele emprego interessante também não é para ela, jamais conseguiria trabalhar naquela boa empresa, mas seus colegas de sala, sim, para eles tudo bem.
Quando a pessoa se coloca demais em papel de subordinada, até mesmo tendo uma posição superior ainda se comporta como se fosse subordinada ao seu colega de trabalho, como se fosse subordinada ao filho, ao amigo. Se coloca em papel de submissão diante de pessoas que seriam iguais ou até em nível hierárquico inferior, ou dá mais autoridade a pessoas que até tem poder sob um aspecto específico. Por exemplo, o chefe no trabalho. Lá ele é sua autoridade, mas se você permite que esse chefe entre em assuntos pessoais, você permite que ele seja seu chefe em áreas particulares da sua vida. Você não está sendo assertivo.
E a carência emocional? Este é outro exemplo de falta de assertividade. Quando você precisa demais dos outros, do apoio dos outros para suas decisões, quando alguém precisa endossar o que você pretende fazer. Sinto muito, mas isso é um exemplo clássico de falta de assertividade.
Por quê? Porque você vai ficar muito insatisfeito com você mesmo e com os outros também, não tem como você se deixar na mão do outro e esperar que o outro só decida coisas interessantes para você. Quando você deixa que o outro decida por você fica muito fácil de você se decepcionar com essas decisões, pois não são decisões suas.
É claro que você não vai ficar satisfeito, você acaba achando que os seus relacionamentos são muito entediantes, muito chatos, e fica extremamente desconfortável estar com outras pessoas. Você vai fazer coisas que não quer fazer, porque age pelo referencial do outro, não o seu. Não dá mesmo para se sentir satisfeito, de bem, em equilíbrio psicológico, quando você permite que o outro comande a sua vida. Você vai aos lugares que o outro acha bacana, come o que o outro quer comer, vai e volta no horário que o outro quer, Ohh vidinha lamentável!
Desta falta de assertividade vêm toda a tensão e estresse do dia-a-dia. Porque estou tão tenso??? Você não aprendeu a relaxar. Você se queixa quando é criticado na frente dos outros, mas também não faz nada de eficiente para que isso não se repita. Reclama e espera que o outro entenda seu recado. Eis a tentativa de que leiam sua mente. Você dá indiretas, dá dicas, demonstra que não gostou e não entende como nada disso deu resultado. Diz: “não adianta, já fiz de tudo, não é possível fazer com que os outros me respeitem”. Você está muitíssimo errado, tem o que fazer sim.
A linha de terapia com a qual eu trabalho - uma linha da psicologia reconhecida oficialmente pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP) - chama-se Terapia Cognitiva Comportamental. Por meio dela você aprende a seu próprio respeito, percebe por que as coisas não dão certo na sua vida. A psicóloga te dá dicas, passa estratégias, ensina a ter um comportamento assertivo. É um treino, um aprendizado, você tem até lição de casa onde pratica e se desenvolve muito, muito mesmo.
Faça uma autoanálise: você odeia multidão? Mas também não gosta de ficar sozinho? Tem medo constante de estar incomodando as pessoas, medo de chamar a atenção? Sente que não tem o direito de ocupar muito espaço, não tem o direito de respirar muito ar? Podemos dar o seu diagnóstico: Você sofre de falta de assertividade.
Sabe quando as pessoas visitam sua casa e na hora que estão indo embora dizem: “Desculpe por qualquer coisa”? Esse é um bom exemplo de falta de assertividade. Desculpe do que? O que essa pessoa pensa que fez de errado para precisar ser desculpada, aliás, nem ela tem a menor idéia. Ela se desculpa por qualquer coisa que tenha feito, sem intenção, e fez de forma tão sutil que nem ela percebeu. Sinto muito, mas isso também é falta de assertividade. É falta de amor próprio.
Esse tipo de coisa é cultural. Você deve pensar que se você se desculpa por “qualquer” coisa é porque você aprendeu assim. Acredito, mas nem tudo o que você aprendeu é bom para você, mesmo que lhe tenha sido ensinado com as melhores das intenções. A gente aprende muita coisa que deve ser desaprendida.
Você deve se dar a oportunidade de repensar todo esse comportamento - ou falta de comportamento -, pois a quem é passivo falta postura adequada. E ao contrário do que o povo diz, pensar não cansa. Fazer a sua análise, a sua terapia é muito gratificante. Se renovar e se gostar vale qualquer esforço.
Pare de se desculpar por existir. Se goste mais, faça por você. Invista em você. Não consegue sozinho? Estou a disposição pra te ajudar, para te dar as dicas, pra ser sua terapeuta, sua reformadora. Gosto de pensar a terapia nesses termos: é uma reforma interna da sua cabeça.
Quem vive querendo ser tudo para todo mundo acaba não sendo nada para ele mesmo.
Não se deixe levar pelo estilo camaleão que tenta agradar a quem está do seu lado, falando tudo o que o outro quer ouvir mas nem uma palavra do que você realmente sente. Você que sofre terrivelmente tentando ser “Agradável” pra todo mundo que é a pessoa que nunca diz NÃO, tenta ser amigável o tempo todo, e se alguém lhe recusa alguma coisa você ainda acha que a culpa foi sua: “Eu é que sou uma incompetente” “Eu não mereço participar desse grupo, eu só dou mancadas.. Eu sou a culpada pelo meu próprio sofrimento”.
Tire a palavra culpa e troque por responsabilidade, responsabilidade é legal porque te dá oportunidade de fazer alguma coisa pra mudar a situação, culpa te joga num limbo sem solução, responsabilidade é a dica de que a sua situação depende de você, você pode fazer muito por você, a possibilidade está na sua mão.
A pessoa que não é assertiva pode ser honesta intelectualmente, mas emocionalmente ela é uma mentirosa, finge que está tudo bem quando no fundo está sofrendo demais com as coisas que estão acontecendo a sua volta, mas ela ali... fazendo cara de paisagem. E até sua cortesia é uma mentira, porque muitas vezes ela está tratando muito bem uma pessoa, mas não é porque gosta, é porque tem medo, medo que essa deboche dela, medo de que o outro lhe dê bronca. A pessoa que não é assertiva permite que o outro a invada.
É claro que com esse tipo de comportamento a pessoa fica muito sozinha, ela não consegue ter relações sociais calorosas. Não consegue ter uma amizade sincera, ter alguém com quem se pode contar, só tem aproveitadores e interesseiros. Ela mesma se oferece às pessoas de uma forma que não deveria, oferece mais do que é merecido.
Uma pessoa assim está sempre planejando, não consegue ser espontânea: “Se eu for lá agora vai significar que estou interessada, e não devo demonstrar interesse”. “ Se ele olhar para mim é porque ele quer alguma coisa”. “Eu não posso sorrir muito senão vão me achar uma boba, não posso ficar séria senão vão me achar esnobe. Não posso ficar de pé senão vão achar que estou sem graça, não posso sentar senão vão achar que estou de lado”.
Tamanha auto observação pode ser cansativo, pode ser frustrante, e não vai te levar a nada, nada mesmo, só te coloca numa situação de eterna incerteza, de insegurança e passividade.
E é claro que ninguém quer o oposto, o ideal é o equilíbrio. Defender seus direitos como pessoa não implica em violar os direitos de outra pessoa. Ofender, insultar fazer comentários humilhantes, tudo isso é ser agressivo, e acaba provocando uma série de problemas.
Quando a pessoa é agressiva o objetivo é dominar e vencer, forçar a outra pessoa a perder, ela quer degradar, dominar o outro, mostrar que o outro é mais fraco. É o mesmo que dizer: “Seus sentimentos não contam, o que você pensa não conta, o que você quer não é importante”.
As conseqüências negativas, tanto a curto como a longo prazo para o agressivo, não precisam nem ser mencionadas.
Também outro tipo de agressividade, é o tipo de pessoa passivo-agressivo, o sarcástico, aquele que se acha inteligente porque se sente melhor do que os outros, sabe “tirar sarro”. Também não é saudável.
O ideal, o que te dá paz de espírito, o que te dá tranqüilidade mental e equilíbrio é a busca pela atitude assertiva.
Assertividade é, ao mesmo tempo, causa e efeito da autoestima. Porque causa? Sendo assertivo você se gosta mais, porque consegue mais coisas da vida. E porque efeito? Tendo uma boa autoestima você vai ser mais seguro e vai conseguir ser assertivo sem agressividade.
A assertividade é muito confundida com agressividade, já ouvi uma pessoa dizendo que “assertividade” é ser mal-educado oficialmente. Por que tem gente que desce o cascudo no outro, e acha que isso é assertividade? Gente, assertividade não é isso.
Tudo bem, sabemos que o assertivo pode muitas vezes ser mal recebido. Talvez porque o assertivo não é manipulado pelos outros. Ele não vai cair no joguinho do outro, na chantagem emocional do outro. Aí o outro reclama, claro, não conseguiu te levar no bico.
Tem muito a ver com nossa cultura. A gente aprende desde pequeno que tem que se sacrificar pelo outro. E é por essa e por outras que tem muita gente que fala: “É falta de educação ser assertivo. É grosseiro. É egoísmo pensar em si! E egoísmo e ambição são pecados graves.”
Mas vejam bem, assertividade é muito diferente da agressividade. Um agressivo diz: "Sua proposta é horrível!", enquanto um assertivo diz: "Não me sinto bem com sua proposta!".
Mas tem vezes que a sociedade até prefere o agressivo, porque o agressivo perde a razão e no fim pode ser "convencido". Enquanto que o assertivo não, mesmo depois de muita pressão, o assertivo continua dizendo: "Ainda assim, não me sinto bem com sua proposta e quero negociar de forma que nós dois possamos sair ganhando".
Com certeza o assertivo é menos manipulável. O assertivo é consciente, e sabe o que faz, para quem faz e por que faz. E até quando faz o que não quer, ele faz por opção, faz porque quer e não por ser vítima.
Muitas vezes as pessoas vivem de migalhas, migalhas de afeição, de reconhecimento, porque a autoestima é tão baixa que ele pensa que a única coisa que pode conseguir são essas migalhas.
O assertivo percebe quando a coisa está desfavorável pro lado dele e pode até aceitar essas regras do jogo se não tiver como mudá-las. Mas não porque está aceitando migalhas. Ele faz porque sabe que pode esperar uma chance para virar o jogo.
O assertivo não se revolta, nem murmura, mas ele se prepara para a próxima oportunidade e aguarda o momento certo. Sabe demonstrar benevolência sem ser paternalista. O paternalista também não é assertivo, lembra da definição que dei lá no inicio? Que assertividade se traduz tanto na conquista da sua felicidade como na felicidade do outro. A postura paternalista rebaixa o outro, não é uma ajuda, é uma humilhação. O assertivo não entra numa relação que explora a carência afetiva do outro.
Mas, já que assertividade é tão boa assim, porque as pessoas não são assertivas? Eu te respondo: o que as impede é o medo da perda. O medo de perder o emprego, de perder o amor do outro, enfim, medo da exclusão. E quanto menor sua autoestima, maior é o medo da perda.
A assertividade está intimamente ligada ao autoconhecimento. Se você não sabe o que quer, você vira uma pessoa passiva. Para conseguir ser assertivo você precisa, em primeiro lugar, ter autoestima e isso começa a ser construído na infância. Poucas pessoas tiveram experiências positivas suficientes na infância. Estima-se que entre 85% e 90% das pessoas teriam benefícios se passassem por algum aconselhamento ou psicoterapia pra corrigir comportamentos destrutivos.
Quer um exemplo? Quando você era criança, ouvia a seguinte mensagem? "Seja gentil com as pessoas no seu aniversário. Quando ganhar um presente, diga obrigado e gostei muito, mesmo que não tenha gostado". Ou: "Diga a senhora Fulana que ela está bonita, mesmo que ela esteja horrível". Pronto! Essa orientação para agradar o outro, mentindo ou negando a si mesmo, é um dos inimigos do comportamento assertivo, porque gera passividade.
O comportamento agressivo também é ensinado pela cultura. A gente aprende a resolver conflitos com agressividade quando ouve que "o mundo é dos espertos", "a melhor defesa é o ataque", "bata antes de apanhar", "nunca leve desaforos para casa".
A forma como se processam as crenças é muito importante, tanto que a TCC (Terapia Cognitiva Comportamental) trabalha basicamente a mudança de percepção.
Quer exemplos de como a gente acrescenta dados internos em situações reais? Concluir que fulano não gosta de você porque outro dia ele não o cumprimentou no corredor da empresa. Concluir que fulano acha você incompetente porque, quando você apresentava sua idéia na reunião, ele olhou para o relógio e sugeriu que você falasse em outro dia. Acreditar que seu namorado não está gostando de você só porque ele recusou um convite para jantar, são só alguns exemplos.
O ideal é sempre checar se nossas crenças estão em sintonia com a realidade. Como? Achou que o seu chefe teve um comportamento ambíguo? Coloque tudo em pratos limpos. Sentiu que foi mal interpretado e causou mal-estar na equipe? Sente para uma conversa franca e esclareça. Achou que o seu cliente sentiu-se incomodado com uma nova diretriz da empresa? Sente-se com ele e escute-o. Sentiu que não passou uma mensagem como deveria? Peça licença e volte ao assunto.
Será difícil no começo, mas a assertividade virá normalmente com o treino. É preciso muita reflexão. Observe seu próprio comportamento e identifique as situações nas quais tem sido passivo, agressivo e assertivo. Seja persistente. As sensações de autoestima e autorrespeito são tão gratificantes que a mudança vai acontecendo e a ansiedade e o sentimento de culpa vão desaparecendo.
E, por último, mas não menos pior: você terá de se preparar para aqueles que não leram esse texto. Ao adotar o comportamento assertivo, você pode, inicialmente, provocar diversas reações nas pessoas com quem você convive. É possível que apareça hostilidade, mágoa, chantagem emocional, lamento, pedidos de desculpas e grau de humildade excessiva. O adequado é manter-se na postura assertiva, sem se deixar ser fisgado.
“Opção” é a palavra chave da assertividade. Ser assertivo é sempre, em qualquer situação, optar pelo que é melhor a fazer, o momento adequado e o local certo, respeitando a si e ao outro.
O comportamento assertivo é o que torna a pessoa capaz de agir em seu próprio interesse, sem ansiedade, sendo sincero sem agressividade e sem constrangimento. A assertividade é não ter aquela necessidade de ser aprovado por outras pessoas. A pessoa se torna autoconfiante e com autoestima. Quem está sempre permitindo que os outros abusem tem um nome: é a pessoa “não assertiva”.
O que ser assertivo? Já ouvi muita gente usando essa palavra de forma errada. Já ouvi pessoas dizendo assim: “Fulano foi assertivo, ele foi lá e despejou tudo na cara dele”. Isso não é assertividade, isso é agressividade.
Ser assertivo é o melhor comportamento que você pode querer. É a forma de você se expressar livremente, e a forma mais fácil de você atingir seus objetivos. Mesmo que seu objetivo seja uma coisa simples como uma troca na loja onde você comprou um produto ou reclamar de alguém que furou a fila ou falar com seu filho quando ele não está cumprindo as regras ou falar com marido, namorado, colegas, chefe... qualquer desses objetivos você, com certeza, atinge de forma muito mais fácil quando é assertivo.
Tem muita gente que não gosta nada da sua forma de lidar com as pessoas, se percebe tendo muita dificuldade em se colocar objetivamente, mas acha que não pode mudar e diz “eu sou assim mesmo, o que eu posso fazer?” Já ouvi muita gente dizendo: "Eu sei que eu não ajo como gostaria, mas não dá pra mudar". Dá, sim. Dá para você melhorar a si próprio - e muito - fazendo da forma certa.
Ser assertivo é a única forma de você finalmente controlar o seu ambiente, controlar como as pessoas falam com você, conseguir das pessoas o que você quer. Em psicologia nós dizemos: “Ser Efetivo Interpessoalmente". Por exemplo: você não quer fazer mais um daqueles “favorzinhos” que vivem te pedindo, mas fica sem graça em recusar. Ou então, tem dificuldade em se fazer respeitar quando os amigos vem com aquelas brincadeirinhas sem graça, mas você sente que, se mostrar que não gostou, você perde o amigo.
Você perceberá que pode fazer tudo isso sem se tornar uma pessoa cruel, má, mal vista pelos outros, pois essa é a idéia do senso comum em ser assertivo.
Ser assertivo de verdade é conseguir se expressar, conseguir se colocar de uma forma afirmativa diante das pessoas e, ainda assim, ter essas pessoas ao seu lado, ainda assim, ter a simpatia das pessoas.
Você acha impossível?
Porque você precisa ser assertivo? Para não mais sentir toda a raiva que você passa no seu dia-a-dia, toda a amargura, toda sensação de inutilidade. Por exemplo: você quer mostrar para seu chefe ou seu cliente que você tem um projeto muito bom, mas a pessoa fica com aquela cara de incrédulo na sua frente e você desanima.
Todo esse sofrimento te leva a ter um monte de problemas psicológicos. Porque você acha que tem tanta gente precisando de acompanhamento com psicólogo, sofrendo com síndrome do pânico, com depressão, com crises de ansiedade. E tem gente que sofre de ansiedade e não sabe, tem gente que fala assim, “EU não sou ansioso.. Ansioso é aquele que fica andando de um lado para o outro”.
Essa é só uma face da ansiedade. Ansiedade é também ser preocupado demais, aquela preocupação que, mesmo que não te deixe agitado por fora, você fica agitado mentalmente, agitado por dentro, preocupado, pensando que pode estar com alguma doença muito ruim, mesmo que não tenha sintomas nem indícios dessa doença, preocupado achando que vai morrer, que vai ficar sozinho, abandonado etc.
Há também gente que diz “eu não fico preocupado com isso, eu só penso que posso morrer pobre de vez em quando, algumas vezes no dia, fico triste quando penso nisso, me dá um peso no peito, mas eu sei que a minha realidade me mostra que isso não vai acontecer comigo, mas mesmo assim eu penso”. Isso É ansiedade! Quer você acredite ou não, isso é ansiedade!
Voltando, estávamos falando do sofrimento que você gera para você mesmo quando não consegue ser assertivo. Quando você se torna uma pessoa assertiva você fica muito mais satisfeito com você mesmo.
Muita gente foi aprendendo a ser passiva, por vários motivos. Ou porque é mulher e mulher é criada para se “comportar”, o que significa ser cordeirinho, não se defender, a mulher aprende que o legal é ter alguém que a banque. Só que e se ela não tem? Ela acredita que ela está fora do esquema social, não é uma mulher convencional ou não é aquela à espera do príncipe, que nasceu, cresceu, casou, procriou e foi feliz para sempre. Aliás, essa mulher convencional não existe mais.
Nossa criação nos ensina a ser passivo. Quantas vezes na infância você não ouviu: “não responda para as pessoas, seja um menino bonitinho, fique quietinho”.
O importante é saber que você pode ser assertivo, mesmo que até hoje não tenha conseguido. Você pode aprender.
O que é ser assertivo?
É expressar diretamente os seus pensamentos, suas opiniões, sem ameaçar ou castigar as outras pessoas. É fazer as outras pessoas saberem quem você é. Mas sem dominar ou humilhar a outra pessoa.
Ser assertivo implica em ser respeitado. É deixar de ser servil. É não mais fazer de conta que o outro está certo só porque o outro é mais poderoso, mais velho, tem mais conhecimento, é homem etc. É possível que o que você aprendeu como sendo “respeito” na realidade signifique servilismo. Eu não sou machista, nem feminista, o que eu sei é que todas as pessoas merecem o mesmo respeito.
Ser assertivo implica em dois tipos de respeito: o respeito por você mesmo e o respeito pelo outro. Não é porque você é assertivo e expressa seus pensamentos que você pode desrespeitar o outro.
Esse é o ponto delicado em ser assertivo. É aí que todo mundo confunde ser assertivo com ser agressivo.
O comportamento não assertivo pode ser entendido quando pensamos em todas as situações em que você foi engolindo, engolindo, engolindo, até que um dia não teve jeito, explodiu! Quando a gente explode é outro desastre. Em geral a pessoa se sente culpada por ter explodido: “Poxa vida.. Não precisava.. Porque eu fui fazer isso.. Que papelão. Agora todo mundo vai pensar que eu sou um descontrolado”.
Quando você é não-assertivo, quando você não consegue expressar seus pensamentos de forma honesta, você permite que os outros violem os seus sentimentos. Percebe que foi você que permitiu que o outro abusasse?
Quando você começa a agir de forma autoderrotista - se desculpando por tudo, se desculpando por existir, por ocupar um lugar no mundo, agindo com falta de confiança -, ninguém mais te dá atenção porque a mensagem que você passa é: “eu não conto, podem se aproveitar de mim, meus sentimentos não importam, só os seus, suas idéias são as únicas que valem a pena ser ouvidas”.
E isso tudo não aparece só nas coisas que você diz. Aparece também na mensagem que você passa sem querer - em psicologia isso se chama “comunicação não verbal”. Você também é não-assertivo quando evita o olhar, foge com o olhar diante das pessoas, sua fala é vacilante, fala em tom baixinho, difícil de escutar, a postura do seu corpo é tensa, seus movimentos são estranhos. E tudo passando a mesma mensagem: “eu não sou tão importante, não sou tão interessante”.
Ser não-assertivo é não ter respeito as suas próprias necessidades.
Tem outra forma não-assertiva que é mais sutil ainda de perceber: quando você não respeita a capacidade do outro em lidar com os problemas dele, quando você assume responsabilidades que não são suas, quando você pega para você o problema do outro porque acha que o outro não tem capacidade de lidar com aquilo. Mas muitas vezes você não está ajudando em nada, você está atrapalhando o crescimento do outro, pois você tirou a oportunidade dele de aprender, de se desenvolver. E ainda por cima carregou um problema que não é seu. Pense em todas as “ajudas” que você deu mas, no fundo, teve um comportamento não-assertivo.
Não-assertivo é também tentar apaziguar as dificuldades do outro.
Ser não-assertivo é quando você tenta evitar conflitos a todo custo. Pense nas situações em que você disse uma frase destas: “Eu fiz todo o trabalho sozinho porque sei que não adianta contar com ninguém mesmo”. “Eu paguei a conta sozinho porque assim fico livre daquela pessoa”.
Você reclama que ninguém te entende, se sente sozinho na multidão, não consegue se sentir satisfeito com você mesmo? Claro! Está faltando aprender a se colocar de forma assertiva. Aprender a se comunicar, parar de se comunicar indiretamente e de forma incompleta.
Exemplo de Comunicação Incompleta: “Meu marido não é nada romântico, ele TEM que saber que eu gosto de ganhar flores!” Comunicação incompleta é quando você acha que não precisa dizer uma coisa porque essa coisa é OBVIA! Mas é obvia pra você, nada garante que é obvia para o outro.
Quem não é assertivo acaba sendo incompreendido. Está sempre sendo manipulado pelos outros. Está sempre sentindo que os outros não o levam em conta. Quando perguntam que pizza pedir, todo mundo dá uma opinião, muitas vezes nem pedem a sua opinião, encomendam uma pizza totalmente diferente da que você queria comer. E olha que é capaz de você pagar pela pizza no final. É por isso que quem não é assertivo está sempre se irritando e acaba sendo hostil, até mesmo sem querer.
E o saldo final disso tudo? Culpa, ansiedade, depressão e baixa autoestima e também queixas psicossomáticas como dores de cabeça, úlceras. Tudo por causa dos sentimentos reprimidos. O ser humano pode suportar um tanto de frustração, mas há limites. Uma hora a coisa tem que sair de alguma forma e ela sempre sai em forma de sintomas somáticos - seu corpo fica doente - ou sintomas psicológicos. Quando extravasa, sai sempre de uma forma que não é proporcional ao que está acontecendo, porque aquela foi só a gota que transbordou o copo.
Mesmo quando aparecem sintomas somáticos como dor de barriga, falta de ar, dor de cabeça, tonturas, não adianta você ir só para o médico porque ele vai tratar esses sintomas. Quem vai tratar a causa - em atendimento individual ou terapia em grupo para oferecer ajuda emocional - é o psicólogo, pois estes sintomas foram induzidos por causa psicológica.
Quem não é assertivo tem outro problema muito grave: não diz o que pensa. Os outros tem que ler os seus pensamentos. E é claro que não é fácil que os outros adivinhem o que você quer, mas é comum você falar assim: "Eu nem deveria ter que falar, ele tem que saber que eu quero que ele me ajude". Ou "É claro que ele devia saber que eu fiquei bravo, tava na cara". Mas muitas vezes o que você achou que estava na cara ninguém mais viu.
Já vimos que outro grande problema em não ser assertivo é querer que os outros leiam nossa mente, quando sabemos que isso não é possível só ficamos muito mais frustrados e com muita raiva.
Deixar que outros decidam por nós quase sempre acaba em desilusão. Exemplo: você quer sair com amigos, fazer um determinado tipo de programa, mas não se manifesta, fica torcendo pra que decidam fazer o que você estava pensando. Quem passa por isso sabe o resultado que dá. Você acaba desanimando e não sai mais com estes amigos.
Quem tem algum desses comportamentos não assertivos não consegue gostar de si mesmo, se sente inferior com relação aos outros. É a pessoa que sempre acha que aquela roupa bacana não fica bem nela, só na vizinha. Que aquele emprego interessante também não é para ela, jamais conseguiria trabalhar naquela boa empresa, mas seus colegas de sala, sim, para eles tudo bem.
Quando a pessoa se coloca demais em papel de subordinada, até mesmo tendo uma posição superior ainda se comporta como se fosse subordinada ao seu colega de trabalho, como se fosse subordinada ao filho, ao amigo. Se coloca em papel de submissão diante de pessoas que seriam iguais ou até em nível hierárquico inferior, ou dá mais autoridade a pessoas que até tem poder sob um aspecto específico. Por exemplo, o chefe no trabalho. Lá ele é sua autoridade, mas se você permite que esse chefe entre em assuntos pessoais, você permite que ele seja seu chefe em áreas particulares da sua vida. Você não está sendo assertivo.
E a carência emocional? Este é outro exemplo de falta de assertividade. Quando você precisa demais dos outros, do apoio dos outros para suas decisões, quando alguém precisa endossar o que você pretende fazer. Sinto muito, mas isso é um exemplo clássico de falta de assertividade.
Por quê? Porque você vai ficar muito insatisfeito com você mesmo e com os outros também, não tem como você se deixar na mão do outro e esperar que o outro só decida coisas interessantes para você. Quando você deixa que o outro decida por você fica muito fácil de você se decepcionar com essas decisões, pois não são decisões suas.
É claro que você não vai ficar satisfeito, você acaba achando que os seus relacionamentos são muito entediantes, muito chatos, e fica extremamente desconfortável estar com outras pessoas. Você vai fazer coisas que não quer fazer, porque age pelo referencial do outro, não o seu. Não dá mesmo para se sentir satisfeito, de bem, em equilíbrio psicológico, quando você permite que o outro comande a sua vida. Você vai aos lugares que o outro acha bacana, come o que o outro quer comer, vai e volta no horário que o outro quer, Ohh vidinha lamentável!
Desta falta de assertividade vêm toda a tensão e estresse do dia-a-dia. Porque estou tão tenso??? Você não aprendeu a relaxar. Você se queixa quando é criticado na frente dos outros, mas também não faz nada de eficiente para que isso não se repita. Reclama e espera que o outro entenda seu recado. Eis a tentativa de que leiam sua mente. Você dá indiretas, dá dicas, demonstra que não gostou e não entende como nada disso deu resultado. Diz: “não adianta, já fiz de tudo, não é possível fazer com que os outros me respeitem”. Você está muitíssimo errado, tem o que fazer sim.
A linha de terapia com a qual eu trabalho - uma linha da psicologia reconhecida oficialmente pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP) - chama-se Terapia Cognitiva Comportamental. Por meio dela você aprende a seu próprio respeito, percebe por que as coisas não dão certo na sua vida. A psicóloga te dá dicas, passa estratégias, ensina a ter um comportamento assertivo. É um treino, um aprendizado, você tem até lição de casa onde pratica e se desenvolve muito, muito mesmo.
Faça uma autoanálise: você odeia multidão? Mas também não gosta de ficar sozinho? Tem medo constante de estar incomodando as pessoas, medo de chamar a atenção? Sente que não tem o direito de ocupar muito espaço, não tem o direito de respirar muito ar? Podemos dar o seu diagnóstico: Você sofre de falta de assertividade.
Sabe quando as pessoas visitam sua casa e na hora que estão indo embora dizem: “Desculpe por qualquer coisa”? Esse é um bom exemplo de falta de assertividade. Desculpe do que? O que essa pessoa pensa que fez de errado para precisar ser desculpada, aliás, nem ela tem a menor idéia. Ela se desculpa por qualquer coisa que tenha feito, sem intenção, e fez de forma tão sutil que nem ela percebeu. Sinto muito, mas isso também é falta de assertividade. É falta de amor próprio.
Esse tipo de coisa é cultural. Você deve pensar que se você se desculpa por “qualquer” coisa é porque você aprendeu assim. Acredito, mas nem tudo o que você aprendeu é bom para você, mesmo que lhe tenha sido ensinado com as melhores das intenções. A gente aprende muita coisa que deve ser desaprendida.
Você deve se dar a oportunidade de repensar todo esse comportamento - ou falta de comportamento -, pois a quem é passivo falta postura adequada. E ao contrário do que o povo diz, pensar não cansa. Fazer a sua análise, a sua terapia é muito gratificante. Se renovar e se gostar vale qualquer esforço.
Pare de se desculpar por existir. Se goste mais, faça por você. Invista em você. Não consegue sozinho? Estou a disposição pra te ajudar, para te dar as dicas, pra ser sua terapeuta, sua reformadora. Gosto de pensar a terapia nesses termos: é uma reforma interna da sua cabeça.
Quem vive querendo ser tudo para todo mundo acaba não sendo nada para ele mesmo.
Não se deixe levar pelo estilo camaleão que tenta agradar a quem está do seu lado, falando tudo o que o outro quer ouvir mas nem uma palavra do que você realmente sente. Você que sofre terrivelmente tentando ser “Agradável” pra todo mundo que é a pessoa que nunca diz NÃO, tenta ser amigável o tempo todo, e se alguém lhe recusa alguma coisa você ainda acha que a culpa foi sua: “Eu é que sou uma incompetente” “Eu não mereço participar desse grupo, eu só dou mancadas.. Eu sou a culpada pelo meu próprio sofrimento”.
Tire a palavra culpa e troque por responsabilidade, responsabilidade é legal porque te dá oportunidade de fazer alguma coisa pra mudar a situação, culpa te joga num limbo sem solução, responsabilidade é a dica de que a sua situação depende de você, você pode fazer muito por você, a possibilidade está na sua mão.
A pessoa que não é assertiva pode ser honesta intelectualmente, mas emocionalmente ela é uma mentirosa, finge que está tudo bem quando no fundo está sofrendo demais com as coisas que estão acontecendo a sua volta, mas ela ali... fazendo cara de paisagem. E até sua cortesia é uma mentira, porque muitas vezes ela está tratando muito bem uma pessoa, mas não é porque gosta, é porque tem medo, medo que essa deboche dela, medo de que o outro lhe dê bronca. A pessoa que não é assertiva permite que o outro a invada.
É claro que com esse tipo de comportamento a pessoa fica muito sozinha, ela não consegue ter relações sociais calorosas. Não consegue ter uma amizade sincera, ter alguém com quem se pode contar, só tem aproveitadores e interesseiros. Ela mesma se oferece às pessoas de uma forma que não deveria, oferece mais do que é merecido.
Uma pessoa assim está sempre planejando, não consegue ser espontânea: “Se eu for lá agora vai significar que estou interessada, e não devo demonstrar interesse”. “ Se ele olhar para mim é porque ele quer alguma coisa”. “Eu não posso sorrir muito senão vão me achar uma boba, não posso ficar séria senão vão me achar esnobe. Não posso ficar de pé senão vão achar que estou sem graça, não posso sentar senão vão achar que estou de lado”.
Tamanha auto observação pode ser cansativo, pode ser frustrante, e não vai te levar a nada, nada mesmo, só te coloca numa situação de eterna incerteza, de insegurança e passividade.
E é claro que ninguém quer o oposto, o ideal é o equilíbrio. Defender seus direitos como pessoa não implica em violar os direitos de outra pessoa. Ofender, insultar fazer comentários humilhantes, tudo isso é ser agressivo, e acaba provocando uma série de problemas.
Quando a pessoa é agressiva o objetivo é dominar e vencer, forçar a outra pessoa a perder, ela quer degradar, dominar o outro, mostrar que o outro é mais fraco. É o mesmo que dizer: “Seus sentimentos não contam, o que você pensa não conta, o que você quer não é importante”.
As conseqüências negativas, tanto a curto como a longo prazo para o agressivo, não precisam nem ser mencionadas.
Também outro tipo de agressividade, é o tipo de pessoa passivo-agressivo, o sarcástico, aquele que se acha inteligente porque se sente melhor do que os outros, sabe “tirar sarro”. Também não é saudável.
O ideal, o que te dá paz de espírito, o que te dá tranqüilidade mental e equilíbrio é a busca pela atitude assertiva.
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*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo
Psicóloga Marisa de Abreu- CRP 06/29493-5 - Psicóloga Comportamental
Clínica de Psicologia Rua Bela Cintra, 968 – São Paulo – Av. Paulista / Metrô Consolação
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