A filosofia que se pensa e a prática

12/04/2014 15:02


Grandes pensadores como Sócrates, Platão e Aristóteles formularam grandes hipóteses para falar de relacionamento, mas suas vidas cotidianas eram bem diferentes

 

 
 
Sócrates tinha uma conturbada relação com Xantipa, a esposa "megera" que tratava o pensador por "imprestável ".

 

ART RENEWAL INTERNATIONAL
O retrato ilustrado por Hans Baldung Grien, em 1513, mostra a amante de Aristóteles, Phyllis, submetendo-o a cavalgadas, bem ao contrário do que diziam seus tratados filosóficos, que abordavam a superioridade masculina e a mulher, um símbolo de passividade e não inteligência

Qual o crédito que você daria a um filósofo que discorresse sobre a ética nas relações em um mercado público, quando subitamente aparece aos gritos a mulher dele, a mesma mulher que, após ter jogado água suja na cabeça do filósofo, veio ter com ele para afirmar o imprestável mandrião que ele é? Ela fala sem parar. Ao notar uma certa indiferença dele, aos gritos, ela avança sobre o homem e rasga suas roupas. O filósofo pode não ter nada a ver com o destempero daquela criatura achaparrada, mas a propensão para suas palavras talvez nos faça perguntar se de fato valeria ouvir aquele sujeito que há pouco nos impressionava vivamente com sua conversa sábia, que partia de exemplos simples, tirados de ferreiros e curtidores, para nos enredar em elementos que faziam questionar a nossa maneira de viver.

O alcance que Sócrates tinha sobre jovens como Alcebíades não era parente do que acontecia com seus filhos e com sua mulher, Xantipa, provavelmente. O que funcionava bem em feiras e praças não parecia surtir o mesmo efeito em casa.

Alguns filósofos encontramos com pequena procura. Não costuma ser o caso de Sócrates. O filho da parteira Fenarete nos chega principalmente por Platão e Xenofonte. Mas o encontramos em fragmentos em Íon de Quios, Aristóxenes e de outros. Um nariz aplanado, a barriga proeminente, os olhos saltados, nada tinha a ver com os padrões estéticos de sua época. Não cobrava pelo trabalho que fazia.Em cada aspecto de sua vida, o filósofo parecia andar ao contrário do usual.

"Em todo o caso, casai-vos. Se vos couber em sorte uma boa esposa, sereis felizes; se vos calhar uma má, tornar-vos-eis filósofos, o que é excelente para os homens". SÓCRATES

Mesmo com suas reservas à política, por volta de 405 a.C., fez parte do conselho legislativo de Atenas. Logo teve um sério embate com a dinastia dos Trinta Tiranos, que governava a cidade.

O poeta polonês Julian Tuwim, do grupo Skamander, em seus versos coloquiais costumava provocar a sociedade na qual vivia. Em 1920, publica Sócrates dançando, atualizando Cícero e nos mostrando que houve um elemento de humor que como historiadores esquecemos. Mas Tuwin estava escrevendo segundo os favores de um estilo, não de um argumento histórico. Ainda assim, não deve ter sido longe disso o modo como Sócrates se encontrou no conselho legislativo.

SABER E SER IGNORANTE

Não há Filosofia enquanto o indivíduo não deixa as estrelas na distância na qual vivem e se ocupa de suas próprias coisas, por estrelas que sejam. Assim é para Sócrates. Tudo nos leva a crer que ele, de fato, buscava uma verdade que surgisse, em geral belicosamente, de seu método indutivo. Nós o encontramos com a juventude de Lísias, com as liberdades de Protágoras, de Górgias também, com o arranjo de comandos de Laques (militar). Na indecisão dos argumentos, na fraqueza do discurso, Sócrates crescia. Em Mênon temos um arrojado exemplo de Filosofia e uma desculpa para o paradoxo que até hoje nos acompanha em muitos casos: saber e ser ignorante.

Reencontramos Sócrates em longas páginas dos autores de hoje. Atualizado, sério, prostrado, aflito, sereno, esperançoso, contrito, de tudo um pedaço. Em A montanha mágica, Thomas Mann, é um exemplo quando escreve que: "Dois dias de viagem apartam um homem - e especialmente um jovem que ainda não criou raízes firmes na vida - do seu mundo cotidiano, de tudo quanto ele costuma chamar seus deveres, interesses, cuidados e projetos; apartam-no muito mais do que esse jovem imaginava enquanto um fiacre o levava à estação. O espaço que, girando e fugindo, se roja de permeio entre ele e seu lugar de origem, revela forças que geralmente se julgam privilégio do tempo; produz de hora em hora novas metamorfoses íntimas, muito parecidas com aquelas que o tempo origina, mas em certo sentido mais intensas ainda. Tal qual o tempo, o espaço gera o olvido; porém o faz desligando o indivíduo das suas relações e pondo-o num estado livre, primitivo; chega até mesmo a transformar, num só golpe, um pedante ou um burguesote numa espécie de vagabundo. Dizem que o tempo é como o rio Letes; mas também o ar de paragens longínquas representa uma poção semelhante, e seu efeito, conquanto menos radical, não deixa de ser mais rápido".

 

UMA EXPLICAÇÃO PARA A DIFERENÇA ENTRE A FILOSOFIA QUE SE VIVE E A FILOSOFIA QUE SE PENSA
Platão, esse grande criador de quimeras, disse que aqueles que só admitem o que podem ver e apalpar são estúpidos e ignorantes, pois se recusam a admitir a realidade das coisas invisíveis.

 

Os nossos teólogos falam-nos a mesma linguagem: as religiões européias foram visivelmente infectadas pelas fantasias platônicas, que são sem dúvida alguma o resultado de noções obscuras e da metafísica ininteligível dos padres egípcios, caldeus, assírios aos quais Platão foi beber a sua pretendida Filosofia. Na verdade, se esta consiste no conhecimento da natureza, somos forçados a concordar que a doutrina platônica não merece realmente tal nome, visto que afinal afastou o espírito humano da natureza visível para o lançar no mundo intelectual, onde só encontrou quimeras. Contudo, é esta Filosofia fantástica que regula ainda todas as nossas opiniões.

Os nossos teólogos, guiados pelo entusiasmo de Platão, só entretêm os seus espectadores com espíritos, inteligências de substâncias incorporais, potências invisíveis, anjos, demônios, virtudes misteriosas, efeitos sobrenaturais, iluminações divinas, idéias inatas etc.

Ao acreditarmos neles, os nossos sentidos são inteiramente inúteis; a experiência não serve para nada; a imaginação, o entusiasmo, o fanatismo, e os movimentos de receio que os preconceitos religiosos fazem nascer em nós são inspirações celestes, advertências divinas, sentimentos sobrenaturais que devemos preferir à razão, ao juízo, ao bom senso.

Depois de nos terem imbuído desde a infância com tais máximas para nos ofuscarem e cegarem, fácil é convencerem-nos dos maiores absurdos, dando-lhe o imponente nome de mistérios, impedindo-nos de examinar aquilo em que querem que acreditemos. Seja como for, responderemos a Platão e a todos os doutores que, como ele, nos impõem a necessidade de acreditar o que não podemos compreender, que para aceitar que uma coisa existe é preciso ter dela alguma idéia; que esta idéia só nos pode chegar pelos sentidos; que tudo o que os sentidos não nos dão a conhecer é como se não existisse; e, se é absurdo negar a existência do que se não conhece, mais extravagante é conceder- lhe qualidades desconhecidas, e estúpido tremer em frente de fantasmas, ou respeitar vãos ídolos revestidos de qualidades incompatíveis, combinadas pela nossa imaginação que nunca consultou nem a experiência nem a razão."

DESNÉ, Roland. Os materialistas franceses de 
1750 a 1800. Lisboa: 
Editora Seara Nova, 1969, p. 82.

 

REPRODUÇÃO
Heidegger e Arendt: romance controverso do professor simpatizante nazista e a aluna judia que militava contra os regimes totalitários

AMOR METAFÍSICO

Então, Platão: este torna o amor metafísico, sensorial, divino, sublime. A ordem em que os verbos e os substantivos se fazem acompanhar é um problema. Ao olhar para uma mulher, Platão mostrava- se inspetado por algo que lhe fazia desanimar. Traiçoeiras, superficiais, facilmente exacerbáveis, pusilânimes, repletas de crendices, injuriantes; eram os termos que costumava emprestar às mulheres. Homens que não se conduziram pelas veredas da virtude em vida poderiam renascer como mulheres; não por correção, mas por castigo, avisava Platão. O casamento seria um acordo para a procriação, a perpetuação da espécie. Por tudo isso, no Banquete e em Fedro, temos a afirmação e a contradição platônica.

Mas em Aristóteles é aparente, às vezes, que os relacionamentos e o amor se tornam mais acessíveis ao entendimento nos nossos dias. Tanto por sua ética quanto pela maneira com que nos dirige a atenção. Aristóteles era um provinciano, filho do médico pessoal do rei da Macedônia, e, alguém que chegasse à Atenas nessa condição, provavelmente teria motivos para se sentir diferente, trazendo um olhar estrangeiro que a Platão possivelmente não seria oportuno ter.

Nenhum deles conseguiu, aparentemente, com suas filosofias, tornar a própria vida melhor nos relacionamentos

 

ristóteles cuidava da aparência, dos cabelos, das roupas. Sua constituição era algo frágil, seus olhos pequenos, apreciava o conforto. Essa simetria encontra consistente respaldo em sua Filosofia. Com a morte de Platão, não foi nomeado diretor na Academia. Segue, então, seu caminho em direção à Ásia Menor. Aluno de Platão, professor de Alexandre. Pacificamente, entendemos e contextualizamos os estudos de Aristóteles que colocam o cérebro como sendo um órgão de menor importância no corpo humano; para ele, a sede da mente humana era o coração. Usualmente, não é com a mesma paz que consideramos seu modo de entender e indicar o relacionamento entre as pessoas. Também propenso às longas conversações, que Sócrates e Platão costumavam entabular, ele prefere o monólogo e a dissertação como caminho da relação. É assim que escreve para seu filho, Nicômaco, um tratado inteiro sobre a felicidade na forma de preceitos éticos.

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Sartre e Beauvoir: relação amorosa culminou em uma cumplicidade intelectual, sem casamento e sem sexo

 

POLÊMICA MARCOU CÉLEBRES ROMANCES ENTRE FILÓSOFOS
Os relacionamentos amorosos envolvendo filósofos deixaram marcas no mínimo polêmicas na história. Entre os mais emblemáticos casos estão o de Martin Heidegger e Hannah Arendt e o de Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir.

 

O primeiro deles foi o mais controverso em termos ideológicos, já que Heidegger era conhecido por sua simpatia ao regime nazista, enquanto que a obra da judia Arendt tinha como um dos focos principais a análise de regimes totalitários.

Os dois se conheceram em 1924, na posição assimétrica de mestre e aluna, ele com 35 anos e ela, com 18. No período inicial do namoro, por exemplo, foi ele - um homem já casado e pai de dois filhos - quem impôs todas as regras, tendo em vista a preservação de sua "dignidade". Mas talvez tenha sido na segunda fase do relacionamento, aquela iniciada em 1950, que o caráter pusilânime do filósofo se manifestou com maior clareza.

Pois aí foi que tanto à Hannah quanto a sua mulher, Elfride, que ele impôs sua conveniência. Às duas mulheres, profundamente diferentes entre si, ele impingiu a humilhação de conviver e se tornar "amigas". Vale notar ainda que nesse mesmo período, Heidegger sempre esperou de Hannah a devoção da antiga aluna, porém demonstrou-se incapaz de dedicar aos belos livros que ela própria escreveu uma lasca sequer de atenção.

Apesar desses graves desencontros na vida, ou nas concepções filosóficas, que chegaram a causar períodos de interrupção na correspondência que se estendeu por 50 anos, é inegável que Arendt e Heidegger viveram, de maneira inédita, uma curiosa relação de amor.

Já o romance entre os existencialistas franceses Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre teve outras peculiaridades. O impacto da obra dos dois no pensamento moderno é inestimável, mas o casal também é lembrado igualmente pela vida que levou. Baseado nos princípios da liberdade e confiança mútuas, Beauvoir e Sartre tiveram uma relação bastante polêmica à sua maneira, o que não prejudicou o vultuoso legado de seus escritos.

Beauvoir conheceu Sartre aos 22 anos, e teve com ele suas primeiras experiências sexuais. Mas, é verdade, ambos nunca tiveram muita sintonia no plano amoroso, tão logo o relacionamento se converteu numa comunhão fraterna e intelectual. Por esse motivo era tão simples para os dois manter seu célebre "casamento aberto".

A relação entre os dois foi investigada nos detalhes pela escritora inglesa Hazel Rowley, que em 2007 publicou o polêmico Tête-à-tête. O livro oferece o primeiro retrato duplo dessas duas figuras colossais e sua intensa e turbulenta relação.

Um dos aspectos mais interessantes da relação foi a "rejeição ao casamento". Sete anos depois de se conhecerem, pararam de ter relações sexuais. O que os unia eram a ligação intelectual e a paixão pela profissão. Sartre e Simone de Beauvoir fizeram um pacto de lealdade tão sólido que ninguém no rol de amantes que tiveram conseguiu quebrar. O pacto era: contariam tudo um para o outro, nem que tivessem que mentir para todos.

*Complemento da redação

 

Os gregos tinham quatro conceitos diferentes para referir-se ao que seria, de fato, amor. O amor Filia (filos = amigo) significava a relação fraterna; quando desejavam referir-se ao amor como relação entre os casais, diziam Eros; na medida em que desejavam expressar uma afeição ao outro - como do amante para com sua amada -, eles diziam que era um amor Estorgue ou Estorgé; já quando percebiam que havia uma doação aos outros de forma puramente altruísta, diziam que essa forma de amor era o Ágape - um amor incondicional ao outro

Quando morre, Alexandre e Atenas afastamse do poder macedônico. Aristóteles e seus alunos, que tinham as aulas em caminhadas pela cidade e eram razoavelmente bem vistos, caem na desconfiança, provavelmente infundada. Acham um modo de acusar o filósofo, algo que geralmente não é difícil em Filosofia. A acusação é a de blafêmia.

Aqui temos uma das páginas mais curiosas e intrigantes da história da Filosofia. Aristóteles tinha melhores meios, argumentos também melhores, e uma situação mais favorável do que os enfrentados por Sócrates alguns anos antes. Poderia agora escolher seu destino. Sua escolha foi derrancar-se apressadamente, alegando, segundo contam, que não desejava que os atenienses cometessem uma segunda transgressão aos preceitos contra a Filosofia, referindo-se à morte de Sócrates. Não é incorreto inferir que Aristóteles homenageou Sócrates, ao se utilizar de ironia em sua decisão, que o negou, fugindo; e que o compreendeu, fugindo. Naquela época, como agora, homens feito Aristóteles precisavam de pensadores como Platão para poderem se aproximar de estudos de sujeitos como Sócrates; a questão é o perigo que tais caminhos sugerem quando mais afastam do que aproximam do objeto a ser considerado.

A FILOSOFIA E A PRÁTICA

A maneira como viveram Sócrates, Platão, Aristóteles, como se relacionaram com os seus respectivos familiares, alunos, pessoas da época, tudo vai servir de um legado não escrito, mas implicitamente vivido e compreendido por muitos filósofos que viriam nos séculos seguintes, e nos outros séculos, até os dias atuais. Uma parte da Filosofia é experienciada nos papéis, na academia, na especulação; não tem correspondência na concretude dos relacionamentos humanos, não se presta para tal, ainda que muitas vezes tenha contribuições efetivas a fazer.

Uma parte da Filosofia é experienciada na academia, na especulação; não tem correspondência na concretude dos relacionamentos humanos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
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Sócrates e seus estudantes, por Johann Friedrich Greuter, retrata o grande alcance que o filósofo tinha sobre os jovens com seus discursos, bem diferente da realidade vivida por ele

Nenhum deles conseguiu, aparentemente, com suas filosofias, tornar a própria vida melhor nos relacionamentos com seus próximos. Os três afirmaram no pensamento o que, em parte, evitariam depois na concretude do cotidiano. Mas isso não torna suas filosofias menores e também não deve ser esse o critério pelo qual usualmente nós as medimos, não se trata disso. A propriedade dessa afirmação está na observação que nos permite compreender que, às vezes, enquanto determinadas teorias são formuladas, seus autores não as podem viver porque as estão formulando e uma atividade pode não autorizar a outra; outra propriedade é que a Filosofia, em seus primórdios, buscou aproximar a explicação da compreensão, acarretando grandes perdas na possibilidade da vivência dos postulados, dada a incipiência dos métodos filosóficos. Uma terceira propriedade é que filosofar sobre o que se vive pode objetar a experiência tal qual ela se desenha por, por exemplo, o músculo cardíaco. Uma quarta propriedade, entre outras várias que deixarei para outro momento, é que seguidamente a cisão entre o que é vivido e o que é pensado produziu Filosofia consistente, como em Nietzsche.

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Vênus, Marte e o Cupido, por Paris Bordone. Equivalente em Roma ao deus grego Eros, que é o deus do amor, o Cupido estava sempre pronto a disparar setas sobre o coração de homens e deuses, despertando amor e paixões. Filho de Vênus, a deusa da beleza, por quem era influenciado para agir maliciosamente, e de Marte, o deus da guerra, o que pode talvez sugerir a dicotomia entre amor e guerra

Talvez por isso as palavras de Elias Canetti, na obra Massa e Poder, causem ainda dúvidas e inquietude quando ele afirma que: "Não há nada que o homem mais tema do que o contato com o desconhecido. Ele quer ver aquilo que o está tocando; quer ser capaz de conhecê-lo ou, ao menos, de classificá-lo. Por toda parte, o homem evita o contato com o que lhe é estranho. À noite ou no escuro, o pavor ante o contato inesperado pode intensificar-se até o pânico. Nem mesmo as roupas proporcionam segurança suficiente - quão facilmente se pode rasgá- las, quão fácil é avançar até a carne nua, lisa, indefesa da vítima.(...) Tal aversão ao contato não nos deixa nem quando caminhamos em meio a outras pessoas. A maneira como nos movemos na rua, em meio aos muitos transeuntes, ou em restaurantes, trens e ônibus, é ditada por esse medo. Mesmo quando nos encontramos bastante próximos das pessoas; mesmo quando podemos observá-las bem e inspecioná-las, ainda assim evitamos, tanto quanto possível, qualquer contato com elas. Se fazemos o contrário, é porque gostamos de alguém, e, nesse caso, a iniciativa da aproximação parte de nós mesmos".

Lúcio Packter é filósofo clínico e criador da Filosofia Clínica. Graduado em Filosofia pela PUC-FAFIMC de Porto Alegre (RS), é coordenador dos cursos de pós-graduação em Filosofia Clínica da Universidade Moura Lacerda, em Ribeirão Preto (SP), e da Faculdade de Filosofia São Miguel Arcanjo, em Anápolis (GO).