Aprenda a se Amar!!
O poder da autoestima
O modo como o indivíduo se compreende determina pensamentos, emoções e influencia diretamente a relação com a saúde, o trabalho, o convívio pessoal e seu posicionamento na vida
As relações interpessoais são fundamentais para a vida humana. Cada ser vivo no planeta, principalmente mamífero, necessita da troca afetiva possibilitada pelas relações com os outros. O modo como convivemos com as pessoas revela como aprendemos a lidar com nossas emoções, frustrações e como nos relacionamos primariamente conosco.
A maneira como nos posicionamos diante de nós mesmos na vida direciona como vamos lidar com as outras pessoas. Dessa maneira, é muito possível que uma pessoa com boa relação intrapessoal terá boas relações interpessoais. Por isso, hoje em dia, valoriza-se tanto a inteligência emocional. Ela está diretamente ligada ao modo como a pessoa se posiciona na vida.
Diante de uma dificuldade, em geral, o primeiro pensamento está associado à crença básica de um indivíduo, a seu autoconceito. Se uma pessoa acredita que é capaz de superar um desafio, então diz para si mesma: “Vou conseguir”. Caso contrário, afirma: “Isso é muito difícil!” ou “Não vai dar certo” ou, ainda, “Impossível”.
A autoestima determina e direciona pensamentos, emoções e comportamentos. Começa a ser desenvolvida no nascimento, por meio da relação com os pais e com o mundo à volta da criança. O nível de autoestima que uma pessoa manifesta influencia tudo em sua vida. Em função disso, a saúde, o trabalho, as relações pessoais e comerciais são diretamente afetadas pelo nível de autoestima de cada um.
Nas relações íntimas a autoestima direciona o tipo de relacionamento a ser conservado. Há pessoas que buscam manter padrões de relacionamento que reforcem seu baixo nível de autoestima, com parceiros(as) que as desmerecem e as desvalorizam. A alusão mais correta nesse caso é a de um espelho: o que está dentro é refletido fora e o(a) parceiro(a) se relaciona com os recursos que lhe são oferecidos. Neste caso, de baixa autoestima, reforçando, assim, um padrão de autoconceito.
A autoestima é a fonte do nosso poder pessoal, da capacidade que todo ser humano tem de influenciar e ser influenciado nas relações sociais. Em todos os tipos de relações a autoestima é o pano de fundo, pois ela determinará o modo como o indivíduo irá lidar com seu corpo, se emocionar e agir. Em situações de trabalho, por exemplo, pessoas com elevada autoestima tendem a ser mais ágeis, a falar assertivamente o que querem, a lutar pelos seus objetivos de modo claro. Alguém com autoestima alta acredita em si mesmo, é o que quer ser, goza a vida e assume responsabilidades sem culpar os outros e sem se justificar pelas escolhas que faz.
Alguns autores se dedicaram a pesquisas importantes a respeito do tema. Shinobu Kitayama (2004) realizou estudos na Universidade de Dakota do Norte, nos Estados Unidos, envolvendo 257 estudantes. Constatou que os indivíduos mais pessimistas tinham uma percepção negativa a respeito de atividades do local onde viviam e apresentavam impressões ruins a respeito de si mesmos. Para Kitayama, há uma correlação direta entre a adequação do modo de agir aos valores sociais vigentes e a elevada autoestima.
Necessidades vitais
Na década de 1960, Harry F. Harlow, diretor do Laboratório de Primatas da Universidade de Wisconsin, realizou experiências com macacos Rhesus. Cada recém-nascido tinha acesso a duas “mães” artificiais: uma de armação de arame com rosto de madeira e uma mamadeira à altura do peito, e outra mãe de armação de arame revestida de um macio pano felpudo.
Quando uma ameaça se apresentava, imediatamente os bebês fugiam para junto da mãe de pano, em busca de conforto e consolo. Somente depois começavam uma exploração. Harlow observou que os macacos bebês preferiam claramente as “mães” mais confortáveis.
Diante de situações com muitos estímulos novos e na presença da “mãe” confortável, as reações de medo e de agarrar-se rapidamente davam lugar à exploração curiosa dos objetos, com regressos periódicos à “mãe” de pano. Contudo, na ausência da “mãe” confortável, os macacos ficavam paralisados pelo medo e não exploravam o ambiente. A conclusão que a pesquisa traz é que a “mãe” desconfortável é incapaz de transmitir segurança.
Essa pesquisa demonstra quanto os mamíferos necessitam do afeto, da estimulação sensorial do cuidado, das trocas com outros de sua espécie para que possam ter as habilidades cognitivo-afetivas e todos os aspectos biopsicossociais desenvolvidos de modo pleno.
Fonte: Biblioteca da Natureza LIFE – Comportamento Animal. São Paulo: José Olympio, 1971, p. 29.
Daniel Hart, psicólogo da Universidade de Rutgers, nos Estados Unidos, afirmou, em 2006, que a alta e a baixa autoestimas podem se alternar em diferentes áreas. Ou seja: uma pessoa pode ter elevada autoestima na vida profissional, e baixa autoestima na vida pessoal.
Os psicólogos da Universidade de Southampton, na Inglaterra, declararam que a autoestima tem características hereditárias. Pesquisas feitas com gêmeos adultos (univitelinos e bivitelinos) e com filhos adotivos revelaram que a genética tem um peso considerável na autoestima.
O autoestima começa a ser desenvolvida no nascimento, por meio da relação com os pais e com o mundo.
A construção do autoconceito
O ser humano, como ser de relações sociais, necessita do outro desde seu nascimento até a morte. O modo como o outro, o ambiente e as questões socioculturais influenciam o desenvolvimento do ser também influenciam a compreensão de si mesmo. Cada qual tem um modo único e especial de experimentar a vida, associando novas vivências com experiências passadas e aspectos cognitivo-afetivos.
Ao nascer, o bebê depende de cuidados maternais, sem os quais não sobreviveria. Aquele(a) que cuida torna-se uma espécie de espelho para a criança, que vai desenvolvendo seu processo de individuação por meio da interpretação do outro, compreendendo- se com um ser que faz parte do outro. Por intermédio dessa relação de cuidado, a criança vai construindo a si mesma, seu autoconceito, até apreender-se como um ser separado desse outro: único, com desejos e necessidades.
De acordo com Stratt on (2002), podemos definir autoconceito como “a soma total dos modos como o indivíduo vê a si mesmo” (p. 24). A autoimagem seria, então, seu componente descritivo, e a autoestima, seu componente avaliativo.
O senso de valor próprio e competência, a avaliação pessoal que um indíviduo faz de si constituem a autoestima. Já a imagem interna ou a descrição interna que alguém tem de si mesmo é a autoimagem.
A baixa autoestima, além de ser um indicativo de distúrbios psicológicos e uma característica da depressão, pode levar o indivíduo a dificuldades de relacionamento intra e interpessoal. A autoimagem é construída na interação indivíduo e meio ambiente. Portanto, o feedback positivo ou negativo dessas interações influencia a autoimagem. A autoestima possui um nível importante de contribuição na atitude das pessoas em relação à autoimagem, que engloba, entre outros, o conhecimento acerca dos papéis sociais desempenhados (Stratt on 2002).
A imagem corporal é um aspecto importante da autoimagem e diz respeito à ideia que cada um tem de seu corpo, que vai desde a representação do corpo até a avaliação das características corporais. Então, um indivíduo que se avalia de maneira negativa (baixa autoestima), provavelmente terá dificuldades com sua imagem corporal e com sua autoimagem.
O conceito de identidade diz respeito ao “senso que o indivíduo tem sobre o tipo de pessoa que ele é” (Stratt on 2002, p. 122). A identidade é construída ao longo de toda a infância, mas na adolescência começa a se tornar estável, o que significa manter-se constante, com uniformidade de atitudes, sentimentos e comportamentos, mesmo diante de situações diversas. Uma identidade segura é necessária para que o jovem adulto seja capaz de assumir responsabilidades, compromissos e relações íntimas.
Há pessoas que buscam manter padrões de relacionamento que reforcem o seu baixo nível de autoestima
Imagem: Shutterstock- Na escola -
Entre 1960 e 1990, pesquisas revelaram que a autoestima dos estudantes tinha uma relação direta com a qualidade das notas obtidas na escola, com relacionamentos interpessoais e familiares e com seus planos para o futuro. Em função disso, muitos grupos estadunidenses criaram programas para incrementar a autoestima dos estudantes, apostando na possibilidade de melhoria de notas, de diminuição dos conflitos e de sucesso futuro.
Os impactos
O modo como as crianças desenvolvem a compreensão de si na infância, por meio da relação com os cuidadores, com a família, a escola e os colegas, determina e orienta o autoconceito. Crianças com baixa autoestima tendem a ser adolescentes autodestrutivos, podendo utilizar recursos como drogas, violência, sexo descuidado, para reafirmar a baixa autoestima ou, ainda, uma timidez excessiva, que promove um autodirecionamento para a reclusão ou a associação com grupos que se colocam à margem da sociedade.
No curso do desenvolvimento humano, os adultos advindos de uma trajetória de baixa autoestima, dependendo do modo como utilizam seus recursos internos, podem, em diferentes níveis, tornar-se violentos, autodestrutivos, dependentes emocionalmente, isolados socialmente ou, ainda, ter dificuldades de aceitar o próprio sucesso, de planejar sua carreira, de reconhecer resultados positivos, além de extrema dificuldade em relacionamentos interpessoais.
Como compensação, o indivíduo com baixa autoestima pode também direcionar seus recursos à busca incessante do sucesso, não medindo esforços, nem se intimidando por barreiras para provar, para si mesmo e para os outros, que é capaz de realizações, embora ele mesmo tenha dificuldade de reconhecer isso.
Autoconfiança consiste na previsão realista dos recursos internos disponíveis necessários para encarar um tipo específico de situação. Só você se conhece tão bem a ponto de prever possíveis atitudes, comportamentos e sentimentos diante de uma dada situação e qual a melhor maneira de agir sem agredir a si mesmo e ao outro. Uma pessoa autoconfiante tem mais chances de promover relacionamentos saudáveis, uma vez que conhece quais são os seus limites, avalia suas prioridades, respeita a si mesma e às suas emoções. A autoconfiança também está associada ao desenvolvimento de alteridade, isto é, o desenvolvimento da noção de que, se sou um indivíduo, o outro também é, e ambos devemos ser respeitados nas mais diversas relações em nossos direitos humanos.
A saúde, as relações pessoais e profissionais são diretamente afetadas pelo nível de autoestima de cada um.
A autoestima é a base da autoconfiança. Uma pessoa que se compreende de maneira positiva tende a direcionar-se pela vida de modo decisivo e deliberado. A autoconfiança, atualmente, é considerada uma competência ou habilidade a ser avaliada nos processos seletivos realizados pelas organizações que estão à procura de pessoas capazes de gerir negócios, criar possibilidades e desafiar fronteiras. Pessoas autoconfiantes tendem a expressar confiança na própria capacidade de superar desafios e situações difíceis, investem mais no seu desenvolvimento pessoal e profissional e são mais resilientes.
A resiliência é a capacidade de lidar com a adversidade e conseguir se adaptar ou evoluir positivamente diante da situação adversa. Há muitos exemplos de pessoas que se superaram depois de uma grande perda, como os atletas paraolímpicos, os pintores que perderam os braços em acidentes ou doenças e que pintam com a boca e/ ou os pés, aqueles que sofreram doenças, acidentes ou grandes perdas e passaram a ministrar palestras sobre o assunto. Indivíduos com alta autoestima tendem a ser mais resilientes e promovem mudanças, vencem dificuldades, têm firmeza de propósito, são proativos – características em alta no mercado de trabalho.
A autoestima é a principal fonte da capacidade que todo ser humano tem de influenciar e ser influenciado.
esquisas feitas com gêmeos adultos e com filhos adotivos revelaram que a genética tem um peso considerável na autoestima
A imagem corporal é um aspecto importante da autoimagem e diz respeito à ideia que cada um tem de seu corpo
Imagem: Shutterstock- Paixão -
Pesquisas mostram que a paixão pode ajudar na elevação da autoestima. Estar apaixonado libera endorfinas (neurotransmissores que acionam e estimulam o circuito neuronal do prazer), deixa a pessoa com vontade de se cuidar e de se arrumar melhor. Pessoas apaixonadas tendem a ficar mais motivadas e empolgadas com a vida e consigo mesmas.
Autoestima e saúde
Autoestima e saúde estão diretamente relacionadas. Uma pessoa que gosta de si mesma cuida-se, envolve-se na própria história, compreende o que é importante e o que é irrelevante para sua vida. Cria condições favoráveis para o bem-estar e a qualidade de vida, investindo no que é importante para o próprio crescimento pessoal.
Um autoconceito positivo é essencial para uma vida plena e saudável. Uma vez que o indivíduo acredita em seu potencial, confia em si mesmo, gosta da própria companhia, as possibilidades de conquistas, de sucesso pessoal e profissional, de bem-estar físico e psíquico estão disponíveis para ele. O contrário também é verdadeiro: mal-estar físico e psíquico se instalam naquele que se desmerece, que se diz coisas negativas e que não acredita ou não confia em si mesmo.
Temos a capacidade de construir uma vida saudável ou uma vida de doenças, dependendo do modo como nos relacionamos conosco e da maneira como buscamos manter as relações a nossa volta. Pessoas muito carentes, por exemplo, tendem a se envolver em relacionamentos com uma superexpectativa de afetividade que só existe em sua mente. Quando essa expectativa é frustrada (e certamente será, porque o outro não poderá atender a uma demanda psíquica com recursos que não lhe pertencem), essas pessoas adoecem fisicamente, psiquicamente ou psicossomaticamente.
É importante ressaltar que as demandas emocionais de um indivíduo somente podem ser satisfeitas, como necessidades, com recursos internos do próprio indivíduo e não com recursos alheios. Muito embora isso possa se dar nas relações de troca, será sempre pessoal e intransferível, tanto na busca quanto no resultado. A maior comprovação desse fato são os gêmeos univitelinos: com a mesma base genética, cada gêmeo pode ter necessidades afetivas diferentes, conforme suas demandas emocionais. O autoconceito de gêmeos pode ser diferenciado, dependendo do modo como cada um interpreta sua relação com o cuidador, consigo e com o mundo que o cerca.
Como é feita a avaliação
A autoestima pode ser analisada mediante avaliação psicológica realizada por um profissional da área de Psicologia, perito em testes psicológicos e com experiência na área.
Uma avaliação psicológica bem feita deve levar em consideração uma boa entrevista inicial: o técnico em Psicologia deve ter a habilidade de observar a linguagem verbal e não verbal da pessoa à sua frente; o ritmo, o timbre e o tom de sua fala; os lapsos e as contradições de suas verbalizações; deve elaborar perguntas que esclareçam a personalidade do outro e deve elaborar hipóteses consubstanciadas nos dados observados.
Quando se lida com crianças, além da entrevista com os pais, há, também, a hora do jogo diagnóstico, que é o momento da entrevista com a criança por intermédio do lúdico (jogos e brinquedos). Isso possibilita um entendimento, por parte do psicólogo, de como a criança compreende a si mesma e como percebe o que ocorre com ela e à sua volta.
Em um segundo momento são utilizados testes psicológicos escolhidos pelo psicólogo conforme a idade do indivíduo, a demanda observada na(s) entrevista(s), a hipótese levantada e o objetivo da avaliação psicológica. Em uma terceira fase é feita a análise dos dados obtidos nos testes psicológicos, a comparação com a(s) entrevista(s) e a avaliação do caso. O quarto momento consta da elaboração do laudo, que deve conter o diagnóstico do caso, o prognóstico, as necessidades de tratamento e os possíveis encaminhamentos. O quinto e último momento envolve a entrevista de devolução, geralmente feita ao solicitante da avaliação psicológica.
Ao nascer, o bebê depende de cuidados maternais e aquela que cuida se torna uma espécie de espelho para a criança.
O modo como cada pessoa se conhece, lida com suas emoções diante da realidade e enfrenta as situações está diretamente ligado a seu nível de autoestima. A saúde, portanto, depende de quanto uma pessoa consegue dispor de seus recursos internos para se valorizar, compreender-se e se aceitar.
Indivíduos com baixa autoestima tendem a adoecer mais pelo nível de exigência que se impõem para agradar aos outros, pelo alto desgaste emocional para lidar com as dificuldades, pela instabilidade e fragilidade emocional de se ver por meio dos “olhos” dos outros, o que promove frustrações diante de desaprovações.
Algumas doenças psicossomáticas podem estar associadas a personalidades que estabelecem para si um nível de cobrança: agradar aos outros, nunca dizer “não”, assumir culpas por acontecimentos. Esses tipos de doenças exercem ação direta na saúde do corpo e são ocasionadas por componentes psíquicos, ou seja, problemas de ordem emocional. Alguns exemplos associados: dores de barriga, bruxismo (ranger os dentes), gastrite, bronquite, hipertensão arterial, dermatites, dores de cabeça, disfunções endocrinológicas, dentre outras.
Algumas doenças psicossomáticas podem estar associadas a personalidades que estabelecem para si um alto nível de cobrança.
O tratamento está sempre associado a cuidados médicos e psicoterapia, pois é necessário que se trate a doença já manifesta no corpo físico, e que se cuide do modelo disfuncional da estrutura de pensamentos e emoções que propiciam, ao indivíduo, agir para provocar em si mesmo constantes desequilíbrios.
A psicoterapia aborda quatro pilares básicos: autoaceitação (aceitar-se como pessoa), autoconfiança (atitude positiva em relação a capacidades e desempenho), competências sociais (a arte de fazer e manter contatos sociais) e rede social (rede de relacionamentos positivos -- colegas, amigos, familiares – por meio de participação em grupos de interesse pessoal).
A frustração faz parte da vida e a superproteção a que muitos pais submetem os filhos traz um impacto negativo no desenvolvimento das habilidades sociais. Crianças superprotegidas tendem a ter a autonomia e o desempenho prejudicados, pois não conseguem desenvolver o senso de confiança. São adultos que provavelmente terão dificuldade de se estabelecer no mundo, com características fortes de dependência, sentimento de incompetência, vulnerabilidade e fracasso. Famílias superprotetoras, na tentativa de proteger a criança dos perigos do mundo, não reforçam sua autonomia.
Exercícios e dicas
Escreva em um papel cinco qualidades que melhor o descrevem e coloque em locais visíveis: dentro do armário, no espelho, na porta da geladeira etc. Perceba o que diz para si mesmo diante das dificuldades; anote as três principais frases negativas e as transforme em possibilidades. Exemplo: “É muito difícil, não vou conseguir” - “É fácil, posso conseguir”.
- Aprenda a utilizar frases como: “vou pensar”, “dentro de alguns minutos retorno a ligação”, “vou avaliar a situação e em breve dou uma resposta” para ganhar tempo e avaliar prós e contras, para pensar no que é melhor para você sem tomar atitudes precipitadas apenas para agradar as pessoas, das quais possa se arrepender depois.
- Todos os dias olhe-se no espelho e diga frases positivas, autoelogios.
Algumas dicas sobre como cuidar da autoestima:
- Aprenda a se ouvir mais e a ouvir menos o que as pessoas dizem de você.
- Dedique um tempo para você todos os dias, de 10 a 15 minutos, apenas para curtir a sua companhia.
- Conheça-se; comece a questionar o que você sente diante das mais diversas situações.
- Invista no que você gosta e no que precisa. Posicione-se diante da vida antes que ela se posicione diante de você. Faça suas escolhas, trace metas, planos e comece a trabalhar neles.
- Organize seu tempo para conseguir equilibrar trabalho, lazer, amigos, vida afetiva, família, vida espiritual e relacionamento intrapessoal.
- Valorize-se: aprenda a se elogiar, a valorizar suas conquistas, a fazer escolhas, a ser seu melhor amigo.
O nível de autoestima de uma pessoa não é uma predeterminação, mas um indício de que, com os recursos adequados, pode haver transformação
A resiliência tem relação com a autoestima. Há exemplos de pessoas que se superam depois de uma grande perda
Atualmente, muitas famílias acabam sendo permissivas no modelo educacional que seguem. As crianças que crescem em um ambiente permissivo tendem a ter dificuldades em seguir regras e normas, em respeitar os direitos dos outros e cumprir metas pessoais. Pais que têm dificuldades na aplicação de limites realistas promovem na criança um sentimento de merecimento, de grandiosidade, falta de autocontrole e de autodisciplina. Nesse caso, o futuro adulto terá como forte característica o egoísmo, que geralmente mascara um autoconceito fragilizado e uma imagem deturpada de si mesmo, característicos da baixa autoestima.
As crianças querem ser aceitas pelos pais. Quando estes estabelecem uma relação de amor condicional, isto é, a criança apenas recebe afeto e atenção mediante determinado comportamento, promovem nela a necessidade de ganhar aprovação. Se os pais ressaltam que gostam do filho apenas quando se comporta desta ou daquela maneira, ele tende a suprimir o comportamento indesejado e passa a querer agradar aos pais.
Dependendo do nível de exigência em que isso acontece, a criança tende a generalizar e pode se tornar um adulto que acredita que deve atender às necessidades dos outros, suprimindo as suas, buscando sempre aprovação, reconhecimento e se relacionando de maneira subjugada.
Vimos que a autoestima tem um componente genético, que ela se constrói na relação com os outros e com o mundo que nos cerca. Mas é importante ressaltar que nós também temos uma grande participação na sua constituição, pois cada um, baseado no modo como interpreta os eventos, como se fortalece diante deles e de acordo com as estratégias que cria com eles, tem armas diferentes para enfrentar os desafios do dia a dia. O nível de autoestima de uma pessoa não é uma predeterminação, mas um indício de que, com os recursos adequados, pode haver transformação.