Mentira: condição do homem?

16/08/2013 11:05

O limite dos animais é o instinto. A utilização deste é condicionada pela sobrevivência: alimentação, proteção e afeição. Um camaleão – capaz de mudar as cores para se ocultar de seus predadores e, ao mesmo tempo, disfarçar-se para obter a sua presa – é uma instância do instinto da necessidade de proteção e alimentação no reino animal, embora os animais possam se valer também de astúcias e artimanhas, nos limites de seu instinto.

Denominar alguém de camaleão pode, em última instância, apenas remeter esta pessoa a uma analogia que jamais corresponderia exatamente ao estado da ação ligada à sua intenção: o ser humano não está restrito ao instinto, a faculdade racional, que sempre acompanha os seus desejos e suas crenças. Neste sentido, o assim chamado instinto de sobrevivência pode até ser causa de uma mentira proferida, mas jamais uma causa suficiente.

Ajudar uma velhinha a atravessar a rua poderia, no primeiro momento, ser uma manifestação da virtude de um adolescente. Porém, se o seu motivo final é o de impressionar a garota presente do outro lado da rua – cujo projeto de conquista ele tenha visado a um bom tempo – a virtude como a causa final seria mera aparência, e a causa real pode não se manifestar jamais tanto à garota quanto aos outros que testemunharam o ocorrido.

 

O Ministro da Propaganda Alemã, Joseph Goebbels, teria proferido a frase, durante o Terceiro Reich, de que é mais fácil fazer as pessoas acreditarem numa mentira repetida várias vezes do que em algo que é realmente verdade

 

A complexidade psíquica inerente ao exemplo acima demonstra o “algo mais” do humano em relação aos animais irracionais: os animais matam por instinto, os homens podem matar outro semelhante por maldade, os animais se disfarçam para se proteger, se acasalarem e obterem comida, os humanos mentem.

Este “algo a mais” pode, na instância inicial, aparentar como um detalhe a mais na taxonomia psíquica que diferencia o ser humano dos animais, porém, é um objeto de discussões e elaborações que intrigam os filósofos tais como Jean Paul Sartre (1905-1980). Ele distingue a consciência-de-si da consciência-para-si e nesta distinção procura mostrar a busca humana da coincidência-de-si, ou seja, o ser humano está limitado à temporalidade, ele jamais “‘é”, ele sempre “está sendo” um projeto possível até a sua morte. Mas, o projeto sempre é inacabado: a coincidência-de-si é um ideal platônico não efetivável na experiência¹. Vale lembrar que este projeto é perpassado pelo fio condutor dos filósofos existencialistas, que afirmam que “a existência precede a essência”, e da asserção délfica “conhece-te a ti mesmo”. Desta última afirmação, Sócrates conclui em sua filosofia: “Só sei que nada sei”². Abre-se aqui o horizonte filosófico do autoconhecimento, cuja ignorância Sócrates admitiu veementemente. No exame de si próprio e no dos outros, em busca do que é a virtude, considerou esta tarefa o bem maior do homem e conclui que uma vida não examinada não vale a pena ser vivida³.

Sendo a finitude o campo deste projeto, se o ato da verdade – que se contrapõe à mentira, com todos os elementos psíquicos envolvidos imersos e delimitados nesta esfera – é a finalidade do ser, então o projeto da consciência-de-si que visa o ser humano completo como ser, jamais seria factível do ponto de vista de uma justiça pura. Voltando ao exemplo do adolescente que ajuda a velhinha a atravessar a rua: por mais que ele se esforce para que o seu ato seja justo para ele mesmo e para os outros, sempre vai existir a causa intencional que leva à outra causa intencional até chegar à sua causa primeira que remete a um querer próprio no qual ele não escapa. Este é o ponto em que Arthur Schopenhauer (1788-1860) chegou ao concluir a inescapabilidade da vontade como causa primeira, cuja referência é o egoísmo.

Neste sentido, o próprio Sujeito como projeto existencial não é quantitativo, ou seja, como se o seu ponto de partida fosse uma ideia genial, nascido de uma determinada necessidade, a seguir elaborando todo um plano estratégico e tático precisando uma gestão adequada, tanto na esfera gerencial quanto operacional, seguindo uma meta definida pela introdução de padrões na busca de uma homogeneidade para fins de controle, busca-se, assim, a certeza de um bom produto acabado. Toda uma gama de informações, nos dias de hoje, lançam apelos a uma “qualidade de vida”, visando uma vida mais confortável, longa e com menos estresse possível.

O qualitativo como projeto existencial não diz respeito a uma completude de vida mensurável – determinado, por exemplo, pelo tempo: “Quanto mais tempo eu viver, mais qualidade de vida terei”. Ele remete a um ser perfeito, no sentido de ser justo, verdadeiro, totalmente confiável... Uma pessoa pode morrer safada, sem nenhum escrúpulo, com 99 anos de idade, outra pode possuir um grau de integridade bem elevada e morrer aos 33 anos de idade.

 

A MENTIRA VERDADEIRA E A VERDADE MENTIROSA
Ao filósofo grego Eubulides de Mileto (séc. IV a.C.) é atribuído o que se chama de paradoxo do mentiroso: “O homem diz que está mentindo.” Nesta asserção está implícito se o que ele diz é verdade ou mentira.

O paradoxo consiste na incoerência da própria asserção na vivência humana. Se negarmos esta afirmação como sendo falsa, então ele não estaria mentindo, se ele afirma como sendo verdadeira, então estaria mentindo. Ao dizer que estava mentindo, ele disse a verdade e, logo, não estava mentindo. A afirmação é verdadeira se for falsa e falsa se for verdadeira. O que é dito nega implicitamente o que se diz.

No primeiro momento, este paradoxo nos parece um mero jogo de palavras, mas ele parece remeter a tendências humanas de jogar consigo mesmo e com os outros tentando dão convencimento da justiça própria, da certeza do seu ponto de vista superior ao do seu companheiro, ou – principalmente – do seu adversário.

A Bíblia diz algo a este respeito: “Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?” (Mateus 7.3). Palavras sábias e acertadas! Se todos nós nos esforçássemos um pouco que seja para trazer à consciência a nossa tendência de ver mais problemas nos outros do que em nós mesmos, haveria, sem dúvidas, mudanças significativas no campo político, social, religioso e econômico.

SE A ÚNICA DETERMINAÇÃO POSSÍVEL DO SUJEITO É DELIMITADA PELO CAMPO DA FINITUDE, TODO E QUALQUER ATO HUMANO, QUE INCLUI O DE MENTIR, ESTARIA RESTRITO AO DIREITO INDIVIDUAL

 

Imagens: Shutterstock

O SUJEITO DA MENTIRA
O problema então consiste no próprio Sujeito da ação e não no objeto que se manifesta, ou se produz. Immanuel Kant (1724-1804), ao distinguir entre o que podemos conhecer e o que devemos conhecer, conclui a necessidade de fundamentar o ser nos limites do direito individual, surgindo, daí, a segunda distinção: o juízo determinante e o juízo regulador. No campo da Ética, ou seja, que pressupõe a autonomia humana, o juízo é regulador, daí a necessária normatividade prescritiva em todo o campo da ação humana. Segue-se doravante a busca da máxima prescritiva das condutas humanas.

Ora, se a única determinação possível do Sujeito é delimitada pelo campo da finitude, todo e qualquer ato humano, que inclui o de mentir, estaria, por sua vez, restrito ao direito individual, ou seja, o da autonomia, necessitando assim de regras para regular quaisquer atos possíveis. Por outro lado, considerando a possiblidade de um ser infinito ao humano – mesmo num estado latente, e embora não haja constatação empírica existencial na esfera da physis, desta possibilidade ontológica –, abrem-se toda uma discussão e elaboração do ser na sua relação do ser-finito e ser-infinito. Este é o projeto do filósofo, denominado pai do Existencialismo Moderno, Sören Kierkegaard (1813-1855).

Segundo ele, qualquer objetivação e sistematização cognoscente no campo existencial não daria conta da compreensão do ser. Se um sujeito mente, não é pela lei da causalidade que se chega à causa primeira desta mentira. Isto Kant também afirmaria no seu sistema, a diferença está no fato de que na existência do sujeito infinito concomitante à sua finitude, o estado latente do sujeito infinito não se deixa manifestar no mesmo sujeito finito, a verdade ou não-verdade é determinada pelo próprio sujeito e jamais fora dele. A condição do sujeito finito é o próprio fluxo histórico-cosmológico. A justiça, seguindo esta contingência, jamais chegará à sua completa determinação. Se o ser humano mente, é porque esta é a sua condição: de ser um mentiroso na essência do seu ser finito, ou seja, na relação verdade e não verdade, a não-verdade é a realidade do “eu” e a verdade também, porém no seu estado latente do ser-infinito.

Por conseguinte, todos os atos humanos refletem o drama do ser humano: se enganar e enganar os outros, o ser humano existe num contínuo autoengano, essencialmente ele se engana do que ele deveria ser com ele e com os outros, se assim não fora, o absurdo da guerra não seria um fato: a causa da guerra não se encontra fora do sujeito: prepotência, ganância, inveja... levam à violência, eis a gênese da necessidade do direito, segundo omas Hobbes (1588-1679). Walter Benjamin (1892-1940), na Crítica à Violência, elabora a relação do direito e da justiça numa ordem contrária à citada acima: o direito leva necessariamente à violência, ou seja, o respeito mútuo derivado da frase “o meu direito termina onde começa o direito do outro”, em vez de levar à justiça pura, faz do direito um instrumento jurídico nas mãos de um soberano Estado denominado de exceção, então, o ser humano se encontra subserviente à “vontade de poder” nietzschiano; o sujeito deste estado, estando acima de qualquer constituição, pode, por exemplo, impor, com apenas uma emenda institucional, a suspensão dos direitos políticos de quaisquer cidadãos. Foi o caso do Ato Institucional5, em dezembro de 1968.

Friedrich Nietzsche (1844-1900), por sua vez, diz: “Chamo mentira o não querer ver alguma coisa que se vê, o não querer ver algo tal como se vê: se a mentira tem ou não lugar diante de testemunhas, não importa. A mentira mais frequente é aquela que se conta para si mesmo; mentir para outros é relativamente a exceção”. A mentira mais complexa é a de se enganar a si próprio, que se efetiva inconscientemente; seria ela a causa de todas as mentiras possíveis? Questão difícil de ser respondida! Precisamente porque toda a interação psíquica não pode ser determinada de uma forma objetiva pela lei da causa e efeito: x causou y e produziu z. Mas, voltando ao autoengano apontado por Nietzsche, o não querer ver algo tal como se vê parece pressupor um ato consciente de se enganar, não seria mais razoável supor que o ato consciente está mesclado com o ato inconsciente: os estados psíquicos intencionais tais como o desejo e a crença (John Searle) não transitam num movimento de vaivém psíquico entre o campo consciente e inconsciente?

HAVERÁ SOLUÇÕES AOS HUMANOS?
Se o problema da mentira se situa no campo da moral e se a moral não pode ser determinada e elaborada como os objetos do campo físico, lógico e matemático, como na Ciência, ou seja, pelas leis da causalidade e, assim, como o campo moral se processa no campo psíquico, então todo conhecimento dito científico regido por observações, experiências e conclusões jamais pode dar conta de solucionar, por exemplo, o problema da mentira.

Mesmo a incerteza na Física Quântica provém da observação e medida dos órgãos sensoriais. Logo, a Ciência Moderna necessita da depuração mental de todos os vestígios da subjetividade para se voltar aos elementos de total objetividade a fim de configurar os seus objetos de pesquisa.

Um pai, ao afirmar ao filho que não deve mentir em hipótese alguma, pois, assim fazendo, ele vai se tornar um mentiroso, perderá toda credibilidade do outro e será castigado por isso; prescreve ao filho uma fórmula que segue a lei da causalidade. Supondo que este mesmo filho pisou sem querer nos óculos do seu pai e quando este pergunta quem quebrou os óculos, ele fica entre dois dilemas: vai apanhar porque quebrou os óculos do pai; ou porque mentiu. O filho, então, pode raciocinar da seguinte forma: se eu mentir, o pai não vai saber quem foi, assim não estarei arriscado a apanhar nem pelo ato de ter quebrado os óculos, nem pela mentira, pois se o seu pai sabe que qualquer um poderia ter pisado nos óculos, eu seria apenas um dos possíveis a ter praticado o ato. Medo, apreensão, raciocínio lógico, condicionamento cultural, genética, tendências individuais e toda a gama complexa fazem parte dos componentes dinâmicos na subjetividade humana. A lei da causalidade pode até fazer parte, como um dos elementos no processo das interações subjetivas, mas jamais como condição necessária e suficiente. Portanto, a solução prescritiva buscada pelo pai na educação do filho pode até resolver algumas situações possíveis do filho, mas não na sua totalidade e essência.

 

O MENTIROSO DA TELONA
No filme O mentiroso, Jim Carey protagoniza a “vítima” do desejo ocasionado no aniversário do seu filho, em que ele não pudesse mentir mais. O drama todo é exacerbado pelo fato de que ele é advogado, em cuja função, o seu exercício seria inefetivável sem a utilização de astúcias estratégicas na manipulação de todo o aparato jurídico no processo da defesa de seus clientes. Jim Carey passa então por toda uma situação constrangedora. Para quem assiste ao filme, o lado altamente cômico evidencia a quase-impossibilidade de qualquer ser humano em se relacionar ou se ajustar com o seu próximo sem que, de algum modo, se enganem mutuamente ou se autoenganem.

 

A MENTIRA MAIS COMPLEXA É A DE  ENGANAR A SI PRÓPRIO, QUE SE EFETIVA INCONSCIENTEMENTE; SERIA ELA A CAUSA DE TODAS AS MENTIRAS POSSÍVEIS?

 

Imagens: Shutterstock

Os elementos da subjetividade que a Ciência procura desvencilhar na elaboração dos seus projetos são os que talvez deveríamos recuperar e utilizar no campo subjetivo. Se, por um lado, procuramos a certeza nos resultados de uma pesquisa, por outro, duvidamos da honestidade em relação a nós mesmos, ou seja, desconfiamos de nós mesmos ao se tratar de todo o arcabouço determinante da justiça. Se adotarmos o ponto de vista do sujeito meramente finito, como no caso de Nietzsche e vários outros filósofos da contemporaneidade, então a solução não deve remeter a uma justiça plena, mas no limite, ao regularmos as ações humanas na sua mutualidade, é imprescindível acionarmos todo o aparato crítico da autoanálise. É possível que, assim, desvelemos os nossos filtros do conhecimento interessado – pois o ser humano jamais é totalmente imparcial – e tentar alcançar um nível de razoabilidade no convívio diário. A ideia aqui é transcender cada qual os seus próprios limites éticos neste processo todo. Se, para Kant, o ser humano deveria ancorar a moral nele mesmo, embora ele jamais tenha acesso à moral propriamente, por estar delimitado no campo ético, ou seja, do direito, para Schopenhauer o sujeito está limitado ao sujeito da vontade, aos seus próprios motivos egoísticos, e é necessário então despojar desta vontade desejando o nada, a mentira, como todos outros defeitos são derivados da vontade humana. Nietzsche refuta Schopenhauer na asserção de que a vontade do nada ainda é vontade, a condição humana é a do perspectivismo na apreensão de todos os fenômenos possíveis, a moral é originada cada qual no seu horizonte interpretativo, a delimitação da mentira se dá na idiossincrática perspectival, cada qual defendendo os seus argumentos a partir do seu próprio ponto de vista.

NÓS NOS IRRITAMOS COM OS POLÍTICOS CORRUPTOS E NÃO NOS ATENTAMOS NA POSSIBILIDADE EM SERMOS AS MESMAS PESSOAS EM SITUAÇÕES SIMILARES

 

Imagens: Shutterstock

Filósofos como Blaise Pascal (1623-1662) e Kierkegaard, ao asserir o sujeito finito concomitante com o sujeito infinito, apontaram a insuficiência humana em todo o projeto realizado no campo ético e moral do sujeito finito. Pascal, em seu livro Pensées, diferencia o espírito de geometria com o de finura. Ambos, segundo ele, entendem o mundo distintamente: os geômetras necessitam de princípios e definições, ao contrário dos de espírito de finura que, ao olharem para a mesma coisa que os geômetras, veem que os princípios e as definições não dizem nada. Estes não se atêm aos pormenores, mas compreendem de um só golpe. Podemos estar tentados a criticar Pascal quanto ao seu conhecimento da Física e Matemática, entretanto, ele foi um dos maiores físicos da sua época, cujo reconhecimento remonta até os nossos dias (O pascal, símbolo: Pa, é a unidade padrão de pressão e tensão no Sistema Internacional. Equivale à força de 1 N aplicada uniformemente sobre uma superfície de 1 )5. Pascal também diz do mal em termos tantos defeitos, mas o pior é que, embora defeituosos, os seres humanos tendem a não reconhecê-los. Parece-nos de que o ditado “me engana que eu gosto” não seja tão recente assim. Ele conclui: “O homem não passa, portanto, de disfarce, mentira e hipocrisia, tanto em face de si próprio como em relação aos outros. Não quer que lhe digam verdades e evita dizê-las aos outros; e todos esses propósitos, tão alheios à justiça e à razão, têm em seu coração raízes naturais.”

Nós nos irritamos com os políticos eleitoreiros e corruptos e não nos atentamos na possibilidade em nos tornarmos as mesmas pessoas nas situações similares a estas. A consciência desta realidade deveria nos angustiar, ou seja, o fato de não conseguirmos nos livrar de nós mesmos. Será que o meu maior inimigo não seria eu mesmo? Talvez não tenha sido este o maior erro de Karl Marx (1818-1883) ao procurar mudar toda a exterioridade material em busca da igualdade de classes sociais, sem atentar à possível gênese do engano interior a cada ser humano sem exceção? E por mais que muitos ainda procurem revisar Marx, o fracasso do regime comunista não seria uma prova contundente do autoengano humano, cujo diagnóstico foi bem acertado, mas cuja solução incorreu num dos maiores enganos que a humanidade vivenciou?

 

¹ cf. Sartre, 1943
² cf. Diálogos de Platão, Apologia, 21
³ idem, 38
4 cf. Kierkegaard, 1844
5 fonte: Wikipédia
6 cf. Pascal, § 100, 1670

 

REFERÊNCIAS
BENJAMIN, W., 1986, Documentos de cultura, documentos de barbárie, Cultrix BíBLIA SAGRADA: ARA
GIANNETTI, E.,1997, Auto-engano, Companhia das Letras
HOBBES, T., 1651, O leviatã
KANT, E., 1781 Crítica da Razão Pura
_________1785, Fundamentação da Metafísica dos Costumes
KIERKEGAARD, S., 1844, Migalhas Filosóficas
________________1844, Epílogo definitivo não-científico
MARX, K., 1867 O capital
NIETZSCHE, F., 1887, Aurora
PASCAL, B., 1670, Pensamentos
SARTRE, J.P., 1943, Ser e Nada 
SCHOPENHAUER, A., 1819, O mundo como vontade e como representação
SEARLE, J., 1983, Intencionalidade