Houve um tempo, em que todas as mulheres eram sagradas. Em que eram vistas como Deusas, como senhoras de seu próprio destino.

13/10/2017 22:17

estacaodasflores |


Houve um tempo, em que o corpo era sagrado, em que o sexo era uma prece.


Acredito que em cada Mulher Contemporânea, reside uma Mulher-Sagrada talvez ainda não desperta, esquecida, adormecida, mas acredito que relembrando-a de quem ela é, da sua memória celular renascerá novamente.

Mas, onde está essa mulher? Em que fase da história ficou esquecida? Onde devemos procurá-la?

Essa Mulher-Sagrada ainda existe!

Está imersa em outras faces, formas e costumes… priva-se, limita-se, adapta-se, escraviza-se, apaga-se e renúncia a si mesma, esquecendo completamente quem foi… da sua essência… da sua totalidade…

Mas, quem é essa Mulher Contemporânea?

É cada uma de nós, por vezes dispersa, isolada, solitária e desunida, numa sociedade onde a partilha é a união entre as mulheres parece ter-se quebrado… é a mulher Empresária, Médica, Arquiteta, Engenheira, Dona-de-casa, Escritora, Poetisa, Artista Plástica, Advogada, Hospedeira de bordo, Professora, Enfermeira, Jornalista, Designer de Jóias, de Moda…

Todas estas Mulheres estão aqui, porém não se recordam de quem realmente são. Perderam a sua memória… esqueceram a sua sacralidade, a sua divindade, a sua essência feminina, a sua superioridade, o seu poder e a sua energia feminina.

Da sua Mulher interior!


Mas, de que falamos, quando falamos do Sagrado Feminino?

São inúmeros os caminhos que conduzem até o Sagrado Feminino, desde o despertar do Movimento Espiritual de Deusa, muitos trilhos e caminhos foram abertos no retorno ao seu estudo, e que trouxeram de volta assuntos até à data esquecidos… que importa recuperar na vivência do feminino e na condição da mulher como ser completo.

O Resgate do Sagrado Feminino traz até nós Mulheres Contemporâneas, a reconexão a abundante fonte de inspiração da profunda essência feminina. Este despertar têm vindo a crescer e a espalhar-se dia após dia, multiplicando-se em trabalhos diversos desenvolvidos por mulheres empenhadas em comunicar um saber ancestral, que o divulgam em diversas formas e formatos, a saber, círculos de mulheres, terapias individuais, retiros e workshops (formações específicas) entre outros, onde o trabalho com as energias da Deusa e da mulher são reintegradas na estrutura psíquica da mulher, abrindo um leque espiritual e sagrado de compreensão do seu corpo e alma.

De forma a compreender e situar o sagrado Feminino, começamos por procurar entender e buscar num contexto histórico.

Podemos situar a sua origem na cultura neolítica e paleolítica, fortemente marcado por sociedade matriarcais, onde o Feminino era reverenciado através do culto da Grande Mãe, geradora e transformadora de vida, que representava a fertilidade da mulher e da terra. Venerada socialmente, por Homens e Mulheres, ambos em uníssono celebravam o poder mágico da vida, nos diversos rituais que acompanhavam o crescimento da humanidade, nas diversas fases do homem e da mulher. Ao honrar o Deus e a Deusa, acreditava-se num ser supremo que se bipartia e criava o princípio o masculino e feminino, o Yin e o Yang, o homem e a mulher. Assim, a Deusa foi a primeira divindade cultuada, veja-se a sua presença nas inúmeras estatuetas decorrentes de escavações arqueológicas e presentes em locais históricos em várias locais sítios arqueológicos. Mais tarde, na figura das divindades femininas onde se cultivava o Feminino como sagrado, nas diversas civilizações antigas um pouco por todo o mundo.

Esta situação altera-se, com o cristianismo onde o foco doravante, centra-se numa cultura patriarcal, que rejeita e renega o poder intrínseco da Deusa e da Mulher. As sociedades patriarcais instituíram o culto do masculino abandonando progressivamente ao esquecimento as praticas e celebrações em honra ao culto do feminino e da natureza-mãe. Todas as mulheres esqueceram a sua natureza, mas esta encontra-se no seu ADN, pronta a ser despertado de modo a integrar nas sociedade contemporânea o feminino no lugar que lhe é devido.

Sendo assim, falar do Sagrado Feminino é falar da nossa própria sabedoria interna, da energia feminina, do acesso a intuição e ao caminho do coração. É falar do despertar da essência feminina interna, o despertar da feminilidade e da sexualidade sagrada.

O Sagrado Feminino é o resgate de uma consciência antiga, o retorno à energia feminina e a reconexão com uma sabedoria ancestral que nós re-conecta de novo com à Natureza, com os seus ciclos, envolvendo-nos numa consciência mais Amorosa e de Unidade como um Todo (Uno). Retomam-se o valor da Mulher num todo, social, pessoal, psicológico, religioso, cultural, num encontro consigo mesma (e com outras mulheres), com a sua essência, com as suas verdades em plenitude e na necessidade de re-conectar-se com a natureza.

Ao conectar-se melhor consigo mesma, honra-se e valoriza-se como Mulher, como mãe, esposa, avó e filha. Numa caminhada de autoconhecimento, autovalorização que reconhece a força e essência interna que reside em cada mulher!

Fortalecem-se, um dos objetivos do movimento espiritual do Sagrado Feminino; os elos de irmandade entre as mulheres, ao reconhecer em si e em outras mulheres de jornada a busca e a compreensão do Universo particular existente em cada mulher. Com as suas fraquezas, peculiaridades, inseguranças, medos, dúvidas, receios, a falta de apoio mútuo, a competitividade, a comunicação superficial, a inveja, a traição, as críticas e intrigas. Que por mais triste e penosa que seja é uma realidade que subsiste como uma chaga dentro do Sagrado Feminino, só possível sarar através da União e da irmandade entre todas as Mulheres-Sagradas, que aceitam em si e lidam da melhor forma com o seu entorno que é também Sagrado.

Quando cada mulher voltar a olhar-se como uma manifestação da própria Mãe-Terra, geradora de vida e nutridora, entenderá que é sagrada e perceberá em si mesma, que os seus ciclos são iguais aos da terra, perceberá a grande energia que flui dentro de si e no seu corpo, na sua mente criativa e no poder criador e fértil que alberga. A tomada de consciência de si mesma, como mulher, e onde reside a força do Sagrado Feminino, trazer de volta a confiança interna, e o espiritual que há em si mesma e em tudo o que a rodeia. Permitindo-lhe compreender e aceitar os ciclos naturais do seu corpo como vivências e processos naturais e de comunhão com a terra, o universo. Esta tomada de consciência, contribui para uma Nova era de transição que atravessamos onde tudo ao nosso redor é SAGRADO uma Nova consciência do seu EU de SER MULHER SAGRADA.

"A transformação de corpos em luz, e luz em corpos, é muito coerente com o curso da natureza, que parece encantado com transmutações"
Isaac Newton (1643-1727), físico, matemático, astrônomo e alquimista inglês